ENCONTRE-ME - OS LOBOS (LIVRO 1)

CAPÍTULO 19

Eu não podia pensar em fazer outra coisa, senti meus olhos arderem e corri até ele, pulando em seu corpo e o abraçando o mais rápido que eu podia. Harry não teve uma reação de imediato, mas em pouco tempo me envolveu em seus braços também, porém de um modo mais frouxo.

Afastei nossos corpos e, enquanto secava uma lágrima que havia escorrido, soquei seu peito o mais forte que pude, ele se espantou, mas nem se moveu, o que me deixou bem mais nervosa. Ameacei o atacar outra vez, mas ele segurou minha mão antes disto.

—  Você continua estranha. Algumas coisas não mudam, não é?! —  Arqueia a sobrancelha e sorri de canto, com os olhos presos no meu rosto.

—  Você é um idiota, Harry.

—  Ok, mas você não viu problema de agarrar esse idiota, não é Clark?

Suspirei fraco ao ouvi-lo me chamar assim outra vez. Meu nome nunca fazia o mesmo efeito na boca de outras pessoas. Desprezo rapidamente esse sentimento esquisito, e sento na ponta da cama, um pouco sem reação, sem poder acreditar totalmente que ele estava ali de fato.

Seus olhos escorregaram para minhas mãos, em cima das minhas pernas, e me olhou de um jeito meio bravo.

—  Por que não está usando o anel que te dei? — Franziu o cenho e colocou as mãos na cintura.

Ergo os ombros.

—  É só um anel, Harry. —  Bufo. —  Você não merece que meus dedos vistam qualquer presente seu!!

Harry respirou fundo, esfregando a mão na testa. Estranhei sua atitude.

—  Eu não joguei fora, caso isso te faça se sentir melhor!!... Está tudo bem? —  Franzo o cenho.

Seus olhos agoniados vão de encontro aos meus.

—  Você precisa usá-lo, Alice, e não é só um simples pedido. Eu preciso que você o coloque em seu dedo.  O que você fez com ele?

Debrucei sobre a cama para abrir a gaveta. Segurei o anel em minha mão e me virei para que visse o objeto.
Harry pegou o anel rapidamente e segurou minha mão, colocando-o em meu dedo anelar. Ergui meus olhos para seu rosto e recebi o seu olhar de volta, causando uma onda quente dentro de mim. Permanecemos assim por um tempo até que não consegui aguentar.

—  Por onde você andou?

Harry deu um passo para trás e colocou as mãos nos bolsos do seu casaco.

—  É complicado! —  respondeu vagamente.

—  Uau! É complicado me dizer por onde andou por todos esses meses? —  Sinto a raiva subir e me levanto, ficando de frente para ele. —  Sabe o inferno que seu irmão tem passado durante esse tempo? Sem contar o seu pai... —  Harry mantém seus olhos sobre mim, porém seu semblante mudou de calmo para algo bem parecido com raiva.  —  Seu pai é outra pessoa, Harry, ele nem se alimenta direito. Estávamos todos preocupados com você. —  Dou um passo à frente, ainda com a respiração alterada.

—  Eu vou embora!

Harry se afastou alguns passos, mas antes que chegasse até o lado de fora, segurei seu braço. Ele parecia mais forte do que antes e senti como se ele pudesse me fazer voar para longe se retirando do meu aperto. Não me intimidei com o olhar severo que recebi. Harry apertou os olhos e respirou fundo antes de me ouvir.

—  Eu não posso te deixar ir! —  Encaro seus olhos cor de mel, enquanto ele observa calmamente cada canto do meu rosto. Era estranha a forma como ele mudava as reações a cada minuto.