A d a m

1.7K 188 33
                                    


Estava tudo indo perfeitamente bem. Eu ia beijá-la, mas o toque do meu celular ecoou pelo quarto. Desde então, passei a usar meu celular no modo vibra.

Mamãe havia me ligado para dizer que Yumi, minha ex namorada, estava lá em casa à minha procura. É claro que eu não disse para ela que viajaria. Na verdade, só os meus pais, avós e meu melhor amigo sabiam. As empregadas de casa também, e o motorista, mas isso não vem ao caso.

De acordo com ela, Yumi chegou lá, desnorteada, alegando estar grávida de mim. Mas vamos analisar um pouco, para ver aonde está a mentira: nós terminamos a quatro meses; ela me traiu; nunca fodemos sem camisinha, eu não teria tanta merda na cabeça ao ponto de fazer isso; sempre que ela tentava falar comigo, eu a ignorava. Resumindo. Não há chances dessa criança ser minha. Eu não quero saber daquela vadia, nunca mais!

Eu ia descontar toda a minha raiva em Jalander, mas preferi ir embora, antes que eu fizesse mais besteiras. O meu objetivo era apenas ir lá e entregar os seus pertences, esquecidos na cadeira perto da piscina, mas quando descobri que ela era de Nova Iorque, acabei emendando uma pequena conversa com ela. Aí veio aquele tal de Josh, o ex namorado dela. Quem é esse cara? Porque ela ainda o chamava de amor  sendo que já haviam terminado? Eu odiei ver a felicidade em sua voz ao colocar o celular no ouvido e falar o nome dele.

Depois ela desligou e me fez uma pergunta que me deixou bastante surpreso. Ela havia notado que eu a olhava? Claro, né, idiota. Você só faltou comer ela com os olhos. Logo pensei. Respondi na maior sinceridade. Conversamos mais um pouco, uma conversa estranha, que me deixou irritado, pelo fato de que ela respondia as minhas perguntas com outras perguntas. Eu odeio isso. Mas aí eu ia beijá-la. Senti seus lábios roçarem os meus e logo aquele calor subiu por meu corpo novamente, mas a porra do celular tocou e aconteceu tudo aquilo que já narrei anteriormente.

Quando saí de seu quarto, pensei em voltar lá e beijar aquela boca de verdade, mas me contive. Eu não queria assustar a garota. Ainda podia sentir o pouco e quase imperceptível gosto que seus lábios deixaram nos meus. Peguei o elevador e fui para o andar de meu quarto. Ia me aproximando do corredor, quando vi Justin. Ele me olhou e soltou uma risada. Franzi o cenho, sem entender do que ele ria.

- Do que está rindo? - perguntei.

- Cara, você tá excitado. - ele gargalha. - Quem te deixou assim?

Abaixo a cabeça e arregalo os olhos ao ver o volume em minha calça. Cacete! Será que ela viu? Sorte minha que não cruzei com nenhuma pessoa no caminho. Como eu não percebi antes? Droga.

- Porra, eu não tinha percebido. - digo sem jeito.

- E eu pensava que o pau de asiáticos era pequeno. - Justin faz uma careta. - Mas estou enganado.

- Cala a boca, Justin. - praguejei. - Eu não sou totalmente coreano.

- Mas você nasceu na Coréia, isso não te faz totalmente coreano?

Revirei os olhos.

- Minha mãe nasceu em Miami, meu avô é americano, mas foi com minha avó para a Coréia... aliás, porque eu estou te falando isso? - balanço a cabeça negativamente.

- Você quer provar que seu pau é grande por que não é totalmente coreano, pois se fosse, seu pau seria do tamanho de uma banana nanica. Acertei?

- Vá se foder. - revirei os olhos.

Justin volta a rir e eu coloco as mãos sobre o meu volume, olhando para os lados, para ver se alguém estava por perto.

- Agora falando sério. Quem foi que te deixou assim? - pergunta.

- Não foi ninguém. - bufo.

- Ah, então o seu pau levantou do nada? Você estava com alguém, ou pelo menos pensando em alguém. Cara, eu sou homem, eu sei das coisas.

Suspiro e fecho os olhos, tentando me acalmar. A lembrança de nosso quase beijo voltou a minha mente. Que droga estava acontecendo comigo?

- Foi uma garota.

- O que? Vocês ficaram? - ele arregala os olhos.

- Não! Quer dizer, quase ficamos, mas fomos interrompidos. - suspirei.

- Então quer dizer que gamou em uma desconhecida? - ele sorri. - Se for quem eu estou pensando, boa sorte!

- Boa sorte, por que? - pergunto sem entender.

- Cara, eu vi o jeito dela. Toda louquinha e durona, cheia de estilo, nada igual as garotas mimadas que conhecemos.

Não precisamos citar o nome dela, pois ele sabia exatamente de quem eu estava falando. Nós não poderíamos expor informações nossas no corredor do hotel e correr o risco de alguém ouvir.

Paro para pensar no que Justin havia falado. Ele tinha razão. Jalander não era nada igual às outras garotas. Enquanto as outras usavam roupas caras, salto alto, pintavam a unha de rosa e usavam chapinha, Jalander tinha cabelos encaracolados, usava tênis, roupas largas e as unhas eram pintadas de preto.

- Eu não gosto dela. - me defendi. - Apenas achei ela bonita e resolvi ver no que ia dar.

- Pra você voltar de lá de pau duro, já deu o que tinha que dar. - ele volta a rir.

- Cala a boca, e não conte isso para ninguém! - o ameacei.

- Relaxa, coreano. Não vou contar que você se pegou com alguém e voltou animado. - segura a risada.

Revirei os olhos.

- Não rolou nada entre a gente. Como eu disse, fomos interrompidos pelo toque do meu celular. Foi só coisa de momento. - falei.

- Entendi. Mas, fica de olho aberto, porque eu vi o ruivo dando umas olhadas para ela. - diz Justin e se vai.

Fico parado, digerindo aquilo e vendo o moreno se distanciar. Jacob? Pelo jeito, não fui o único a me sentir atraído por ela. Que merda. Tantas meninas para você querer, e vai querer justo a mais difícil?

Voltei a seguir o meu caminho em direção ao meu quarto. Entrei no mesmo e me joguei na cama. Pensei naquela garota e na conversa que tivemos no quarto dela. Ela era totalmente o oposto de tudo o que eu era acostumado a ver.

Fiquei imaginando como seria a sua pele por baixo de toda aquela roupa, e o seu corpo cheio de curvas. Aqueles lábios carnudos e os olhos arredondados, aquele olhar intenso e desafiador que ela tinha. Quando percebi, eu já estava duro novamente. Eu tinha que dar uma aliviada nele, ou não conseguiria me conter no dia seguinte.

É óbvio que você iria conseguir se conter, você não é nenhum babaca e ela não é um pedaço de carne! - penso.

E assim o fiz. Tranquei a porta de meu quarto e tive a minha primeira masturbação depois da viagem, imaginando ela em minha cama. E foi ali também que tive o meu primeiro orgasmo, pensando em uma garota que havia me tirado completamente dos eixos em um dia.

Be just mine || [PORTUGUÊS-BR] - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora