D&N

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Em 1928 as mulheres eram vistas como acessórios para se exibir... Objetos incapazes de expressar opiniões ou tomar decisões

-As telefonistas.

Normani

O que poucos sabem e sinceramente quem deveria saber não é? Sou somente mais uma novata que encontrou deslumbres na típica veterana popular. A velha história, clichê demais para aguentar, porém irresistível demais para me fazer abrir mão. Dinah Jane Hernandez é o seu nome. Capitã do time de polo do colégio, essa ao qual não consigo retirar os olhos, a desculpa para escolher fazer educação física estava ligada a mesma, sorte minha não ter excluído tal matéria da grade.

Nós fazíamos educação física juntas faz um tempinho, ela se quer me notava, sempre muito ocupada com suas atenções divididas para trolar Shawn Mendes e ouvir o vasto vocabulário da prima sofisticada, Camila Cabello. Não lhe julgo, afinal de contas, Camila é a rainha por aqui, desde que cheguei a esse colégio todos só fazem falar na mesma, assim como vivem enfatizando o lado de Taylor Swift sua principal rival.

O comitê de boas vindas foi fora do meu esperado, digamos que a tal da Mandy era do tipo curiosa até demais. Sorte que fui o máximo vaga com ela, afinal de contas ninguém ali precisava saber da trágica situação financeira que ocorria na empresa do meu pai.

Por falar em situação financeira, foi por esse motivo que me mudei de Atlanta para New York. A empresa do meu pai estava numa crise tão grande que fomos obrigados a congelar os bens. Agora dependíamos da minha mãe em total sustento da família.

Ela não ganhava o tão farto recheado de cifrões comparados ao lado paterno, mas sua carteira de Juíza segurava as dívidas no fim do mês. Uma oportunidade com promessas de dobradas de salário surgiu, então mamãe colocou como primordial, mudarmos para New York.

Ao longo da nossa crise, meus pais simplesmente cortavam de tudo menos a minha escola, apesar de ser muito cara eles faziam questão que continuasse ao menos mantendo esse padrão.

Faz um ano que cheguei a Manhattan, descobri um novo mundo, óbvio que essa descoberta em si deu com a entrada para Constance. Aquela sociedade um tanto restrita, me apavorava muito. Eles tinham motivos de sobra para me fazer passar vergonha, virar chacota diante da falta de poder capital era um tanto comum. A escola, pouco aceitava bolsistas, o indicador do mesmo contava com até cinco entrantes para o colégio por ano. Esmagador e preconceituoso.

Não faz muito tempo e eu vivia com esse tipo de pensamento, esnobando sempre os menos favorecidos financeiramente.

Antes de viver as crises assoladas pela falência, não me conformava em vestir roupas que não fossem de grife, primeira classe era tão medíocre para mim já que sempre podia contar com o jato da família. Exigia presentes caros e viagens esgravatastes todos os anos nas costas dos meus pais, a coleção da Cartier com foco na "pantera" foi um dos meus últimos desejos, esse somando-se a viagem para Barcelona.

A crise financeira nos assolou antes que pudesse realizar por completo meus últimos pedidos. Digamos que tive de me contentar somente com a viagem para Espanha.

Viagem que ficou marcada permanecente em mim, viagem que me deu um presente permanente, o tão sonhado despertar de atenções da Srta Jane sobre mim.

Priorizando o luxo, a tal se hospedou no mesmo hotel em que eu estava, infelizmente a fatídica noite de encontro tomava poucas horas de proveitos, já que no dia seguinte voltaria para Manhattan.

Meu início desastroso com Dinah foi até engraçado. Depois de arrumar as malas, sai em busca das atrações noturnas do hotel. Priorizando a boate do mesmo, onde passei vergonha ao insistir que meu cartão ainda tinha créditos para comprar mais bebidas. Infelizmente e felizmente diante das minhas passadas de vergonhas uma chegada um tanto inesperada, de voz conhecida e praticamente beirando o inacreditável mesmo estando diante dos seus olhos e cabelo para lá de bem trabalhado. O ar de mulher poderosa, alta e curvas bem definidas, por pouco não fizeram minha baba escorrer. Dinah Jane Hernandez estava praticamente ordenado educadamente e não menos rígida pra que o garçom idiota colocasse minha bebida na sua conta.

Respirei fundo muitas vezes naqueles segundos pra lá de impactados com sua chegada. Um tapa para meu autocontrole falho, vê-la toda arrumada, elegante ali tão de pertinho provocava erupções de sensações, as batidas do meu coração que o diga.

Dinah não perdeu sua viagem, mergulhando descaradamente para me descobrir. Ela disparava perguntas, cantadas e piadas sem parar. Sempre mais satisfeita quando arrancava risadas minhas, quebrando o gelo com eficiência, uma conquistadora de raiz, fazer o que. Já me sentia satisfeita por ter dispersado sua atenção, sem ambições futuras, por mais que acreditasse em contos de fadas não os colocaria ao nível de Dinah Jane Hernandez querer algo permanente até a morte comigo, bem... era isso que eu pensava.

Saímos do rumos de perguntas e respostas diretamente para pista de dança. Lugar onde Dinah diz eu ter lhe conquistado por completo, já o primeiro a marcar ponto foi o meu sorriso.

Dinah

O que seria da minha noite caso não passasse segundo meus padrões. Sempre contando com companhias para toda madrugada. Mas digamos que naquela noite em especial todos os meus creditados ao lado noturno é solteiro ao qual firmava como ideias para minha vida foram simplesmente derrubados pelo encontrado diante da bancada do bar no Hotel W em Barcelona. A cidade ao qual sempre fui apaixonada julgava ser a minha amante, me trouxe o que tanto desejava e nem sabia ao certo o que era até me ver completamente hipnotizada, travada e duvidosa sobre me meter entre sua pequena discussão com o garçom.

Tomei coragem e segui caminhando não menos pousada de inabalável até a tal, o garçom idiota tremeu na base com minhas advertências, não fiquei diferente dele assim que ela se virou. Seus olhos analisadores percorriam sem vergonha alguma por mim, o impacto dos tais me atingia mais e mais a cada minuto, porém tirando o lado sem saber o que fazer disparei todas as tentativas possíveis e ao conseguir provocar um sorriso seu já finalizei minha noite como ganha.

"Normani" como fui cega, ela sempre esteve lá, estudávamos na mesma escola, mas que drogas, como nunca reparei nela? Minha cegueira estava para lá de alta, sorte que na Espanha pareceu não seguir os rumos de Manhattan. Camila na certa também possuía parte da culpa, sempre me envolvendo nos seus esquemas loucos, fora o chato do Mendes e suas críticas sobre eu ser muito competitiva em campo, ele que vá tomar conta da própria vida.

Aquelas distrações não certa cegavam o meu redor, e nunca se quer notar Normani estavam inclusas nos lados danosos de ter uma prima cismada com status.

Sorte que minha cidade nunca me decepciona, e naquele sábado as onze horas descobri o diferente, o intenso, algo usurpador que me puxava mais e mais rumo o caminho infinito aberto no meu coração.

Batimentos agitados, bem disfarçados pelas minhas esprecoes de menina descolada do Upper, obrigada Camila. Manter o controle era o segredo, nada de gaguejar, entre uma piada ou outra, uma cantada e elogios não exagerados nada de entregar o jogo movido pelos desenfreados internos. Não podia deixar tão na cara, quer dizer, se é que era possível.

Meu autocontrole só dendeu a piorar quando seguimos rumo a pista de dança. Como se adivinhassem que a rainha Dinah Hernandez estava presente e começou tocar Beyonce The End Of Time. Não me intimidei em começar a mostrar meus dons para dança e para minha surpresa Normani se provou profissional, me arrastando com tudo para dentro do seu poço de encantos, meu coração já não aguentava negar, tal paixão floresceu, e antes que pudesse tirar as provas estava ciente do quão não precisava das tais, é nítido.

Suas jogadas de quadril provocantes somadas as minhas em resposta deram fim quando a música parou. Porém nossa dança não parou por ali, já que em seguida nossas línguas assumiam tais ações. Depois da primeira prova não fui capaz de deixar largar, queria mais e mais de Normani. Nossa madrugada incansável não teve intervalos, e infelizmente com o nascer do sol a minha namorada teria de partir rumo a vida real, não tardei em propor um rótulo a mesma, dependente por completo de Normani. Ela não fez joguinhos e assim como eu entrou no ritmo ligeiro dizendo sim a todos os oferecidos.

Levei-a até o portal de embarque e o resto vocês já sabem.

NYB 2ª Parte em revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora