Heaven Help Us

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     P. O. V. Gerard

   Já é madrugada, as minhas tentativas de ligação para Bert foram em vão, todas rejeitadas. Começo a me preocupar e quando fico prestes a levantar do banco na sala de espera, Bert aparece surpreendendo à mim e à seus pais:

  — Filho, onde esteve? — Tio Adam se levanta.

  — Precisei resolver alguns problemas. — Ele fita sua mãe.

  — Meu filho... — Amy se levanta com os olhos marejados e se dirige à Bert.

Inacreditavelmente os dois se abraçam, me sinto mais aliviado por tudo não estar perdido e sorrio fraco. Uma enfermeira corre até nós com o sorriso brilhante no rosto:

— Senhora Mccracken acordou. — Ela quase grita e todos nós nos olhamos sorrindo. — Todos podem entrar mas sem tumulto.

Ela nem termina de dizer e corremos até o quarto, meu coração pula de alegria. Sinto meus olhos marejarem, o que eu mais queria aconteceu e agora Hanna acordou, vou finalmente poder dormir sabendo que ela está bem. Chego ao quarto e encontro Hanna sorrindo e então Bert e eu corremos até ela a abraçando:

— Vó, você está realmente acordada. — Bert diz com uma voz chorosa.

— Nós sentimos tanto a sua falta. — Choro abraçando Hanna.

Ela não responde, pois ainda está se recuperando de sua posição. Mas ela sorri as vezes e em seus olhos podemos enxergar um brilho que nunca percebemos antes, ela não se anima muito ao ver Adam e Amy, mas todas as vezes que ela olha para mim e para Bert, eu sinto que ela está feliz de verdade assim como eu.

Passamos o resto da madrugada com Hanna mas logo tivemos que deixar ela descansar, aceito ir pra casa com meu pai e descansar lá. Já Bert não quer voltar pra casa, irá esperar Hanna por mim, sorrio me orgulhando de seu gesto.

(...)

Duas semanas se passaram e Hanna já se encontra em casa, a cada dia que passa ela fica mais forte do que antes, Bert e eu nos tornamos super protetores desde o dia em que ela pôde receber alta. Agora ela insiste em querer fazer o jantar sozinha, Bert e eu observamos sentados à mesa:

— Meninos, não vou ter nenhum piripaque. — Ela ri anasalando.

— Não vamos mais arriscar, quando soube que teve um AVC, quase tive um infarto de preocupação. — Digo sério.

— Eu fico feliz de que estejam bem e não tenham feito nenhuma besteira por conta disso. — Hanna sorri se virando à nós. — Eu não iria suportar o fato.

— Gee... — Bert me chama.

— Sim?

— Posso falar com você? — Ele pergunta baixo.

— Escondendo coisas de mim? Passaram a não confiar mais em uma idosa doente? — Ela pergunta risonha.

— Nada disso, dona Hanna. — Bert sorri. — É segredo de irmãos.

— Certo, mas logo o jantar fica pronto, não se atrasem. — Ela diz e volta a cozinhar.

Saio com Bert até ao jardim. Ele parece se preparar pra finalmente poder dizer, suspira e passa as mãos pelo rosto:

— Você precisa falar com Frank. — Ele diz finalmente.

— Frank? E por quê? — Rio sarcástico. — Pra ele continuar se drogando e acabar morrendo por isso e eu ficar muito mais triste do que eu deveria?

— Não é bem assim, Gee. — Ele suspira. — Quando eu estava resolvendo algumas coisas, eu encontrei ele. E percebi que ele anda pior do que a gente.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora