Teenagers

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Péssima idéia isso de ir procurar por ele, perdi meu tempo e provavelmente meu pai vai me matar.

Abro a porta de casa silenciosamente, passo pela sala quase conseguindo chegar até o quarto e escuto um pigarreio alto, suspiro me virando para meu pai:

— Olha, eu posso explicar...

— Gerard, o que já conversamos sobre horários? Você só tem 16 anos, você tem noção disso? — Ele me diz e me seguro pra não revirar os olhos.

— Eu tenho pai, é só que adolescentes saem, chegam tarde... — Tento convencer ele.

— Onde estava? E por que chegou tão tarde noite passada? — Ele pergunta sem mudar a pose de "pai preocupado".

— Hoje eu passei na Hanna, e ontem eu fiquei jogando video game até tarde com meus amigos... — Minto o fitando.

— Sobe e toma um banho, logo iremos jantar. — Ele adverte num tom triste.

Caminho até ele.

— Desculpa pai. Juro que ligo da próxima vez.

— Sabe como fico preocupado Gee, você sabe que sua mãe...

— Sim pai, mas isso nunca mais vai acontecer. A mãe me protege lá de cima. — Sorrio e o abraço.

— Você e Michael são as únicas coisas que me restaram, eu me preocupo com vocês.

— Eu sei pai, eu sei. — Digo e me afasto— Eu te amo, pai. — Já me direciono para escada.

— Também te amo Gerard. — Ele diz.

Meu pai vive preocupado desde que minha mãe morreu, mas ele precisa superar e confiar mais no mundo. As vezes me preocupo com ele, está sempre sozinho quando não está trabalhando. Tem dias que organizo eventos familiares pra animar ele, arrasto o Mikey junto, ele odeia. Faço o que posso, não gosto de ver ele triste e nem sozinho.

Tomo meu banho pensativo, acabo de lembrar do lost boy, meu novo problema escolar. Ele não deve ser tão ruim afinal, só deve ser um garoto mal compreendido pelos pais e pelo mundo, um punk! Deve ser isso.

Me deito na cama e olho pra janela cansado. Acabo dormindo pensando no traficante.

No outro dia acordo mais cedo que o esperado, faltam tipo duas horas pra mim ter que acordar. É uma boa hora pra um cigarro.

Me levanto e concluo minhas higienes matinais, ponho qualquer moleton e saio silencioso. Sigo pra uma pista de skate abandonada.

Ultimamente tenho pensado bastante naquele cara, será que eu quero mesmo saber da vida dele ou... droga, devo estar vermelho agora. Enfim, será amor à primeira vista ou instinto detetive?

Rio e acendo um cigarro. Garoto idiota, se apaixonando por um traficante.

Ora ora, olha quem também vem fumar na pista essas horas da manhã. Frank Iero, o garoto perdido. Não tinha percebido suas olheiras antes, ele me olha e aceno sorrindo, ele me ignora. Me levanto indo até ele e me sentando ao seu lado.

— Não finja que não me viu. — Digo tragando meu cigarro.

— Na verdade eu vi, só não queria falar com você. — O baixinho diz e me olha.

Nossa, que djavu, sinto que já vivi isso antes. Será que na minha vida passada eu também conversei com um garoto rebelde e mal criado?

— Olha, não precisa me odiar, a gente pode até se dar bem sabe? — Olho seu cigarro.— Fumamos o mesmo cigarro.

— Legal né. — Responde sem animação.

— Por que não vai pra escola e tem uma vida normal sem ficar preocupando sua mãe? E seu pai? Trabalha sempre? — Pergunto indiscreto.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora