I Never Told You What I Do For a Living

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             Na noite passado eu quase não dormi, isso graças ao Bert mandando mensagens por áudio pra um certo alguém. Preparo o café com Hanna:

       — Então vai trabalhar naquele cinema? Mas ele se encontra tão longe. — Ela coloca os pratos na mesa.

     — Nem tão longe, é seguro e vou poder ajudar meu pai. — Digo.— Bert já saiu do banheiro?

    — Ele não estava no banheiro, eu estava. — Ela sorri.— Ele estava no quarto com você, querido.

    — Ah, sim. — Sorrio fraco.— Deve estar fumando no jardim.— Digo indo até o jardim e já discando com meu celular em mãos.

    Espero Bert atender, mas cai na caixa postal e me preocupo. Suspiro colocando as mãos no rosto, eu deveria ter pegado o número de Quinn.

Reviro os olhos e disco pra Frank. Ele atende:

— Frank, desculpa ligar logo pela manhã. — Digo..— Mas preciso perguntar, tem o número do Quinn? — Pergunto apressado.

— Sim, aconteceu alguma coisa? Parece nervoso. — Sua voz me passa certa calma.

— Não, eu só preciso falar com ele mesmo. — Respondo mais calmo.

— Certo. — Ele diz e me envia o número.

— Obrigado, de verdade. — Agradeço.

— Por nada, tchau. — Ele se despede.

— Tchau. — Desligo e ligo imediatamente para Quinn.

Bert as vezes some do nada, na melhor das vezes é por conta de algum garoto ou uma festa de última hora. Na pior das vezes, é por conta de uma crise repentina e provavelmente ele se afastou. Quinn atende:

— Quem é?

— Quinn, você está com o Bert? — Pergunto esperançoso.

— Gerard? Bem, o Bert não tá comigo não. — Ele responde e meu coração se aperta.

— Desculpa, se encontrar ele diga que preciso falar com ele. — Digo e desligo.

O que eu vou fazer agora? Por onde posso procurar ele? Onde vou encontrar ele? Suspiro longamente tentando me conter. Volto à cozinha sorridente:

— Ele saiu com Quinn, mas esqueceu a carteira. — Minto.— Preciso levar pra ele, juro que volto rápido. Tudo bem se eu for?

— Claro, querido. — Hanna vem até mim e me abraça.— Tome cuidado.

— Sempre tomo. — Retribuo e saio em seguida.

Começo andando mas quando me vejo já estou a correr, já não sabendo mais por onde procurar. Procuro por todos os cantos que provavelmente Bert poderia estar, logo paro de correr e ponho uma mão no rosto tendo uma ideia de onde ele esteja. Vou até sua antiga casa, encontro Bert sentado na varanda da casa abandonada e suspiro aliviado. Me aproximo:

— Bert, poderia ter falado comigo. Fiquei preocupado, sabia?

— Desculpa Gee, eu precisava ficar sozinho. — Quando me aproximo mais percebo algumas garrafas já vazias mas que provavelmente tinham álcool.

— Bert! — Pego uma das garrafas lendo o rótulo.— Andou bebendo de novo?

— É só que... — Ele de repente começa a chorar sem conseguir terminar.

Me sento junto o abraçando, as vezes ele se sente só, não por conta dos amigos e companheiros, mas sim por conta de seus pais. Deus sabe lá quando Bert viu sua mãe pela última vez, o pai está sempre trabalhando e nunca tem tempo pra conversar nem passar o tempo.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora