Bury Me in Black

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    P. O. V. Frank

Gee encosta a cabeça em meu ombro enquanto assistimos à um filme passando em algum canal de televisão, seguro sua mão carinhosamente enquanto presto atenção no tal filme. Uma pausa é realizada e os comerciais logo começam, um comercial me chama atenção, é de um jornal local. "Jovem é agredido em banheiro de aeroporto e o agressor foge", arregalo os olhos vendo a câmera se aproximar para meu rosto no câmera de vigilância. Me preparo pra bronca de Gerard mas ele não diz nada, curvo meu pescoço tentando enxergar seu rosto e expressão e percebo que ele já adormece. Pego o controle e desligo a televisão rapidamente, não é bom ele saber disso. O pego no colo levando ele pro quarto, seu sono é tão pesado que ele sequer se mexe. Coloco Gerard na cama e o cubro, suspiro imaginando que logo a polícia pode bater na porta me procurando. Eu vou ter que recorrer à minha última opção, respiro fundo antes de concretizar o plano em minha mente e me sento ao lado de Gerard o observando dormir serenamente. Passo a mão em seu rosto macio e sorrio vendo o quão lindo ele é, eu não me arrependo nem um pouco de ter dado uma surra naquele imbecil, aliás estou esperando ele se recuperar pra dar outra.

Beijo seus lábios sem o acordar e coloco minha jaqueta saindo do quarto, meus dias estão contados.

(...)

Entro no maldito prédio indo direto à maldita sala, tudo é maldito nesse lugar, me sinto encurralado. Chego à porta da sala e Kalv me impede cruzando os braços com um sorriso satisfatório, reviro os olhos:

— Preciso falar com Dutch. — Digo e ele ri.

— Tantas vezes sendo avisado, você não é nada sem nós, Iero. — Diz e vejo um pouco de verdade em sua frase, no final eu sempre acabo aqui.

Cruzo os braços esperando ele parar de falar sobre meu fracasso e logo o gigante me dá passagem e bato na porta já entrando:

— Ei, Dutch. — Chamo entrando na sala e seus olhos se dirigem à minha figura.

— Iero, veio aqui pra eu limpar a sua barra? — Ele junta as mãos esboçando uma expressão séria.

— Sei que não vai sair de graça. — Digo já me arrependendo de ter vindo.

— Que bom que sabe. — Dutch sorri. — Sei o que fez com o mimadinho, e sei que você está "foragido". — Ele faz aspas imaginárias com os dedos e volta a juntar suas mãos.

— Preciso da sua ajuda. — Murmuro.

— Claro que precisa, Iero. — Ele se vangloria e abre a gaveta acoplada em sua mesa e tira uma caixa preta e grande.

Não sei o que esperar, não sei nem se volto vivo pra casa hoje. Dutch abre a caixa e balanço a cabeça negativamente.

— Não, sério isso? Não confia em mim? — Pergunto e fito as drogas na caixa.

— Pra falar a verdade? Não! — Ele pega a seringa e um pote pequeno.

— Não vou fazer isso. — Me viro inquieto.

— Um subordinado vai no seu lugar, você vai ganhar proteção e vamos convencer por bem ou por mal de que esse capanga mandado que fez isso com o mimado. — Dutch explica e suga com a seringa o líquido dentro do misterioso pote.

Me viro ansioso, se eu fizer isso de novo não sei se vou conseguir parar tão facilmente. Isso não é nem o pior, o pior vai ser quando ele pedir a coisa em troca, Gerard vai ficar muito puto.

— Tá. — Me aproximo receoso. — E depois disso?

— Depois você volta a trabalhar pra mim e sua proteção e da família do seu namoradinho se sucede pacificamente. — Ele diz satisfeito.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora