Ambos sabemos

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Imagino-a no seu quarto deitada com o coração completamente devastado.

Imagino o seu estado de sofrimento por minha culpa, odeio-me.

Quando é que chega a parte em que corro para os braços dela e lhe dou um beijo apaixonado, acordo nesta manhã chuvosa com o vento a abrir a janela, fazendo os cortinados voarem, não me levanto, sei que tenho que preocupar-me com o meu emprego e com os meus fãs mas como é que vou arranjar cabeça para me preocupar com toda a loucura em que vivo se ela não está comigo?

Poderia pedir a alguém que me levasse para o primeiro dia em que a conhecia, onde todo o seu rosto brilhava de felicidade porque ela tinha alguém que a tratava bem, tratava-a com respeito e foi algo que sempre tentei mas que infelizmente nunca consegui. Levantei-me, fechei a janela, tomei banho, vesti-me e desci as escadas.

Ao chegar ao fundo das escadas da casa da minha mãe, vejo-a.

- Bom dia filho – sorriu a minha mãe colocando um casaco nos seus ombros

- Bom dia Harry…

Aproximei-me dela, o seu cabelo estava esticado e observei cada traço do seu rosto queria aproximá-la ainda mais de mim mas tive medo, Ana, vestia umas calças pretas justas, camisa branca, cobrindo esta com um bluser também este preto e decorando com um fio de brilhantes. Aproximei-me ainda mais dela, mas a minha mãe travou essa minha batalha.

- Eu vou sair filho, o pequeno-almoço está na cozinha… - ela virou-se para Ana e sorriu – Eu desejo-vos o melhor

A minha mãe saiu de casa.

- Ana? – perguntei-lhe confuso

Ela elevou a sua cabeça, e o meu coração parou.

O olhar dela era cansado, reparei que ainda tinha os olhos inchados, os seus lábios estavam muito vermelhos e também inchados, a sua expressão era de desespero por respostas que eu sabia que ela tinha medo de as fazer.

- Eu não tenho bem a certeza do que estou aqui a fazer… - respirou ela afastando-se de mim sentando-se no sofá

Ana, colocou os cotovelos nos joelhos, e as mãos na cara sentei-me de imediato ao pé dela. Coloquei o meu cabelo para trás num gesto de nervosismo, estava também a tentar conter-me para não a abraçar aqui e agora.

- Eu estou só muito cansada… - começou ela

- Estou nervosa e preciso de algum lugar calmo onde estar, preciso de estar ao pé de alguém que me traga por um segundo a paz que eu costumava sentir…

- Eu sei que estou errada e estar aqui ao pé de ti, em ter pedido á tua mãe que me abrisse a porta em ter vindo a correr para aqui… eu sei que isto não está certo – ela olhou para mim com lágrimas nos olhos - Foda-se, já chega de sofrer…

- Imploro-te que esqueças a tua parte racional assim como a minha já está apagada… e deixes-me ter a paz que costumava sentir contigo – conclui-o ela abraçando-me

Aqui estamos nós, Harry e Ana, o meu nome está sempre cruzado com ela ambos vivemos neste ciclo de palavras cruzadas onde drama, amor, saudade, e loucura correlacionados, eu não lhe neguei o abraço e ficou claro que o meu coração está partido á metade assim como o dela, abracei-a com toda a força que tenho. Não houve palavras que me fizessem quebrar o silêncio que ambos procuramos naquele momento. As nossas mentes estavam cansadas de lutar contra o sentimento que ambos possuímos.

- Isto não signifique que eu volto para ti Harry, isto significa a nossa despedida… - ela sussurrou

Concordei. E olhei para ela.

I used to know youWhere stories live. Discover now