Caráter experimental

222 26 7
                                    

Inclinando o corpo Elizabeth fica a poucos centímetros do rosto do amigo e mesmo hesitante pressiona seus lábios contra os do loiro.

Era assustador para ela o sentimento novo ardendo dentro de si. Surpreso Meliodas escorrega o braço para o lado e encara a albina que já arrumava a postura novamente, ele poderia pensar que tinha sonhado, se não fosse por ela que riu suavemente enquanto limpava o pouco batom que havia ficado nos lábios dele.

Definitivamente algo tinha mudado entre eles.

~×~

O silêncio um tanto quanto desconfortável instalou-se no cômodo nos minutos seguintes, enquanto Meliodas permanecia estagnado olhando o rosto da albina que no momento questionava-se mentalmente se havia sido uma boa idéia beijá-lo.

Constrangida ela olha para a cabeceira da cama e morde a parte interna do lábio tentando a todo custo não demonstrar seu desapontamento em ter esperado uma reação contrária do outro.

O loiro acorda de seu devaneio quando Elizabeth tenta se afastar. Ele se senta rapidamente na cama e fecha os olhos com força ao sentir os ouvidos apitar e a visão ficar ligeiramente turva; quando finalmente o mal-estar passa ele ergue a cabeça e estica o braço a tempo de segurar o pulso dela que já estava de pé.

- Onde você vai?

- Eu... Vou embora.

- Não.

Ele puxa Elizabeth para sentar-se novamente e se arruma para ficar frente a frente com a mesma.

- Você tem algumas coisas para falar não é?

A Liones suspira e encolhe os ombros arrumando a barra de seu vestido, no intuito de evitar o máximo possível encarar o loiro nos olhos.

- Tenho?

- Elizabeth - Meliodas suspira - não se faça de sonsa.

Ofendida ela olha feio para ele que sorri de lado.

- Eu não sou sonsa!

- Calma - Meliodas ergue as mãos acima da cabeça - eu quero conversar sem brigas.

- Tudo bem.

Elizabeth encara o loiro e em seguida respira fundo notando que uma longa e talvez assustadora conversa está para acontecer. 

- Você tem que pedir desculpas para o Estarossa 

A expressão suave do loiro se torna brava imediatamente e ele resmunga.

- Não vou.

- Você bateu no seu irmão sem ter motivos.

- Eu tinha...

Não, não tinha motivos. Elizabeth não tem relacionamento nenhum com ele a não ser a amizade e isso não justificava sua crise de ciúmes ao vê-la quase sendo beijada por Estarossa.

Seu estômago embrulhou-se depois de constatar que na verdade sua crise de ciúmes, vista de outro modo, era deveras infantil. Mesmo que odiasse admitir isso, nada a impedia de ter algum envolvimento com o irmão dele.

Mais uma vez, era frustrante.

- Eu só estava protegendo você do meu irmão, ele é um cafajeste.

As sobrancelhas claras levantam-se e Elizabeth inclina a cabeça para trás, gargalhando. 

- Eu conheço seu irmão desde pequeno, sei bem como ele é. Estarossa nunca promete nada para as garotas com quem fica, elas que criam ilusões e depois acham que ele se aproveitou delas.

LiesOnde histórias criam vida. Descubra agora