CAPÍTULO 4

916 94 20
                                    

___
Desejo a vocês uma boa leitura ❤️

Quando abri meus olhos, após desligar brutalmente o despertador,  lembrei-me da noite passada, e para a minha total satisfação e sorte, Harry não estava em seu colchão improvisado com cobertores. Sentei-me, e prendendo os cabelos, encarei o chão que, por sinal, tinha algumas gotas de sangue e resquícios de terra. Seria complicado ter que explicar isso a tia Eliza, por isso mesmo reservei alguns minutos para desfazer a cena do crime.

Depois de me aprontar, desci as escadas sentindo o cheiro maravilhoso das torradas.

—  Bom dia, tia Liza! — Deixo minhas coisas sobre o sofá e caminho até a cozinha me sentando à mesa.

— Bom dia! — respondeu em completo desânimo.

—  ! O que houve com você?

Tia Liza debruçou sobre a mesa enquanto fechava os olhos.

Ressaca!!

Não me surpreendo pelo simples fato de ser algo comum. Como eu já mencionei, minha tia não é um grande  exemplo de guardiã legal.

— Como foi seu encontro de ontem? Nem tivemos tempo de conversar. —  pergunto, antes de morder um bom pedaço da torrada.

— Foi bom! — Torceu os lábios, demonstrando sua incerteza. — Seria melhor se eu pudesse me lembrar de tudo com mais clareza 

Sorrio.

— Eu sinto muito pelo seu parceiro, então!

—  Bom... Digamos que ele também não se lembra muito. Embora eu tenha completa certeza de que foi a melhor noite da vida dele.

Huh! E como pode ter tanta certeza? — questiono em tom desafiador.

— Ora! Eu sou incrível e tenho um jeito especial de marcar a vida das pessoas. Principalmente dos homens.

— Eu invejo muito a sua autoconfiança. — murmuro entre risos enquanto ela solta uma piscadela. — Eu preciso ir, o Dylan está me esperando.

— Vai lá, garota! — Tia Liza levanta, observando-me apanhar a mochila. — Mande lembranças ao Dylan por mim e peça para que ele chute o traseiro do pai!

—  Tia?!

—  O que é? O Carson é um idiota, ele merece.

—  O. k! O. k! — resmungo revirando os olhos.

Digamos que o sr. Carson e minha tia já tiveram algo, acho que foi uma daquelas relações dela que duram um mês. Não sei o motivo, mas nutrem um tipo esquisito de raiva um pelo outro.

Falar nos Carson me ajudou a lembrar mais uma vez do Harry, eu não tinha certeza se podia dizer algo ao Dylan, mas também não sabia se poderia esconder algo do meu melhor amigo.

Durante meu trajeto até o final da rua, tive um pouco de tempo para pensar em algumas consequências. Eu tinha vários pontos negativos em todas as decisões.

—  Está pensando em quê? —  A voz de Dylan a minha frente,  faz-me voltar ao meu planeta. Nem havia percebido que ele estava perto. 

—  Não estou pensando em nada! —  Tento parecer mais convincente ao forçar o lábio inferior e erguer os ombros.

—  Você está apertando os olhos e mordendo o lado de dentro da bochecha. Claramente está pensando em algo!

—  Desde quando sabe ler as pessoas? Eu hein! — Puxo seu braço até a minha direção, fazendo-o andar outra vez.

ENCONTRE-ME -  OS LOBOS (LIVRO 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora