Cemetery Drive

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    Bert sobe para o quarto com Frank. Ajudo Hanna com a mesa, o silêncio cobre todo o andar de baixo. Suspiro e quebro o silêncio:

— Hanna, me desculpa por agir daquela forma. — Digo secando os pratos.

— Tudo bem, Gerardzinho. — Ela responde.

— Não, não tá. Eu só fiquei irritado pelo fato de todos já terem notado isso, menos ele. — Digo e bufo.— Não queria ter descontado em você.

— Gee. — Ela sorri.— Fiquei feliz quando me chamou de vó.

— Mas você é uma verdadeira vó pra mim. — Sorrio junto.— Obrigado por tudo, e por favor, me perdoa.

— Claro que perdôo. — Ela me abraça.— Frank também gosta de você querido, só não está pronto pra dizer. — Ela sussurra em meu ouvido.— Seja mais paciente, querido.

— Vou ser. — Respondo retribuindo o abraço.

Terminamos e subimos. Entro no quarto e encontro Bert mostrando alguns desenhos meus do fundamental pra Frank, respiro fundo:

— E isso, encontrou onde? — Me sento na cadeira próxima ao computador.

— Não importa. — Bert observa o caderno com Frank.— Você sempre desenhou bem.

— Realmente. — Frank diz sem tirar os olhos do desenho.

— Obrigado gente. — Me levanto e pego o caderno. — Mas que tal a gente fazer algo produtivo?

— Eu nunca? — Bert sugere e sorri animado.

— Claro, mas no seu caso suco. — Respondo.

— Vodka. — Ele sugere.

— Cerveja.

— Gim.

— Vinho ou nada. — Digo decidido.

— Droga. — Bert reclama e desce indo pegar as bebidas.

— Ele tem problemas com bebidas? — Frank pergunta.

— Um pouco. — Digo brincando com o anel no meu dedo.— Você ainda... usa?

— Drogas? Não, não uso. — Ele responde e sorrio.

— Quanto tempo? — Pergunto orgulhoso.

— Uma semana. — Ele responde sem animação.

— Isso é bom. — Digo e Bert chega com o Whisky e o vinho. Bert já tinha sua coleção de copos de beber no quarto, estranho, eu sei.

— Então é o seguinte, vamos brincar de eu nunca. Quem já tiver feito bebe, quem nunca tiver feito fica no seco. — Bert sorri ao termina sua frase.

— Quem começa? — Pergunto.

— Eu. — Bert mesmo já quase grita e se senta no chão com Frank e eu.— Eu nunca tive um "crush" no ensino médio.

Todos bebem.

— Minha vez. — Digo.— Eu nunca fiz besteira bêbado. — Olho Bert que já vai bebendo seu vinho.

Frank bebe o whisky.

— Pode contar. — Bert se aproxima de Frank curioso.

— Uma vez eu bebi demais numa festa, acabei acordando tipo... pelado no telhado. — Ele sorri envergonhado.

— Meu Deus, tem fotos disso? — Bert pergunta boquiaberto.

— Bert! — rio.

— Minha vez. — Frank se pronuncia.— Eu nunca usei na escola.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora