J a l

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- Com licença. - escuto a voz de uma mulher e levanto a cabeça rapidamente. - Jalander Lee Jackson? - pergunta a ruiva.

- Sim, sou eu.

- Ótimo, querida. Sou Alicia e serei a sua instrutora. Fiquei encarregada de te buscar no aeroporto e te levarei para o hotel. - ela abre um grande sorriso.

- Ah, obrigada. - sorrio um pouco confusa com todas aquelas informações.

- Por favor, Anton, pegue as malas da Jalander. Rápido! - diz com um tom sério ao homem de terno, que nos encarava com uma expressão séria.

Me levanto e coloco minha mochila na costa, apertando minha pequena pasta de documentos na mão direita e o celular na mão esquerda. A então Alicia começa a andar, acompanhada do homem Anton e eu os sigo.

Já fazia alguns minutos que eu havia descido do avião, depois de dois longos dias de viagem. Assim que cheguei, esperei ver uma daquelas plaquinhas com o meu nome, para que eu soubesse quem seria o responsável por me levar ao hotel, mas não achei nada do tipo. Então apenas me sentei em uma das cadeiras que tinha vista para a entrada do aeroporto e me permiti relaxar um pouco as pernas. Eu usava botas curtas de salto, pois fomos alertados de que enfrentariamos um período de frio em Paris, e não mentiram.

Enquanto acompanhava os dois, pude reparar em suas roupas. Alicia usava uma saia preta, acima dos joelhos, meia calça marrom e scarpin também pretos. Uma blusa branca ficava por baixo de seu casaco azul escuro e um cachecol discreto, branco em volta de seu pescoço. Ela carregava na mão um tablet, e não parava de mexer no eletrônico enquanto andava. Confesso que estava torcendo para que ela pegasse um tombo. Minha mãe diz que quem não olha por onde anda, acaba se dando mal, mas Alicia já parecia ser uma expert em andar de saltos, em um piso liso, digitando algo em um tablet sem olhar para onde estava indo.

Já o tal Anton. Ele estava como eu imaginei que a maioria dos homens de Paris devem se vestir. Anton usava uma calça social preta, sapatos também sociais preto e um terno também preto por cima. Em seu ouvido ele usava uma espécie de fone, que não era fone, pois sei muito bem que ele usa isso para se comunicar com alguém do seu trabalho. Anton é tipo um segurança que carrega as suas malas.

- Jalander. - a voz de Alicia invade o ambiente, a olho. - Você vai ficar nesse hotel até amanhã. Então, assim que chegar, se estiver com fome, que acho meio impossível que não esteja, apenas vá ao restaurante com a sua identidade, que eles irão dar o que você quiser. Não precisará pagar. A Universidade cobrirá tudo.

Concordo com a cabeça e assim que saímos do aeroporto, me deparo com a linda imagem de Paris. Carros passando, pessoas com suas roupas de frio, algumas andando com pressa, outras passeando com seus cachorros e filhos. Percebi que íamos em direção à um carro preto estacionado. Anton abriu o porta-malas e colocou minhas malas no mesmo.

- Entre, meu anjo. Você ainda terá muito tempo para explorar a cidade. - Alicia diz, tocando em meu ombro com delicadeza. Sorrio e logo entro no carro.

Alicia entra junto comigo, e em seguida, Anton também faz o mesmo, mas entra e se senta no banco do motorista. Logo lembrei-me de que Anton é segurança, carrega malas e também motorista. Espero que o salário dele seja digno de tal.

...

Após aproximadamente dezoito minutos, o carro vai diminuindo a velocidade, até estacionar perto de uma calçada. Me aproximei da janela e fiquei sem fôlego ao ver o prédio enorme e luxuoso à minha frente. Alicia saiu pela outra porta e eu fiz o mesmo, sendo acompanhada de Anton, que logo abriu o porta-malas.

- Esse é o prédio? - pergunto maravilhada.

- Sim. - ela diz.

Alicia tinha um forte sotaque francês. Mesmo com o seu inglês perfeitamente pronunciado e natural, era perceptível o sotaque parisiense na voz da mulher. Anton... bom, ele ainda não deu uma palavra se quer, nem para fazer perguntas. Talvez ele não fosse muito de falar. Ou ele só está fazendo o trabalho dele de segurança-motorista-bagageiro. Acho que é assim que chamamos as pessoas que carregam nossas malas, não é? Ou devo chamá-lo de mordomo, ou "meu servo"?

- Jalander. - a ruiva me chama. - Venha, querida.

- Ah, claro. - sorrio sem graça e a acompanho, entrando no hotel.

Passamos pela enorme porta automática de vidro e o frio do ambiente me atingiu, por conta de uma central de ar que estava bem acima da entrada. O hall do hotel era simplesmente perfeito, todo decorado nas cores vinho, branco e preto. Cores as quais cairam muito bem na arquitetura interior do hotel.

Nos aproximamos da recepção, onde de relance percebi Anton pousar as malas no chão e respirar um pouco. Ele parecia realmente muito exausto. Eu não daria mais que quarenta anos para ele, já que o homem tinha um corpo atlético e nenhum fio se quer de cabelos brancos. Ok, eu posso ser um pouco detalhista, mas eu aprendi que se você quer ser um bom artista, seja em qualquer área da arte, você tem que ser detalhista. Observar os mínimos detalhes de tudo, é o principal.

- Sou Alicia Dufour. Vim em nome da Mon'Art Academy. - ela fala para a recepcionista. Alicia falava em francês, mas como eu sou fluente nesta língua, entendi tudo perfeitamente.

A recepcionista, então, logo me olha e me lança um sorriso.

- Então ela é a escolhida? - pergunta para a minha instrutora.

Abaixo a cabeça, sem saber muito bem como lidar com isso. A Mon'Art Academy com certeza é muito famosa.

- Sim, agora por favor, precisamos do nosso quarto reservado. - diz a ruiva, seriamente.

- Me desculpe, mas qual o nome da senhorita? - a recepcionista ignora Alicia e me olha.

- Eu me chamo Ja...

- Nós não estamos autorizados a dar qualquer tipo de informação dos jovens aceitos ao público. Por favor... - ela então olha para o crachá da recepcionista, lendo o nome de tal. - Amélia, estamos com pressa e precisamos mesmo das chaves do quarto reservado.

Alicia diz, em um tom sério, encarando a recepcionista. Abaixo a cabeça novamente, sentindo a tensão da conversa.

A recepcionista então parece se colocar em seu lugar e fazer o que a minha instrutora pede, mesmo que contra a vontade. Logo a ruiva assina uns papéis e pega uma chave, com uma etiqueta com o número 11 escrito.

- Esse é o número do quarto. Vamos, vou te levar até lá, e depois terei que dar uma saída.

Fomos até o elevador. Anton nos acompanhava com as duas malas.

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MAIS UM CAPITULO, LADIES. ESPERO QUE GOSTEM, E NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR, OKAY?

Be just mine || [PORTUGUÊS-BR] - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora