Our Lady Of Sorrows

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    P. O. V. Gerard

Acordo me espreguiçando e esfregando os olhos contente, antes mesmo de abrir os olhos me recorre a noite passada na mente e sorrio animado. Abro os olhos disposto a encontrar claridade no ambiente mas me assusto ao notar olhos curiosos sobre mim, é sua mãe:

— Você não é o garoto inteligente da escola? — Ela pergunta direta me fitando fixamente.

— Ah, sou sim. — Me sento na cama passando a ponta dos dedos por meu cabelo os ajeitando de leve. — Estávamos estudando e acabamos dormindo. — Minto sem saber o que dizer e me viro vendo Frank dormir serenamente.

Até ao dormir sua feição não esboça muito sentimento, suas sobrancelhas levemente curvadas como se estivesse bravo, sorrio achando lindo o seu jeito. A mulher praticamente passa por cima de mim e chacoalha Frank o acordando e estragando toda a sua serenidade, ele acorda confuso sendo sacudido por sua mãe aloucada:

— O que foi? — Ele resmunga ainda sonolento abrindo os olhos.

— Vá buscar cigarros, os meus acabaram ontem. — Ela pede e se levanta saindo do quarto finalmente.

Fico horrorizado ao ver a cena ocorrida e olho Frank esperando sua reação:

— Desculpa, ela é insuportável sempre. — Ele me diz e esfrega os olhos.

— Tá tudo bem. — Respondo e me levanto pegando minhas coisas. — Vou pra casa.

— Que tal se... fossemos hoje a tarde... — Ele diz e fito seu rosto. — Na Solvier's? — Ele pergunta e sorrio.

No meu ponto de vista, Solvier's é uma cafeteria onde casais vão pra se exibir de seus relacionamentos duradouros e ainda desfrutam de uma boa receita. Frank me convidando assim pra sair logo depois de ontem? Mãe, tem dedo da senhora nisso?

— Sério? — Pergunto animado.

— Sim, eu só preciso resolver umas coisas. — Ele responde e olha sua mãe voltando e revira os olhos.

— Se não for comprar, vou usar esses seus baseados que usa pra vender. — Ela diz e me fita novamente.— Não use drogas, garoto. — Ela volta à cozinha fazendo Deus sabe o que.

— Me acompanha até a porta? — Pergunto.

— Claro. — Ele diz.

Ele se ajeita e sai comigo, a rua pelo dia parece menos perigosa. Admito que depois de ontem fiquei com um grande medo desse lugar, o que me salvou foi conhecer Frank. Me viro à ele sem saber o que dizer, me recordo da noite passada e aí que as palavras se escondem em minha mente. Ele resolve quebrar meu gelo:

— Desculpa por ter feito você vir no meio da noite. — Ele põe as mãos nos bolsos fitando o chão.

— Não foi nada, eu faria novamente. — Respondo e ele então traz seus olhos até os meus e percebo que ele entendeu de outro modo. — Não foi por causa do... do beijo. — Digo mais baixo a última parte.

— Então... Não gostou? — Ele demonstra uma expressão triste.

— Não é isso. — Ruborizo me lembrando o quanto foi bom. — É que... eu... — Já me vejo estragando tudo novamente e ele ri anasalado.

— Já entendi, eu estava brincando. — Ele sorri sem mostrar os dentes.

Sério que ele me fez ficar assim? Droga, eu estou ficando mole mesmo. Reviro os olhos mas sorrio.

— Idiota. — Digo dando as costas.

— Sem beijo de despedida? — Ele pergunta e travo sem saber o que responder. — Certo, foi uma brincadeira. — Dessa vez ele gargalha e me viro.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora