Helena

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  P. O. V. Frank

Procuro por alguém no meio das luzes piscantes e coloridas, pessoas dançam suadas por todo o local, a música alta ensurda meus ouvidos e só penso em encontrar algo. Saio da casa de luzes, sinto o ar fresco invadir meus pulmões e procuro por meu maço de cigarros nos bolsos. Alguém solta uma risada de repente, me viro e encontro a pessoa encostada na parte de fora da casa. Tudo escuro, não consigo enxergar:

— Do que está rindo? — Pergunto sem entender.

— Peguei seus cigarros. — Começo a reconhecer a voz. — Quer eles de volta?

— Quero. — Me aproximo desconfiado de Gerard e ele me puxa pra um beijo repentino.

Estranhamente não me afasto e nem impeço, o beijo vai se tornando mais profundo e nossas línguas parecem acostumadas uma com a outra. Gerard para com a falta de ar, não me contento e colo seu corpo ao meu e desço minha boca até seu pescoço e começo a beijar a área, ele me afasta ofegante:

— Olha, não somos compatíveis. — Ele sorri ofegando.— Você não tem nada, nem família você tem. — Ele se afasta.

— Gerard não diria isso. — Respondo me assustando minhas próprias ações.

— E nem faria isso. — ele se aproxima e instintivamente trocamos olhares. Não sei mais no que acreditar.

Gerard se ajoelha e olho para os lados, ele só pode estar louco.

— Mesmo que tivesse alguém, você não iria se importar. — Ele diz abrindo meu zíper da calça.

Abro os olhos ofegante e passo eles por todo lado tentando reconhecer o local, uma casa desconhecida. Meu braço dói um pouco, noto seringas e garrafas vazias por toda parte. O cheiro de álcool invade minhas narinas, me levanto com dificuldade lembrando do sonho que tivera.

Por que diabos eu sonhei com isso? Com Gerard, e ele... Droga, devo ter bebido demais ontem.

P. O. V. Gerard

Me sento na cadeira da cozinha com o coração um pouco acelerado, o que meu pai tem a me dizer? Ele se senta à minha frente e junta as mãos me fitando:

— Gerard, sabia que Frank vendia drogas? — Ele pergunta direto.

— E- eu? Como eu pod... — Ele me corta.

— Não minta pra mim, ou você estará encrencado mocinho. — Ele diz e suspiro.

— Olha, ele não faz isso por que gosta. — Digo receoso.

— E faz por que? Gerard, isso é muito ruim. — Meu pai suspira e me fita preocupado.

— Pai, eu não conheço ele tão bem mas se você me deixar eu posso... — Ele novamente me corta.

— Não, não pode mais andar com ele, não quero que mantenha amizade com ele, Gee. — Meu pai se levanta.

— Mas pai... — Digo mas ele diz por cima.

— Mas nada, vai me obedecer. — Ele praticamente grita.

Me levanto nervoso e saio da cozinha indo até a escada mas decido voltar e ele me olha:

— Só mais uma coisa, senhor "eu que mando". — Digo e ele cruza os braços.— Eu acho que sou gay. — Digo e saio antes mesmo de ver sua expressão ou escutar qualquer outra coisa.

Em vez de retomar a escada, saio de casa sem pegar qualquer coisa minha. Esfrego o rosto estressado, foi o pior momento pra contar isso. Caminho pensativo e de repente o dono dos meus pensamentos aparece na minha frente, Frank me fita com uma expressão preocupada:

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora