ᴄᴏɴsᴇϙᴜᴇɴᴄᴇs 彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ

I like you, Betty.

Queria agradecer profundamente pelo 1k de visualizações! Sério, eu to muito feliz! Enfim, mais uma vez, obrigada! 💘

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O olhar de Jughead pairava ansioso sobre mim. Minhas mãos estavam suadas, mesmo diante do frio daquela tarde de outubro. Demoro, até finalmente conseguir formular uma frase:

- É muito complicado, não é como se tudo girasse apenas ao redor dos meus sentimentos. - digo baixo, e ele se aproxima de mim.

- Tenho todo tempo do mundo pra ouvir sua explicação. - incentiva, e em um ato suave, acaricia minha bochecha com seu polegar.

- Archie e eu somos melhores amigos, Jug. Eu fiz uma promessa a ele que não posso romper, por que se eu romper, ele pode sair muito prejudicado. - tento ser o mais vaga possível. Jughead uniu suas sobrancelhas escuras e recolheu sua mão.

- Você pode me dizer que promessa é essa? - movimento a cabeça em negação. - Então, pode ao menos me dizer o que sente por mim? - sinto o ar me faltar, e engulo em seco.

- Eu não sei. - sussurro atordoada. - Eu estou muito confusa, tem coisa demais acontecendo. Vamos focar em uma coisa de cada vez, por favor. - peço em tom de súplica, logo passando as mãos por meu cabelo, o abaixando.

- Eu gosto de você, Betty. - ele volta a se aproximar e repousa os nós dos dedos em minha bochecha, acariciando-a novamente com o polegar. - Não sei porquê, nem como, só não consigo tirar você da minha cabeça. Desde aquela noite do lado sul, no aniversário do Joaquin, eu não consigo tirar você da minha cabeça. - confessa.

Repouso minha testa no nariz de Jughead e respiro fundo. Ele me envolve em seus braços, e eu escondo o rosto em seu pescoço, inalando seu perfume amadeirado.

- Eu também não consigo tirar você da cabeça, mas precisamos ser sensatos, Jug. Não podemos ser vistos juntos romanticamente. Tem toda a situação do Archie, e a situação ainda maior da Veronica e da irmã gêmea maluca dela. - falo baixo, com o rosto repousado no ombro do garoto. Ele me aperta em seus braços e guia sua mão a minha nuca, forçando-me a levantar o rosto. Jughead roçou nossos lábios, e os selou, me encarando em seguida.

- Eu sei. - sussurrou. - Precisamos lidar com a situação da Ronnie antes de qualquer coisa. Não quero prejudicá-la, nem muito menos a minha família. - respirou fundo. - Mas, eu tenho uma coisa pra te propor. - Jughead coloca meu rosto entre suas mãos e sorri, depois que assinto. - Você não gosta do Archie, sua resposta deixou isso bem óbvio. Sei que é errado o que vou propor, mas não tem como duas pessoas que se gostam ficarem separadas. Nós podemos nos encontrar às escondidas. Tenho um lugar perfeito. - sugere, e eu sorrio negando com a cabeça.

- Jug... Isso não vai dar certo, e você sabe.

- Betty, de qualquer forma vamos precisar nos encontrar pra falar sobre o que descobrirmos do caso da Ronnie. É apenas unir o útil ao agradável. Topa?

- Você é completamente louco. - seguro o rosto dele entre as mãos, sentindo uma nuvem de borboletas dançando em meu estômago, e junto nossos lábios abruptamente.

- Isso é um sim?

- Te encontro depois do seu turno no Register. Me passe o endereço do lugar por mensagem. - digo com um sorriso, e me afasto.

Quando chego próximo ao píer, ouço a voz de Jughead mais uma vez gritando "Isso é um sim?", o que me faz soltar uma gargalhada sonora e fazer um sinal de positivo com a mão, antes de dar-lhe outra vez as costas para ir embora.

Estar com Jughead me impedia de pensar direito. Tudo o que eu conseguia raciocinar era como seus olhos de um azul tão bonito me deixavam sem fôlego, e como eu sentia uma vontade imensa de beijar-lhe enquanto me aninho em seus braços. Jamais imaginei que um caso de uma noite, envolvida por álcool e adolescentes inconsequentes, poderia trazer pra minha vida alguém por quem eu supria cada vez mais sentimentos. Em alguns momentos, me forçava a acreditar que talvez aquilo fosse apenas algum jogo que minha mente estava pregando, por eu estar carregando um filho dele em meu ventre.

As coisas entre Jughead e eu definitivamente não seriam fáceis. Temos uma investigação inteira pela frente, uma ex namorada frágil e abandonada vivendo debaixo do mesmo teto que ele, e uma cópia possessiva de sua ex namorada.

Seria uma longa jornada.

- Mãe? - chamo assim que entro em casa, e vou repetindo o ato por todos os cômodos até chegar no escritório.

Conhecendo bem minha mãe, sei que ela mantém dossiês sobre todos os grandes nomes de Riverdale, - principalmente de políticos e grandes advogados - como uma boa repórter. Minha esperança ao revirar aquele cômodo, era de encontrar algum podre do novo prefeito ou da mãe de Veronica.

Não encontro nada. Nenhuma pasta, ou envelope. Mesmo depois de olhar papel por papel naquele enorme e desorganizado escritório, não encontro absolutamente nada.

Me assusto quando ouço o barulho do carro entrando na garagem e saio às pressas do escritório. Corro para o meu quarto, e me tranco dentro do banheiro com mochila e tudo. Se minha mãe soubesse que eu estava bisbilhotando suas coisas, ela provavelmente me colocaria de castigo por semanas. Dona Alice odeia que bisbilhotem suas coisas, ainda mais quando essas coisas possam incriminar alguém antes da hora.

Aproveito que estou dentro do banheiro e tomo um breve banho quente. Ao sair do cômodo, visto uma roupa que fosse me manter aquecida quando saísse para encontrar Jughead. Levo comigo apenas meu celular e as chaves do carro.

- Oi, querida. Trouxe comida chinesa pra gente jantar. - mamãe anuncia assim que coloco os pés na sala. Sorrio em agradecimento e me aproximo, sentando-me ao lado dela. - Você vai sair? E como está meu netinho? - dispara a falar e passa a mão em minha barriga, fazendo-me soltar uma gargalhada sonora.

- As vezes acho que abduziram minha mãe e colocaram uma nova. - brinco. - E sim, estamos bem, e eu vou sair. Preciso encontrar o grupo da escola para terminar de fazer o tal trabalho que eu estava te falando quando dormi na casa do meu colega de classe.

- Tudo bem. - suspira e me passa uma embalagem para viagem de "pho" de carne, junto de talheres de plástico. - Seu pai esteve no jornal hoje, e seu amigo salvou minha vida. - estreito as sobrancelhas em confusão.

- O que ele foi fazer lá? E o que o Jughead fez pra te salvar? - questiono, subitamente interessada.

- Eu havia acabado de chegar, e Jughead entrou pra me avisar que tinha um homem chamado Hal a minha espera. - murmurou entre um assopro e outro em sua comida. - Pedi a ele que inventasse alguma desculpa, pois ele era alguém do passado que não queria rever nem tão cedo, e o rapazinho foi brilhante, dizendo que eu havia ido em uma reunião na sua escola. - sorriu com a boca cheia.

- Não acha estranho que ele tenha aparecido do nada no jornal, mãe? - murmuro depois de engolir minha comida. - Afinal, ele desapareceu, e agora apareceu do nada. Não faz o menor sentido.

- Talvez ele esteja querendo reatar laços com você.

Engasgo com minha comida.

- Ok. Chega de falar dele por hoje. - peço depois de tomar um longo gole do meu refrigerante. - Mãe, sei que você não gosta muito que eu mexa no jornal, mas estava me perguntando... Você se importaria se Jughead e eu usássemos algumas reportagens antigas do Register para as pesquisas que precisamos para compor nosso trabalho de história?

- Não sei, Elizabeth. Não quero bagunça no meu local de trabalho. - limpa a boca com o guardanapo e une as sobrancelhas. - Archie não vai implicar com você sozinha com esse rapaz a uma hora dessas?

- Archie sabe que esse trabalho é importante, conta como atividade extracurricular, além de compor a maior parte da nota, mãe. Por favor, deixa. - digo o mais seria possível, para que ela não desconfie de mim.

- Tudo bem. Mas mantenha tudo em seu devido lugar, e qualquer coisa me ligue, eu te busco na hora. - assinto com a cabeça e deixo minha comida e o refrigerante de lado.

- Obrigada, mãe! - levanto em um pulo, e abraço depois pegar a chave do jornal de sua mão.

"Mudança de planos, me encontre no Register."

mais uma vez, obrigada pelo 1k! não esqueçam de deixar estrelinha e comentar muito!!! leiam minhas histórias no meu perfil! amo vocês 💘