Luz e Sombra

Capítulo XX

Mais cedo no mesmo dia:

Noam e Sairá chegam ao templo que está em ruínas, a fonte tinha restos de uma estátua no seu centro, a mesma não virá água a anos, em volta a natureza consumia lentamente aquele lugar, Noam não entenderá o motivo do chamado, ter levado ele para aquele lugar.

– Então estamos em uma ruína?

– Não, vocês mortais só olham no que há na frente de vocês. Parece que aqui é um templo.

– Como?

– Aperi templum Dei Trioni. – diz Sairá, a estátua no meio da fonte entra no chão, fazendo abrir a fonte ao meio revelando uma passagem subterrânea. – vamos não devemos demorar muito.

– Por essa eu não esperava.

Os dois descem as escadas, demora um pouco até chegarem em um corredor bastante longo, e escuro, Sairá junta as mãos e cria uma, esfera de luz, eles caminham por alguns minutos até Noam quebrar o silêncio.

– Sairá certo?

– O que foi?

– Então como é lá?

– Como?

– O céu.

– Olha garoto, aonde eu morava é um lugar belíssimo, um verdadeiro paraíso. – ela diz com certa tristeza. – vivemos lá deste a queda dos antigos deuses. Mas as almas dos mortais não vivem no céu como vocês chamam. Como vou explicar, existem quatro planos, o Submundo é o plano onde demônios e o seu rei vivem, o Terreno que é o seu, o Plano das Almas onde vocês vão quando morrem e o Plano Divino onde anjos e a Deusa Suprema vivem. Se era isso que queria saber.

– Então a gente vai para o Plano das Almas.

– Sim, mas não é tão ruim assim, os maus são castigados até se arrependerem de seus erros, enquanto os bons vivem tranquilos, até aí que eu sei.

– Mas você não é um anjo?

– Sou um anjo, não um ser onisciente. O único que sabia realmente de tudo sobre cada plano era o Rei dos Deuses Arkadrion.

– Só mais uma pergunta, como os antigos deuses morreram?

– Uma vez eu perguntei a Deusa Suprema sobre isso, ela contou que um ser dos dizimou, dizem as lendas que era Apocalipse, eu não entendi muito bem. Como um único ser destruiu um panteão divino.

– Bem nada é impossível, afinal nunca imagine em conversar com um anjo. – ele ri.

– Creio que não vamos demorar muito para chegar.

Assim que chegam ao final se separam com uma enorme cúpula, onde no teto estavam esculpidas dois pares gigantescos de asas que levavam até uma estátua de um anjo chorando, onde as lágrimas enchiam a fonte. Os dois desceram as escadas, lugar tinha sua própria iluminação, assim que chegaram a fonte Sairá disse para Noam beber a água da fonte, então sem perder tempo ele faz uma concha com sua mão direita e bebe a água, ele fica tonto no mesmo momento e desmaia. Ele estava nas nuvens, ele não conseguia se mexer até uma voz começar a falar.

– Noam Grinfor. – a voz era tão graciosa, que entrava até na alma. – Parece que você recebeu uma marca divina, creio que você será compatível a isso.

– Quem é você?

– Aprenda a usar esse poder garoto, um dia você vai precisar. Este é o poder que restou do antigo panteão divino. – um raio dourado acerta Noam.

Então ele acorda e agora a marca tribal desapareceu e em sua palma da mão direita possuía um Sol amarelo cintilante, que parecia pulsar e queimar, ele mal conseguia mexer seu corpo

– O que isso significa? – se indaga.

– Eu não expliquei algo.

– Do jeito que é desligada.

– Fique quieto, antes da queda dos antigos deuses humanos não podiam usar magia. Naquela época havia semideuses, ele possuíam  magias e habilidades divinas, após a morte dos deuses o sangue mestiço divino e mortal se espalhou pelo mundo inteiro, dando início a magia como vocês conhecem. E isso é um sinal desse sangue, agora você tem que fazer um treinamento físico, básico para só a marca se adaptar no seu corpo.

– Quer dizer que temos sangue divino?

– É  mais ou menos, mas a ligação  com esse sangue é  muito fraca, quando um humano ganha um selo divino ou demoníaco, eles despertam um tipo de ligação aos deuses ou demônios, ativando essas habilidades, a sua é com o Deus do Sol, Surion, mas para essa ligação ser forte o suficiente, você bebeu a água da fonte, onde por algum motivo parece ter o poder necessário para tal ligação.

– Agora tenho poderes divinos?

– Um pequeno poder divino, não se empolgue, deve treinar para ficar mais a vontade com ele. E mais uma coisa não se sinta especial eu dei essa oportunidade para você pois não tive escolha. Agora vamos voltar.

Assim que chegam a Trion Noam agradece a cada um dos lordes que ajudarem ele na batalha, e parte para dominar a nova habilidade que adquiriu. Sairá estava olhando para o céu em cima dos telhados de Trion.

– Mãe será que deveria contar? – se pergunta Sairá, que lembra quando estava vindo para o plano Terreno, virá dois seres poderosos lutando, um usava roupas negras, e seus cabelos longos, do outro um homem com raios dourados, os dois estavam armados com uma espada, o terreno em torno estava todo destruído, a única coisa que escutou foi  o grito do nome "Noam". – bem vou ajudar ele a treinar, se isso for o futuro ele deve estar preparado.