J a l - Parte 2

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Escutei batidas na porta e levantei da cama em um pulo. Estava quase cochilando quando me assustei com o toc toc ecoando pelo quarto. Levantei e tentei não transparecer o meu estado pós banho congelante, e respirando fundo. Abri a porta.

- Você... - falei sem nem perceber. - Digo, que surpresa. Aconteceu algo?

Não estava acreditando em quem estava ali, diante de mim. Adam. Ele me olhou novamente daquele jeito intenso e deu um sorriso, mostrando claramente seu constrangimento. Isso o deixou fofo.

- É que... - ele olha para baixo e ergue as mãos rapidamente. - Você esqueceu isso, lá... lá em baixo, na piscina. - diz e gagueja. - Não na piscina, dentro da piscina, tipo na água. Mas... na área da piscina, sabe.

Adam coça a nuca, levemente constrangido. Não entendi porque tamanha timidez. Encaro minhas argolas e meu colar na mão dele e arregalo os olhos. Meu Deus, e se eu perdesse isso?

- Nossa, Adam. Muito obrigada. De verdade, meu Deus. - digo, pegando as jóias de sua mão.

Minha mão toca rapidamente na sua. Ambas geladas, mas nenhum gelo foi capaz de evitar que um pequeno calor surgisse entre minhas pernas. Que porra estava acontecendo comigo?  Ele pareceu sentir o mesmo, pois logo ele deu um pequeno pulinho, quase imperceptível, mas eu pude perceber. Afastei minha mão e coloquei o meu melhor sorriso no rosto.

- Obrigada de novo, novamente. - falo sem jeito.

Ele sorri e se vira para ir embora, mas logo para e se vira novamente para mim.

- Desculpe perguntar, mas, o que significa esse B.B. no cadeado do seu colar? - pergunta o coreano.

- Brooklyn Blues. - digo e ele franze a testa.

- Você mora no Brooklyn? - afirmo com a cabeça. - Em Nova Iorque? - ele pergunta e eu concordo.

- Aonde mais seria? - rio.

- Que coincidência! - ele exclama.

- Porque? - pergunto.

- Cara, eu já morei anos em NY. - diz ele, com uma certa empolgação na voz. - Me mudei para Miami a dois anos.

Deve ser por isso que ele chamou tanto a minha atenção. Ele já morou onde eu morei. Prefiro acreditar que seja por esse, o motivo.

- Sério? Nossa. Então você tem um pouco de NY em você! - sorrio e ele concorda com a cabeça, também sorrindo.

Ficamos nos olhando, sem dizer nada. Aquilo estava estranho, muito estranho. Eu parecia hipnotizada pelo seu olhar, mas logo me desperto de meu pequeno transe, ao ouvir o toque de meu celular.

- É... Preciso atender. - me aproximo da cama rapidamente. Adam permanece parado na porta feito uma estátua. - Pode entrar... se quiser.

Olho para o meu celular que não parava de berrar e vejo o nome Josh na tela. Meu coração, antes já acelerado, aumenta mais ainda os batimentos. Deslizo o dedo para atender e coloco na orelha.

- Uffa, amor. Pensei que não fosse atender nunca. - diz o meu ex-namorado.

- Josh! - falo, exaltada até demais com sua ligação.

Me viro rapidamente para a direção da porta e vejo Adam, já dentro do meu quarto e sentado na mesa que eu usei para comer. Ele me encarava descaradamente, com uma expressão que não consegui distinguir. Respirei fundo e engoli em seco.

- ... amanhã. - Josh diz.

- Espera, o que? - pergunto, totalmente desnorteada.

- Tá tudo bem, Jal?

Be just mine || [PORTUGUÊS-BR] - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora