Aperto Evie em meus braços e respiro fundo.
Não consigo raciocinar direito. Meu coração dói como se estivesse sendo esmagado e o ar me falta entre uma respiração e outra.
O que se passa diante dos meus olhos, é algo pior do que o toque da mão de Katherine sobre a mão de Jughead. Ela está aproximando-se para beijá-lo, e ele está parado. Não desvia, não a impede.
Antes que eu presencie algo que me destrua ainda mais, pego o primeiro táxi que para ao meu sinal e vou para minha casa.
Lágrimas quentes e grossas escorriam continuamente por minha bochecha. Minha garganta ardia graças a minha luta contra os soluços, e meu coração estava mais machucado que nunca.
Mesmo com as atitudes idiotas de Jughead, eu jamais esperaria que ele me machucaria dessa maneira. Acreditava que nosso problema era minha insegurança, o excesso de trabalho, ou até falta de comunicação, mas agora havia ficado claro que eu estava completamente enganada.
Ao chegar no apartamento, deitei minha filha em seu berço e parti em direção ao closet, começando a arrumar nossas malas.
Acomodei tudo o que eu pude dentro de malas e algumas caixas que ainda estavam na dispensa de quando nos mudamos, e fiz com que o porteiro me ajudasse a guardar tudo em meu carro.
Levando minha filha nos braços, dei uma última olhada no apartamento atrás de mim, e engoli um soluço. Deixei a minha cópia da chave embaixo do tapete da entrada e fui embora sem olhar para trás.
Eu não precisava de Jughead. Não dependia dele. Eu poderia me virar sozinha, cuidar da minha filha, da minha carreira e dos meus estudos se me esforçasse. Minha mãe fez isso, com duas filhas, eu também poderia fazer. Queria orgulhar Evie assim como dona Alice me orgulhou. Não iria me submeter a ser a mulher traída e submissa que aceita tudo do marido por que o ama e depende dele.
Há algumas horas atrás, eu faria qualquer coisa pela felicidade de Jughead, porque eu o amo. Mas agora, eu vou fazer qualquer coisa pela minha felicidade e pela minha saúde mental, por que eu amo mais a mim e a minha filha do que a ele.
Aconchego Evie em sua cadeirinha e guio meu carro em direção a casa da minha mãe. Eu não tinha avisado que estava indo para lá, mas eu não tinha nenhum outro lugar para ir. Se eu tivesse sorte, minha mãe não teria ocupado o terceiro quarto da casa com bugigangas e eu poderia ocupá-lo com a minha filha até me estabilizar e poder me manter sozinha.
- Betty... O que aconteceu? - questionou minha mãe assim que pousou os olhos em meu rosto após abrir a porta de sua casa.
- Tem um lugar para nós ficarmos? - pergunto baixinho, sentindo um nó de vergonha e tristeza se instalar em minha garganta enquanto aninho minha filha em meus braços.
- Vocês duas sempre terão um lugar aqui, e se não tiver, eu faço. - ela assegura, abraçando-me brevemente.
- Obrigada, mamãe.
Consigo respirar normalmente pela primeira vez em horas.
Minha mãe não me enche de perguntas, acho que seu instinto de mãe deixou bem claro de que eu estava me separando de Jughead. Ela deixou que eu me acomodasse enquanto bajulava Evie e a enchia de carinho e papinhas de fruta.
Fiquei agradecida por minha mãe não ter sido evasiva. Eu não queria falar sobre Jughead agora, porque não queria pensar nele, ou na cena que vi mais cedo.
Por volta de sete horas eu estava exausta. Física e psicologicamente. Havia colocado todos os meus sentimentos para fora em vômitos e crises de choro durante a arrumação do meu novo quarto. Quando finalmente terminei e consegui me recompor, tomei um banho quente, dei um banho em minha filha, a amamentei e saí do quarto para comer alguma coisa.
Sentei-me na ilha da cozinha de minha mãe, depois de ajeitar Evie em seu bebê conforto, e preparei um sanduíche para mim.
Procurei por meu celular no bolso de trás da bermuda pela primeira vez no dia, mas ele estava descarregado, então o deixei de lado e me forcei a comer, enquanto distraía-me com as gracinhas que Evie fazia.
- E aí, pronta para começar a trabalhar na segunda? - a voz de Polly me deu um pequeno susto quando ela apareceu na cozinha.
Tenho certeza absoluta que a mamãe havia contado a ela tudo o que havia acontecido, mas Polly fora cautelosa e discreta o suficiente para ignorar minha expressão acabada e minha mudança repentina.
- Absolutamente, Popo. - rio fraco com o apelido de infância. - Começar a trabalhar para ontem é o que eu mais preciso agora.
- É assim que se fala, garota. - dita de maneira encorajadora enquanto lava as mãos na pia antes de tirar Evie de seu bebê conforto.
- O que eu vou fazer nesse estágio? - questiono ao terminar o último pedaço do meu sanduíche, que a esta altura já está se revirando em meu estômago.
- Estive pensando, acho que você é boa demais para ficar como estagiária. - indaga ela. - Você fez diversos cursos no início do colegial, não foi?
- Sim. - maneio a cabeça em afirmação. - Fiz um curso de administração com foco em marketing, alguns cursos de fotografia, e o mais recente foi o curso de Administração publicitária durante o estágio escolar antes das férias que engravidei da Evie. - expliquei.
- Ótimo, é exatamente o que preciso. Você vai ficar ao meu lado na direção da empresa. Não no cargo de diretora, por enquanto, porém, vamos ser treinadas pela minha sócia, que aliás é a mulher mais bem sucedida que conheço. - Polly dispara a falar, mas nem está prestando atenção em mim, seus olhos estão grudados em Evie. - O foco dela é administração focada em Publicidade e propaganda, e como isso não tem absolutamente nada com a minha mente criativa, vou precisar de você ao meu lado. - ditou.
- Antes que recuse a oferta da sua irmã, - mamãe adentrou a cozinha e sorriu em minha direção. - quero que saiba que estou disposta a cuidar da Evie no seu horário de trabalho e que, se você precisar de estágio de Jornalismo com foco em redação, posso conseguir uma entrevista para você trabalhar nos fins de semana comigo...
Queria dizer que não precisava, que as duas estavam fazendo demais por mim e que talvez eu não merecesse absolutamente nada daquilo, talvez não fosse nem capaz, mas não poderia. Eu precisava parar de me menosprezar e passar a acreditar que eu conseguiria fazer qualquer coisa que eu me esforçasse para fazer.
- Eu aceito. As duas coisas. Vou trabalhar com você, Polly, e mamãe, aceito sua ideia de estagiar nos finais de semana. - digo sorrindo triunfante.
Meu coração estava quebrado em um milhão de pedaços, mas ninguém mais precisava saber disso.
- As duas coisas ao mesmo tempo? - Polly me olha admirada.
Obviamente minha irmã não esperava tamanha coragem de minha parte, eu nunca fora a destemida, trabalhadora e independente, essa era ela. Mas, agora eu precisava ser tudo isso e muito além, não só pela minha filha, mas por mim também.
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Próximo capítulo é o ponto de vista do Jughead... O que vocês acham? Ele recusou a Katherine no meio tempo que a Betty foi embora ou não? E qual acham que vai ser a reação dele quando ele se deparar com o apartamento sem a filha e a Betty?? Em em??
Espero que tenham gostado!! Comentem muito!!!
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ᴄᴏɴsᴇϙᴜᴇɴᴄᴇs 彡 ᵇᵘᵍʰᵉᵃᵈ
Roman d'amourEra para ser um caso de apenas uma noite, mas tudo muda quando Elizabeth Cooper descobre que está esperando um filho de um cara que ela nem se quer sabe o nome. Mas o destino resolve brincar com a jovem, e o pai da criança que ela espera é transferi...