A d a m

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Eu não acredito que depois de tudo, isso veio acontecer. Quando eu penso que as coisas vão melhorar, aqueles idiotas dos meus pais surgem das cinzas e destroem todos os meus sonhos. Tiraram a Mon'Art de mim, tiraram Jal de mim, tiraram os meus amigos... nem tive tempo de me despedir deles.

Depois que desabafei com Jal, nós transamos. Transamos não, fizemos amor. Isso. Foi a forma que encontramos de nos despedir e de descarregar tudo o que estávamos sentindo. Eu não cansava de sussurrar em seu ouvido o quanto eu a amava. Ela dizia entre os gemidos que também me amava e que ia esperar por mim. Ela prometeu esperar por mim.

Nos satisfazemos e fiz o possível para aproveitar aquelas últimas horas com a garota que eu amo. Aproveitei tudo. Cada detalhe de seu corpo, cada som, cada sensação, cada toque. Eu prometi à ela que voltaria, mesmo sabendo que o seu ex havia quebrado uma promessa feita a ela e que aquilo a deixava insegura. Mas eu não era o Josh. E eu não iria quebrar aquela promessa.

Saí daquele quarto com o coração na mão, apenas com a roupa do corpo e meu passaporte e documentos, que precisaria para aquela maldita viagem.

Entrei no carro junto com os meus pais. Não troquei uma palavra se quer com aqueles dois. Quando eles falavam comigo, eu os ignorava. Esse era o único jeito que eu tinha de controlar a raiva que eu estava sentindo, e não partir para cima deles.

- Não vai falar mesmo? - pergunta meu pai.

- Deixa ele, amor. Isso é birra. Logo passa. - diz mamãe.

Reviro os olhos e pego o meu celular. Resolvo criar um grupo no Whatsapp e colocar os meus amigos lá: Daniel, Jacob, Justin e Katherine. Não ia colocar Jal. Quero poupá-la de sofrer mais do que já está sofrendo. Depois que os coloquei no grupo, escrevi um texto de despedida, explicando tudo o que havia acontecido e que eu ia voltar para a Coréia. Me desculpei por não ter me despedido e agradeci pelos bons momentos que tive com aquelas pessoas maravilhosas. Também disse para que eles cuidassem de Jal, que agora, mais do que nunca, ela precisaria deles, já que eu não estaria mais lá.

E ao pensar nela, as lágrimas voltaram a rolar. Pensar que eu tive que deixar a minha garota naquele quarto, depois de nos amarmos e saber que não teríamos mais momentos como aqueles, me doía o peito. Eu sentia como se alguém tivesse me dado dez tiros na cabeça e no coração. A dor que eu sentia em ambos, era imensa.

- Eu vou ter uma reunião da empresa, e você vai comigo, Seok. - diz o meu pai.

- Porque? - resolvo perguntar.

- Vou passar a empresa para o seu nome. Depois que você estiver bem acostumado, passarei as demais. - ele falava enquanto mexia algo em seu tablet.

- Não quero essa droga de empresa. - digo.

- Você não tem que querer. - minha mãe se mete. Cerro os punhos. - É a sua obrigação administrar as nossas empresas. Isso é melhor do que estar naquela universidade de merda, fazendo coisas que não te levarão a lugar nenhum. E ainda por cima, namorando aquela negra imunda.

- CALA A BOCA, SUA VAGABUNDA! - grito, fazendo o motorista frear bruscamente.

Aquilo foi a gota d'água para mim. Sem pensar, fui com o meu punho em direção à mulher ao meu lado, mas uma outra mão me impede e logo sinto um soco sendo desferido em meu rosto. Meu pai havia me dado um soco.

- Isso é pra você aprender a respeitar a sua mãe! - ele diz com raiva. - Não foi essa a educação que eu te dei. - grita ele. - RESPEITE A SUA MÃE, ESTÁ OUVINDO BEM?

Não respondo, a minha cabeça começou a girar e eu sentia a minha bochecha ardendo. Raiva estava me consumindo.

- Bem que nós deveriamos ter adotado aquele outro garotinho, em vez desse verme. - minha mãe fala.

Be just mine || [PORTUGUÊS-BR] - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora