Revirar a página

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Voltei para casa, sentei-me completamente chocada com o que tinha acabado de acontecer. Ele não se lembra e no pior dos casos ele pensa que sou uma fã, quis tanto esquecer-me de quem nós havíamos sido e do que tínhamos conquistado juntos. Reparei no recado do meu manager no telemóvel que hoje tinha uma sessão fotográfica. Sorri porque seria uma forma de esquecer o pesadelo que estava a viver.

Dirigi-me para o meu quarto e peguei na minha viola e senti-me desesperada por tocar aquilo que o meu coração sentia. Dor era o que se sentia na harmonia que na minha casa se reflectia.

Baby, trás de volta o que fomos. E volta a deitar-te nos meus braços e eu prometo que te farei esquecer o passado que já nos atormentou mas hoje torna-nos mais fortes

Toquei durante a tarde toda, sentia-me pela primeira vez feliz e sorridente. Só a minha paixão pela música me fez esquecer aquilo que eles queriam que lembra-se. Por dias esqueci-me de quem era porque abdiquei da minha alma por eles, mas isso não voltará a acontecer. Nunca mais me farão sofrer.

Levantei-me e encostei a minha viola preta há cama. E sorri em frente do espelho. “ Voltarei a ser aquela rapariga sonhadora por quem te apaixonaste “. Coloquei as chaves no carro, e dirigi-me para o estúdio onde iria fazer a sessão fotográfica, ao chegar sentei-me na cadeira e deixei tornarem-me linda e fantasiada e naquelas roupas luxuosas deixei-me fotografar.

Não seria o dia perfeito nem a oportunidade perfeita para chorar, não era o dia para o esquecer mas era a altura perfeita para sorrir com ódio a tudo aquilo que Harry já me haveria feito.

- Perfeita. Continua assim querida –dirigia-me o fotografo profissional

Havia algo em mim hoje que eu não conseguia explicar. Bebia champanhe para comemorar algo que nem eu própria saberia o que era. Segundo os meus amigos também eles fantasiados, era devido há minha carreira que aumentava a olhos largos. Sorri-lhe feliz e contente. Cansei-me do drama e continuei a beber, e queria sair da depressão horrível que vivi estes dias. Cansei-me de entregar o meu coração a quem só o parte.

De volta há liberdade. Não quis ir para casa e preferi divertir-me com os meus “amigos” e fomos há próxima discoteca que havia ali perto. Sorri e na minha roupa ainda esta luxuosa eu andava, com um copo de champanhe eu sentia-me importante e necessária.

Alguém iria fazer esquecer a loucura que as noites nos davam, eu faria esquecerem-se dos problemas que os namorados ou noivos e até mesmo maridos lhes causavam. Não sou assim, não queria ser assim, mas tentei resistir ao pecado mas não consegui. Porque ele não se lembrava de quem eu era. 

- Ana! Hoje estás demasiado bonita para saíres há rua sozinha! – ria-se o meu amigo Drew

Sorri-lhe e continuei a caminhar. Ao chegarmos há discoteca. Pedi mais bebida, bebi todos os pedidos venenosos que me mandavam, aceitei a minha fantasia louca, aceitei os meus actos menos sérios. Queria que eles fotografassem que eu era feliz sem ele. Bolas! Afinal cansei-me de ser julgada por erros que ele cometeu. Estes rapazes, cercavam a sede louca que eu tinha de ser divertida. Não conseguia aproximar-me de nenhum porque não esquecia algo que ele me tinha dado. O anel. Brilhava mais do que qualquer luz que naquele momento se fizesse evidenciar. Ignorei-os e dançava sozinha, entre os corações a saltar achava que o meu desprezo faria-os parar de me admirarem, observarem-me fazia-me sentir especial mas ao mesmo tempo relembrava-me de todos os momentos menos bons que passei ao lado dele. As luzes juntamente com os flashes entupiam a minha visão curiosa em relação ao futuro.

Eram 6h da manhã cansei-me de estar naquele lugar cercado de pessoas bonitas e elegantes onde a única paixão que elas encontravam era o brilhante que o dinheiro lhe trazia. Odiei-me por estar assim toda maquilhada e exageradamente bonita. Retirei os meus sapatos e corri sozinha, ia-me rindo da minha figura divertida e perdida, nas ruas de Londres andava ainda um pouco tonta com o fumo e glamour que aquela festa tinha. Pelos espelhos que passava eu ria-me de tanto brilho que tinha na face.

I used to know youWhere stories live. Discover now