Capítulo V

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Já era começo de tarde quando os três terminam de atravessar a Garganta do Diabo, as terras além da Garganta eram secas e com poucas árvores, eles tomam muito cuidado ao andar por lá, não desviavam o olhar para paisagem só se concentravam no caminho a frente. Demorou mais algum tempo até chegarem em um desvio, ha direita estava o caminho para a capital e a esquerda o caminho que levava até a Cidade das Engrenagens, seguiram pela esquerda como estava no plano, levaram mais duas horas  até o destino. A cidade ficava no meio de duas montanhas pequenas de terra e areia, Noam e Ashy ficaram surpresos com a cidade, as construções iam deste o chão até nas paredes, o design era totalmente diferente, algumas feitas de barro, outras de pedra mas o que mais chamou a atenção eram as feitas de metal, assim que chegaram na cidade eles deixam seus cavalos em um estábulo pequeno perto de uma taverna bastante movimentada, Jason levanta seu capuz apesar do horário o dia ainda estava muito quente, ele entrega dois panos pretos para seus companheiros que colocam no rosto.

– Escutem, aqui é um lugar bastante perigoso. – ele olha em volta e continua. – não devemos chamar a atenção, vamos comer e descansar. Não encarem ninguém, já vou deixar claro nessas regiões as cidades são bastante divididas em duas facções, grande parte puxam para magia como nosso reino, mas há também as cidades mais tecnológicas como esta, é normal ver pessoas usando próteses de metal, ou armas de fogo, muitos aqui são mercenários e não gostam de forasteiros, se quiserem comprar alguma coisa me avisem.

– Da pra explicar a parte tecnológica de novo? – pediu Ashy.

– Olha, aqui e em outras cidades são focadas na tecnologia, ou seja inventores geralmente vivem por essas cidades, eles procuram evoluir suas habilidades criando armas de fogo, como pistolas, fuzil, ou  ajudar os outros, criam próteses etc. Aqui existe coisas que muitas pessoas do reino nem sonham.

– Ou seja essas cidades são para mais comércio? – pergunta Noam.

– Sim. Muitos feridos em batalhas vem aqui em procura de próteses, mercenários atrás de armas. No reino o rei não e pró a revolução maquinaria, neste segmento somos uma piada para as pessoas aqui, nesse meio as cidades que não procuram tecnologia são saqueadas.

– Mas a magia é muito poderosa. – se posicionou Ashy.

– Sim, mas o tempo necessário para conjurar um feitiço não é tão rápido quando disparar uma arma. Mas isso vocês vão entender com o tempo, o importante agora é não chamar atenção. Por ser uma cidade puxada pelo comércio, muitas espécies passam por aqui, se descobrirem que nós pessoas do reino estão aqui vamos ter sérios problemas.

– Eu ouvi que as pessoas dessas terras odeiam o reino. – diz Noam.

– Sim, pelo simples motivo de não deixarmos ninguém entrar no nosso território. Somos uns filhos da putas para eles, que só nos importamos com nós mesmos. Logo em frente tem um hotel vamos descansar nele.

Os três andam alguns metros mas é o suficiente para os dois entenderem o que Jason explicou, eles viram ogros, orcs, um ou outro gigante, até mesmo fadas pelas ruas movimentadas por causa do comércio, as lojas eram desorganizadas, muitos dos produtos ficavam na parte de fora por causa do pouco espaço que tinham nas lojas, os dois observaram um orc, com próteses do braço direito que ao invés da mão tinha uma lâmina desgastada, e outra prótese na perna direita, perceberam que um olho dele era diferente, Noam percebeu que aquele olho era feito de metal, os dois estavam surpresos com aquilo tudo. Não demorou muito até chegarem no hotel e se instalarem nos quartos.

– Escutem, amanhã vamos ir para a floresta, que fica um pouco depois da cidade, os nativos não gostam muito da gente, por causa de mercenários que atacam e acabam estuprando muitas mulheres infelizmente. Mas por sorte com relatórios de espiões algumas tribos querem ter acesso ao reino, para proteger seu povo e vamos usar isso ao nosso favor, ao chegarmos lá deixem que eu falo. Agora não saiam daqui vou comprar algumas coisas que podem ser útil.

Jason deixa eles sozinhos, Noam e Ashy entram no mesmo quarto por questões de segurança, o local não era dos melhores mas dava por uma noite, Noam senta na cama, enquanto Ashy se escora na parede.

– Seu primo é bastante... Focado.

– Sim.

– Eu realmente não conseguiria manter a calma após perder alguém importante.

– Eu acho que se ele parar um minuto sequer, ele vai se entregar a dor.

– Ele é bastante forte. E como você esta Noam?

– Olha, eu procuro ter pensamentos positivos, mas ainda sim eu estou bastante aflito e com medo.

– Vamos resgatar seu pai, não se preocupe.

– E você Ashy porque quis vir?

– Eu te devo uma, por ter te tratado mal. Nossos pais queriam que eu e você nos unissem em um casamento, e eu fiquei muito puta com isso e descontei em você, só depois que descobri que você não sabia de nada.

– Sério. Então futura Ashy Grinfor aceita um pouco de vinho? – ele pega um cantil de sua cintura.

– Claro Noam Friguel. – os dois começam a rir.

Jason estava em uma loja de armas, não tinha muitas opções para escolher, mas quando ele olhava para decidir o que levaria, duas pistolas da época da pirataria chamou sua atenção.

– Quanto custa essas duas?

– Mil moedas de prata por cada uma.

– Não esta muito caro? Eu pago quinhentas nas duas.

– Não me faça rir muleque!

– Escute, eu dou o dinheiro que ofereci ou eu deixo dois homens entrarem aqui, para roubar você, se achar que estou mentindo olhe atrás de mim. – o vendedor olhou e confirmou os dois homem mal encarados.

– Feito. E te dou dois sacos cheios de munição.

Assim que Jason sai da loja os dois homens vão em direção de seu alvo, assim que iam passar por ele, Jason revela uma faca que sai de sua manga esquerda e em um segundo a faca já estava no pescoço de um deles, quando o outro notou o que aconteceu já era tarde Jason pega a pistola da cintura e atira na cabeça espalhando o cérebro dele em toda a parte, todos olham para ele e para os dois corpos no chão, então Jason tira a faca do pescoço e limpa o sangue nas vestes do cadáver, ele então olha para todos que presenciaram e os mesmos fingem que nada aconteceu e voltam para o que estavam fazendo, afinal a cidade não tinha lei, e ninguém ariscaria sua vida contra um homem de capuz que havia matado dois homens, em poucos segundos. Jason após isso compra comida e volta para o hotel, ao chegar lá escuta risos vindo do quarto, ao entrar Ashy estava deitada na cama e Noam em cima dela fazendo cócegas nela, mas logo param quando vêem Jason, que parece sentir um pouco de ciúme.

– Desculpe atrapalhar o casal. – diz Jason.

– Só estávamos brincando. – se defende Ashy.

– Como vocês estavam é difícil de acreditar.

– Se eu e o Noam estivéssemos transando isso não é da sua conta. – Noam fica com o rosto corado. Jason fica meio bravo com a resposta dela.

– Eu trouxe comida, comam e vão descansar. – diz Jason tentando mudar o assunto. – e boa noite. – ele então deixa a comida em cima mesa e vai embora.

Capital Orc:

Assim que Peste termina de extrair toda a informação necessária de Luffic, ela olha para Durdari e diz.

– Agora não existe mais nada nele mestre, adquiri toda a informação para atacar as muralhas.

– Ótimo, envie uma mensagem aos nossos aliados, diga para vierem a capital, todos saberão que hoje foi traçado o fim do reino.

– Sim mestre. Tem mais uma coisa, precisamos eliminar "eles" logo.

– Sim, deixarei a extinção deles nas mãos de vocês.

– Como quiser mestre.

Luz e SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora