Under Pressure

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  A ligação que eu senti com o traficante, droga. Acho que vou ter que recorrer ao meu amigo que não havia citado antes, pelo motivo de que se eu ficar lembrando eu vou chorar sempre.

Pronto, agora já era. Vou falar sobre meu melhor amigo, Bert McCracken, a pessoa mais louca que já conheci nessa movimentada vida. Mas no caso do Bert foi inesperada a nossa amizade, o garoto extrovertido que não tem medo de dizer o que pensa e o garoto introvertido que prefere não gastar saliva a menos que seja pra sua sobrevivência. Crescemos juntos, conhecendo cada vez mais um ao outro e nos tornando íntimos o suficiente a ponto de contar qualquer coisa e pedir qualquer ajuda, mas por ele estar longe agora eu não gosto de pensar nele pois eu me sinto muito sozinho sem ele, ele é meu único amigo de verdade.

Pego meu celular e procuro o número nos contatos, tento me segurar com os olhos marejados. Escolho seu contato e espero na linha ansioso. Eu não converso com ele há mais de 7 meses:

— Gee? Resolveu lembrar de mim?! — Bert praticamente grita animado e ao escutar pela voz, sorridente.

— Bert... — Sorrio e inconsequentemente me escapa uma lágrima de meu porão secreto.

— Senti sua falta. — Diz após dar um longo suspiro. — Então você tá precisando de mim, certo?

As coisas foram se juntando tanto a ponto de eu precisar desabafar, e ninguém melhor do que Bert pra me escutar, aliás, ninguém nunca viu esse meu lado chorão e indefeso.

— Eu meio que... — Limpo meus olhos marejados e as lágrimas já escapadas. — Preciso do meu melhor amigo, i'm under pressure.

— É tão orgulhoso a ponto de não dizer um "eu também senti sua falta, Bert do meu coração"? — Ele solta aquela gargalhada familiar que não escuto à tempos.

Sorrio balançando a cabeça negativamente.

— Vou te contar, eu...

— Não não, amanhã eu estou aí. — Ele diz e sorrio grande.

— Bert, não brinca comigo... e seu pai?

— Fiz ele odiar Pittsburg e agora ele está com saudades da secretária de Summit. — Diz e rio.

Dou um pulo animado ao telefone.

— Então amanhã já está aqui?

— Claro. — Ele responde? — Então a gente vai conversar pessoalmente sobre seu problema, baby.

— Hey bitch...

— Say, my beautiful bitch.

— Eu te amo. — Sorrio.

— Ah, que viadagem, eu também te amo. Tenho que ir e... Tchau. — Ele desliga.

Em poucos minutos minha vida ganhou esperanças, agora estou ansioso com a chegada de Bert. Certo, como eu conto pra ele que eu estou querendo me drogar só pra ver o traficante? Talvez ele faça como ele sempre fez, dê na minha cara pra mim cair na realidade, sempre funciona.

Me levanto animado e vou tomar um banho ignorando totalmente o fato de Iero ter sido arrogante comigo, e eu estar sentimental por ter saudades da mamãe e me sentir sozinho por tanto tempo. Apenas tomo meu banho e sigo com a minha habitual vida.

(...)

Olho para os lados confuso, como vim parar no banheiro da escola? Me olho no espelho vendo um pouco distorcido o meu reflexo e semblante de idiota. Meu coração quase para com o vulto passando atrás de mim, me viro rapidamente assustado e com os olhos arregalados. Vejo alguém entrando em um box, eu sei exatamente quem é, meu traficante misterioso.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora