Cancer

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   P. O. V. Gerard

Entro no carro do homem com Bert ao meu lado, talvez eu não devesse ter aceitado, mas eu teria perdido a tal coisa sobre o Frank. O homem disse que era sobre o "chefe do Frank", não posso perder essa chance.

Bert segura minha mão com força observando o carro, segundo ele estou fazendo a coisa errada. Confesso que sinto um pouco de arrependimento por ter entrado no carro de um estranho qualquer, mas se é sobre Frank eu quero saber. Finalmente chegamos e saímos, um prédio aparentemente abandonado é o destino, sinto um frio na barriga só ao olhar:

— Meu Deus, Gee. — Bert se agarra à mim. — Vamos morrer!

— Ninguém vai morrer, garoto. — O homem sai do carro e vai na frente.

Acompanhamos ele receosos, outros homens vigiam o local atentos, o caminho é estreito e um pouco apertado os corredores. Depois de algumas escadas chegamos ao tal local, o homem para em frente à uma porta:

— Só Way vai entrar agora. — Ele diz.

— Nada disso, não vou deixar ele sozinho. — Bert cruza os braços.

— Tá tudo bem. — Digo. — Vou ficar bem. — Sussurro pra Bert e entro com o homem.

A sala é grande com poucos móveis, armários em volta de toda a sala, todos com cadeados. O homem sentado ao pequeno escritório tem um bigode engraçado, roupas formais e um semblante assustador, ele nota minha presença e cruza os braços:

— Way? — Ele pergunta e estranho o fato de ele parecer estar me esperando.

— Sim... — Respondo observando a sala de cor escura.

— Sente-se, vamos conversar sobre Frank Iero. — Ele sorri e me assusto com a reação totalmente inesperada.

Me sento e olho pra trás fitando o homem da cicatriz em frente à porta, logo me viro para o homem do bigode novamente. Me arrisco a perguntar:

— Desculpa, mas quem é o senhor?

— Pode me chamar de... Dutch. — Ele volta com sua expressão séria. — Então Way, primeiro me diga qual a sua relação com o nosso pequeno marginal? — Ele junta as mãos esperando minha resposta.

Não é como se eu fosse responder com veracidade, não sei se isso vai ajudar Frank ou não. Minto pra evitar conflitos:

— Nós somos amigos. — Digo e ele revira os olhos.

— Certo, certo, não importa. Eu só sei que desde que você entrou na vida do Frank, ele só me enche com essa história de "mudar de vida". — Me diz quase sem pausas. — Na cabeça dele, ele pode ser alguém. — O tal Dutch ri.

— Mas ele pode ser... — Digo e ele me fita mortalmente.

— Já sei de onde sai tanta esperança agora. — Dutch diz e se aproxima ainda sentado, me afasto desviando o olhar. — Posso dispensar ele, pra ele ser livre como um animal selvagem feliz. — Ele me diz e sorrio.

— Sério? — Um pingo de esperança me consome.

— Sim. — Ele diz e sorri. — Mas infelizmente todos que são dispensados acabam morrendo. — Ele diz e desfaço meu sorriso. — Geralmente quando se é um traficante igual ele, sem nada mas que consegue vender bastante do produto, os caras ficam verdes de inveja. Eu dou proteção, mas caso eu os abandono... — Ele para de falar. — Pá! — Ele quase grita simbolizando um tiro e me assusto. — Os caras vão atrás e acabam com a vida do miserável.

Youngblood - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora