𝘵𝘸𝘰

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S T E V E

- Pai, eu perdi a hora do ônibus, pode me levar na escola?

Encarei Peter que tentava dar o nó no tênis enquanto andava de um lado para o outro, segundas são totalmente agitadas e fica pior quando Tony não está aqui.

- Levo, tenho que ir para o ateliê hoje, quer almoçar comigo? Pode chamar o Ned, MJ e a Shuri. - ele sorriu e assentiu. - Vem cá, filho.

Ele se aproximou e eu puxei a perna dele para cima da cadeira e amarrei o cadarço da forma certa.

- Pai, eu sou bem grandinho para isso. - ri quando terminei o outro pé. - Você devia deixar a carreira de pintor e virar amarrador de cadarço. - disse sorrindo.

- Vamos que você está bem em cima da hora e a escola é a quarenta minutos daqui. - saímos da casa e pude ver que tinha carta no correio. - Pega pra mim enquanto eu tiro o carro da garagem? - Peter foi andando até a calçada e eu tirei o carro da garagem.

- É para você. - ele entregou o envelope pardo e ligou o rádio, uma música invadiu meus ouvidos.

- Quem é? - perguntei pisando no acelerador.

- É uma música nova que a MJ me mandou agorinha. - ele deu de ombros e ligou o celular. - EU NÃO ACREDITO! - e começou a rir descontrolado.

- O que foi, garoto? - perguntei me segurando para não rir da risada escandalosa dele.

- Sabe aquele cantor que eu te falei esses dias, que é o maior da atualidade? - encarei ele dando de ombros.

- O Justin Bieber? - ele arqueou a sobrancelha.

- Pai, te falei dele a uns quatro anos. - ele riu. - Esse é o Shawn Mendes, é favorito das garotas e pelo visto da MJ também.

- Como? A MJ gostando de coisas que as meninas gostam? - ele assentiu rindo. - Inacreditável.

- Ela está dizendo que vai casar com ele. - ri alto.

- Não acredito! - suspirei tentando controlar o riso. - Essa música é boa, qual é o nome? - meu filho sorriu.

- If I Can't Have You! - ele sorriu. - Eu vou levar ela para conhecer esse cara.

- Leva mesmo, não é todo dia que vemos a MJ como a menininha que ela diz que não é! - rimos.

Conversamos o caminho todo, deixei ele na esquina da escola e tomei meu caminho para o ateliê que era próximo dali.

- Bucky? - chamei.

- Tô aqui! - fui até o escritório e lá estava ele com a Wanda.

- Oi, Wandinha! - sorri beijando o rosto dela.

- O Tony voltou? - ela perguntou.

- Ainda não, tem dias que não consigo falar com ele. - suspirei. - Mas como não é a primeira vez que ele some assim eu fico mais tranquilo. - sorri. - Bom, só queria avisar que cheguei e vou embora depois do almoço.

- Queria ser a chefe para falar assim! -: Wanda brincou.

- Eu só não quero deixar o Peter sozinho. - suspirei. - Ele tem estado meio para baixo com as viagens repentinas do Tony.

- Tadinho do meu afilhado, vamos para casa de praia semana que vem? Tem esse feriado vindo ai. - sorri.

- Pode ser, vou falar com o Peter.

- Fala pra ele chamar a molecada. - ri.

- Para de falar como um velho! - eu disse saindo da sala.

Fui para a minha sala, tinham alguns rascunhos para passar para tela branca, peguei o avental branco logo colocando no corpo.

- Tem certeza que você está bem? - me virei assustado.

- Claro que sim, Bucky. - sorri.

- Acho que as viagens do Tony não estão fazendo só mal para o Peter, você deveria conversar com ele, Steve. - ele disse se sentando. - Sabe, ultimamente vejo você cabisbaixo demais e isso me deixa intrigado, pois sei que você vai desconversar se eu perguntar o que está acontecendo.

- Não está acontecendo nada, Bucky! - suspirei pesado.

- Eu sou seu melhor amigo desde sempre, nós só não nascemos de mãos dadas porque foram de mães diferentes, eu não acredito em nada do que você diz porquê eu sei que você está mentindo. - meu sorriso sumiu.

- Bucky, eu sinceramente só estou chateado. Não é o fim do mundo. - ele deu de ombros.

- Se não quer conversar sobre isso tudo bem, mas eu sei que não está nada bem! - ele abriu os braços.

- Você tá carinhoso demais, Barnes! - entrei no abraço.

- É que eu odeio ver meu melhor amigo assim! - ri baixo e apertei ele. - Eu te odeio, Rogers! - um sorrisinho escapou dos lábios dele.

- Nossa, moça, quem perguntou alguma coisa para você? - ele gargalhou.

- Vamos trabalhar, tomara que não seja mais uma arte do Tony peladão. - ele disse baixo como se fosse uma prece.

- Cala a boca! Aquilo não era o Tony e ele não estava pelado. - ele sorriu.

- Óculos escuro, gravata e só uma folha tampando o garoto. - disse ironicamente. - Acho que era o Tom da pizzaria.

- A culpa é minha se você mexe nas minhas coisas? Era um presente de aniversário de casamento. - suspirei.

- Tadinho do Peter! - riu alto.

- Babaca! - revirei os olhos.

(...)

- Juízo, crianças! - eu gritei da janela do carro, eles vão passar a tarde na casa do Ned fazendo alguma coisa.

- Te amo, pai! - Peter disse sorrindo.

- Também te amo, filho! - ele abriu a porta e saiu.

Dirigi rápido até a minha casa que não era muito longe dali, deixei o carro na garagem e liguei os alarmes.

- Jarvis? - chamei pela inteligência artificial. - Pode pedir comida mexicana para mim?

- Sim, senhor Rogers. - sorri. - Tem uma encomenda para o senhor na sala.

- Obrigado, Jarvis! - fui para o quarto e tomei um banho. Vesti uma bermuda de moletom e fui para a sala.

Lá estava uma caixa. Tony mandou. Abri cuidadosamente, haviam flores ali e um bilhete que eu abri sorrindo.

"Amor,

Prometo que voltarei em alguns dias, desculpa me ausentar, mas era algo importante na filial de Los Angeles, comprei uma casa aqui para nós passarmos as férias.

Com todo o amor,
seu Tony"

Sorri fraco e levei tudo para o quarto, guardei o bilhete e coloquei as flores na água. Me deitei na cama e relaxei um pouco, meu corpo estava pedindo por isso. Bucky e eu conversamos muito pela manhã e agora eu estou mais tranquilo em relação ao Tony.

Isso até meu celular tocar indicando que havia chego mensagem, com muita preguiça fui pegar o celular achando que era o Peter pedindo para que eu fosse buscar ele. Mas era um número desconhecido, e as mensagens me destruíram como se facas estivessem cravando no meu ser, então esse é o famoso coração partido?

𝘽𝙀𝘾𝘼𝙐𝙎𝙀 𝙄 𝙃𝘼𝘿 𝙔𝙊𝙐Onde histórias criam vida. Descubra agora