Summertime

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  P. O. V. Frank

Acendo um cigarro me sentindo ansioso. Falar com o chefe não é nada fácil, ele é do tipo de pessoa que só irá atender se valer a pena. Me mandaram esperar aqui então é quase um bom sinal.

É como uma diretoria, só que bem pior, claro. Meu chefe abre a porta me fitando furioso, apenas dá espaço pra minha entrada e assim o faço. Entro e ele se senta em sua cadeira giratória e se pronuncia:

— Iero, espero que seja importante. — Ele pega o cinzeiro e estende à mim.

Percebo que ainda estou com o cigarro em mãos e imediatamente apago ele no cinzeiro, sinto um frio na barriga mas finalmente tomo coragem pra responder:

— Dutch, quero uma vida honesta. — Digo e ele ri pegando um baseado em sua pequena caixa na gaveta.

— Vida honesta? Não é tarde demais? — Ele pergunta acendendo a droga entre seus dedos.

— Nunca é tarde. — Respondo e ele retira qualquer expressão brincalhona de seu rosto e me fita sério.

— Encontrou uma garota? Foi isso? Ou um grupo de apoio? — Ele pergunta e quando fico prestes a responder, Dutch prossegue. — Não me diga que quer ser policial.

— Não é isso. — Digo e suspiro. — Quero uma vida normal.

— Lamento, isso não vai ser possível. — Ele traga.

— Mas Dutch, eu... — Ele me corta.

— Acabou seu tempo, Iero. E aproveitando que está aqui, quero que faça uma entrega importante. Pois quero saber se ainda posso confiar em você. — Ele cerra os olhos.

— Agora?

— Não, pra ontem. — Ele diz e pega o telefone.— Vá até Lagrana e ela te auxiliará. — Ele ordena e fico sem posição de reclamar.

Me levanto me amaldiçoando por ter em primeiro lugar nascido, saio da sala e chuto uma lixeira fora da sala irritado. Envio uma mensagem à Gerard, dizendo que não posso ir com ele hoje na Solvier's. Droga, sempre que encontro uma luz no fim do túnel isso acontece.

Vou até Lagrana desanimado.

P. O. V. Gerard

Tomo meu banho animado, só de pensar no que aconteceu ontem me dá borboletas no estômago. Saio do banheiro com uma toalha na cintura e outra secando o cabelo, ele já está grande, acho que logo corto.

Pego o celular e sorrio vendo o ícone de mensagens me chamar, meu sorriso se desfaz em segundos. Frank não vai poder ir comigo, é, o que eu estava esperando? Que ele saísse comigo e começássemos a namorar? Ridículo, Gerard.

Me troco com o maior desânimo e me deito um pouco irritado. Ele nem deu uma desculpa, eu poderia fingir acreditar em alguma se pelo menos existisse. Fecho meus olhos forçando, quem sabe Deus me escuta e me mata logo. Estou quase morrendo quando Mikey me grita de seu quarto e me assusto ressuscitando. Me levanto me arrastando até seu quarto:

— Eu te bateria se tivesse forças. — Digo até que calmo entrando no quarto e me jogando em sua cama.

— Ouvi que o amigo do pai é rico, será que nosso pai vai se casar com ele? — Ele brinca.

— Seria ótimo chorar com dinheiro em volta. — Sorrio fraco.

— Como Hanna está? — Ele pergunta.

— Muito bem, ela até já dança o dia todo. — Rio.

— Que bom, seria preocupante se ela não se recuperasse. — Mikey diz.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora