The One That Got Away

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Dia 15 de Março, 16h M West .

Taylor

Morar com a Lauren é tão diferente e internamente triste. Vê-la com Camila era ruim, fazia mal ao meu coração. Mal por não ser eu ali no lugar dela e mal por me sentir um lixo ao pensar tal coisa contra a minha irmã. Sinto ódio de mim por  mentalmente ter desejos de sabotar alguém que só fez me ajudar. Merda! Por que tinha que ser tão complicado.

Ignorando esses terríveis hábitos, eu tinha o gosto peculiar e detalhista de observar os muitos sorrisos de Camila. É um verdadeiro bônus ter tamanha proximidade para relatar cada um deles em minha mente. Meus batimentos sempre aceleravam e eu contava os segundos para que ficassem dessa forma. Amar em segredo nunca me fez ter um quase gostinho tão ácido. Doía em mim saber que aquelas duas estavam noivas.

Queria muito que fosse um outro mundo, queria voltar no tempo e tentar me aproximar direito de Camila. Os dias vividos naquela cobertura com a tal só faziam esse meu lado ilusório ser cada vez mais trouxa. Camila se apoderava da minha imaginação, e eu nunca levei tais fantasias tão a sério. Distrações sempre eram bem vidas, já que o  quadro geral em volta da minha mãe é terrível.

Mamãe não iria sair da cadeia tão cedo. Harvey entrou com alguns recursos, porém o juiz é duro de se convencer. Eu tentava guardar o sofrimento só pra mim. Lauren preocupada e vigilante era de longe a pior coisa já inventada. Me tratando como se tivesse cinco anos.

Lauren seguia os conselhos do meu irmão, sendo assim não tardou em comprar um teclado pra mim. Tocar do mesmo realmente me acalmava e outras vezes servia de escape para expressar o que não podia revelar a Camila.

Conforme eu ia me soltando musicalmente, fui ganhando apreciadores dentro daquela cobertura enorme. O primeiro a migrar para me ouvir foi o John, seguindo o bom gosto veio o tal do Sam e por último Lauren. Minha meia irmã gostou tanto das minhas trilhas adaptadas que comprou um piano de calda, esse que enfeitava sua aconchegante e elegante sala de estar. Todas as tardes após a escola eu fazia o meu mini show ali. Hahaha.. Lauren sempre tinha pedidos especiais que incrivelmente se junto a minha performance transformando-a para algo voltado ao jazz. Descobri que não era a única dominante de tal instrumento, Lauren era do tipo que gostava de se mostrar aos poucos, e me arrancou sorrisos simples ao vê-la fazer seus solos. Camila por outro lado quase nunca estava em casa nesses meses pós escola. Segundo Lauren, Cabello grudou em Allyson devido a todos os preparos relacionados aos gêmeos.

Todos os contrastes de convivência com Lauren, Camila, Sam, Tom e John se tornaram uma parte boa, quer dizer, nem tanto comparado ao que meu coração sente por alguém em especial.

Fora daquela cobertura alguns fotógrafos e jornalistas continuavam na minha cola. Na Constance não eram diferentes, sempre esperando do lado de fora. Eu odiava todo aquele assédio de negatividade e afirmações falsarias à respeito da minha mãe. Lauren fez o que estava ao seu alcance, aumentando o número de seguranças. Ela me tratava como se fosse a indefesa, a menor, completamente focada e protetora, chegou ao ponto de abrir mão do seu lugar cativo na cafeteria para me fazer companhia no almoço, já que após o Natal Mendes iniciou a sua mini turnê de aberturas nos shows do Justin Drew. Meu amigo ficaria dois meses fora.

...

Sexta-feira 15:30 h da tarde.

Hoje foi mais um dia de provas no colégio. Todos focavam em atingir as pontuações desejadas. Fiquei satisfeita com a minha prova e segundo meus cálculos finalmente tinha passando em história com louvor. Essa matéria me aterroriza, tanto que estou repetindo pela terceira vez. Hoje surpreendi a todos na sala Inclusive Camila. Fui a primeira a terminar a prova. Meu sorriso nunca foi tão extenso naquela semana.

NYB 2ª Parte em revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora