Maison

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Fiquem atentos aos sinais, nada acontece simplesmente por acontecer.
Obs: Mesmo que certos acontecimentos sejam desagradáveis para uns, os tais são responsáveis pelo amadurecimento da história, e caso ainda sintam estranheza na certa vai da percepção de cada um com os personagens.

Lauren volta para sua cobertura, não querendo nada além de se afundar nas suas amarguras. Lembranças lhe assombravam cada canto do apartamento.
Apesar da raiva e toda aquela junção louca de rancor com ódio a de olhos verdes condenava-se por não poder controlar tamanha saudade da menor em meio aos seus braços. Lauren retira do bolso o anel não menos arrebatador, esse contendo muitos significados e filmes do passado. Filme que antes lhe parecia com rumos felizes e românticos, mas agora se tornava um filme de terror. Porque lhe afetava tanto? Não tinha sido Camila a errada da história? A culpada, quem fez escolhas loucas? Então porque Jauregui sentia-se culpada? Como se tivesse pegado pesado? Porque Lauren não conseguia colocar o ódio a cima de tudo? A olhos verdes com função de refúgio para si mesma precisava acreditar que dia após dia iria ser menos entretida com aqueles lapsos torturantes do passado ao lado de Camila. Ela precisava esquecer, pois do contrário como iria se reerguer.

Lauren

Subi na moto com o coração quebrado em milhares de pedaços, meu trajeto foi cheio de tentativas e vontades de quem sabe romper minhas chances aqui na Terra. A decepção misturada a traição de Camila sufocavam minha mente. Eu queria tanto não pensar em algo relacionado a minha ex noiva, mas parecia impossível. Droga! Aquilo me machucava mais e mais. O pior de estar ligada a Camila era o fato deu estar lhe desprezando e morrendo de saudades ao mesmo tempo. Acreditar no que tínhamos ainda atormentava meu ser. Eu queria esquecê-la e ao mesmo tempo não esquecer. Chego a cobertura contando com os oferecidos pelos cômodos como solução de distrações, porém o contra golpe ao cruzar a linha de entrada é somente mais uma facada cravada nas minhas vontades. O conjunto de lembranças presentes em cada canto do meu apartamento faziam frente ao meu eu que contestava o que nunca se teve, o que nunca deveria ter levado para frente. Amor que nunca foi real.

Vou até o piano meio afetada pelos efeitos da bebida. Deixo a garrafa de vodka no seu lugar de direito sobre o piano. Me sento e começo nas minhas aprendizagens com Taylor. Musica sempre solta o que queremos dizer e muito mais. Recupero meu autocontrole deixando de lado um pouco daquelas lágrimas infinitas.

"Não é um momentinho bobo

Não é a tormenta antes da calmaria

Este é o último suspiro profundo

Deste amor no qual estávamos trabalhando

Parece que não consigo abraçá-la como quero

Para senti-la nos meus braços

Ninguém vai vir salvar você

Já demos alarmes falsos demais

Estamos acabando

E você também consegue perceber isso

Estamos acabando

E você sabe que estamos condenados

Minha querida, estamos dançando lentamente num quarto em chamas"

Eu tentava não chorar, mas era difícil demais, Camila me vinha na memória. Me lembrava do dia em que lhe convidei para um recomeço, estava tão ansiosa, nós dançamos juntinhas e foi tão mágico. Lembro que tinha totalmente certeza que Camila viria, e ela não só apareceu como ao fim colocou no dedo o anel de lacinho. Dali pra frente tudo só fez melhorar, com exceção do desastre sobre meu pai e os desentendimentos dentro dos Cabello. Nós éramos o refúgio uma da outra. Ela me abraçava todas as noites, e eu sabia que tudo ficaria bem. Volto a cantar na esperança de me ver livre daqueles fantasmas.

NYB 2ª Parte em revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora