Vampires Will Never Hurt You

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  P. O. V. Gerard

Bebo o café em minha xícara como de costume, exalo o aroma do café e me sinto mais energético ao fitar a janela e visualizar o sol raiar pela manhã. Voltar a vestir o uniforme da escola é estranho, antes tudo fazia mais sentido, hoje nem tanto. Meu pai sai da cozinha indo se arrumar para o trabalho, Mikey se senta na mesa como de costume e logo Frank ao meu lado, beijando minha bochecha gentilmente. Estaria tudo perfeito se minha mãe ainda fosse viva, eu sinto falta dela frequentemente, mas não gosto de demonstrar que me sinto incompleto sem ela, eu tento seguir.

Ao terminar nosso café da manhã seguimos pra escola, Frank segura minha mão enquanto caminhamos até a escola, sorrio achando maravilhosa a idéia de ter ele comigo pra sempre. Mikey revira os olhos e resmunga o caminho todo, ele diz que somos muito melosos e grudentos, eu acho engraçado essa atitude.

Chego à escola e adentro com Frank, algumas pessoas param boquiabertas ao nos ver, mesmo que tenhamos já aparecido juntos antes, nunca de mãos dadas. Alguns "amigos" antigos me fitam de longe, desvio meu olhar evitando contato, mesmo que tenha sido por conta deles que conheci Frank, eles não me faziam bem. Mikey desaparece assim que pisa na escola, é como se ele matasse aula todo dia.

Me sento na arquibancada com Frank conversando sobre eu ter que buscar meus exames hoje pela tarde, Bert se aproxima cabisbaixo e se senta ao lado de Frank sem dizer sequer uma palavra:

— O que houve? — Frank quebra o clima tenso enquanto prestamos atenção em Bert.

— Quinn e eu terminamos. — Bert suspira. — Ele é um idiota.

— O que aquele imbecil fez? Vou bater nele. — Digo cruzando os braços ficando sério.

— Eu estava dormindo na casa dele e quando acordei, desci as escadas e me deparei com ele flertando com uma garota na cozinha. — Bert responde emburrado.

Suspiro, é duvidoso esse lance de Quinn flertar com uma garota do nada no mesmo ambiente que Bert, mas nada é impossível. Troco de lugar com Frank me sentando ao lado do meu melhor amigo e abraço ele de lado, Bert é infantil e cara de pau na maior parte do tempo, porém ele ainda é um excêntrico sentimental, ele só se abala por algo que realmente o importa:

— Deve ser uma vadia. — Murmuro fitando a paisagem. — Mas não mais vadia que você. — Sorrio.

— Não mesmo, ele nunca vai achar alguém mais vadia que eu. — Ele sorri fraco fitando o horizonte.

— Isso, eu mesmo nunca encontrei. — Sorrio e ele sorri grande se levantando. — Cansei, quero conhecer gente nova, tem uma garota muito linda ali e eu quero muito dar uns beijos nela.

— Boa sorte. — Frank deseja e sorri.

— Pra vocês também. — Ele manda beijo já dando as costas e saindo.

— Mas já temos sorte. — Frank puxa meu rosto de leve e aproxima sua boca da minha, arregalo os olhos sentindo meu rosto esquentar e desvio com vergonha.

— Estamos no meio da escola. — Sussurro sem olhar em seus olhos.

— Você ainda acha que não perceberam que somos namorados? — Ele ri anasalado.

Sorrio balançando a cabeça negativamente e dois garotos nos surpreendem ao se aproximar e nos olhar com reprovação, suspiro já sabendo pelo o que esperar:

— Tem como vocês serem nojentos em outro lugar? Ninguém é obrigado a ver isso! — O mais baixo exclama.

— Ninguém é obrigado a ver a sua cara de cu e mesmo assim você tá aqui. — Frank responde e o garoto se enfurece vindo pra cima de nós, seu colega o-segura.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora