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Há 4 meses atrás.

Arizona Robbins

Callie não é bem a minha namorada, ela é minha chefe. Ela é dona da loja de roupas "Torres Modas", e eu trabalho na área de marketing, mas um dia ficamos até tarde escolhendo a arte e as fotos da próxima campanha de divulgação da loja e o que eu não esperava aconteceu, nós nos envolvemos.

Callie é uma pessoa de riso fácil, conversa leve, o que me fez ceder aos encantos dela facilmente, e fizemos um sexo selvagem em cima da mesa dela, eu me lembro daquele dia como se fosse ontem. Nós não firmamos nada, continuamos nos envolvendo só pelo prazer que proporcionávamos uma a outra. Mesmo sem firmar nada, éramos fiel uma a outra. Callie é uma mulher de 32 anos e eu tenho 29, ela é intersexual o que a fez ficar com um pé atrás antes de tentar algo naquela noite, mas quando eu disse que já sabia e que achava atraente, eu fui dela aquela noite e todas as outras durante 1 ano.

Mas, o que eu não esperava aconteceu, eu engravidei de Callie. Passei a semana me sentindo mal, desde o primeiro dia, eu soube o que era, mas não falei para Callie, ela sempre foi muito focada em seus objetivos, nos seus sonhos, um filho simplesmente iria atrapalhar toda a sua vida.

Eu, por fim, decidi, depois de muita conversa com minha irmã Amélia contar para Callie sobre o bebê, faz um mês que eu descobri a gravidez e hoje vou contar a Calliope.

Nós vamos jantar às 21h, e eu estou a esperando. Ela disse que tinha algo sério para conversar comigo, eu estou tensa, mas o meu assunto também não era nada leve.

- Ari? - Carina, namorada de Amélia me chamou batendo na porta do meu quarto aonde eu analisava minha barriga sem volume algum.

- Sim?  - virei para a porta e ela sorriu para mim.

- Está imperceptível. - eu sorri. - sua companhia chegou, está na sala.

- Obrigada, eu estou indo. Peça um minuto.

Carina assentiu e voltou para sala. Eu e Amélia moramos juntas em um apartamento no centro da cidade e Carina fica aqui conosco direto. É como se fosse minha melhor amiga.

Olhei mais uma vez no espelho antes de sair e suspirei quando vi Callie de costas para mim, suas costas largas, seu topete perfeitamente penteado. Perfeita! Eu estava feliz e ao mesmo tempo com medo, algo me dizia que essa noite não seria boa.

- Callie? - a chamei e ela parou de conversar com as meninas e olhou para mim, parecia admirar cada pedaço de pano do meu vestido preto.

- Ari! - elevou o olhar aos meus olhos - está linda!

- Obrigada! Vamos?

- Claro! - ela virou para as meninas. - Até mais meninas!

- Até! Traga minha criança em segurança! - Amélia falou com um sorriso sacana, eu sabia que ela não se referia a mim, então a encarei.

- Pode deixar! - Torres disse sorrindo, inocente.

Nos despedimos e seguimos para o restaurante, o caminho foi em total silêncio, um silêncio incômodo, Callie parecia com a cabeça longe, perdida.

Ao chegar, fizemos nossos pedidos e comemos em silêncio, sendo quebrado somente para elogiar a comida.

Aquilo estava estranho, Callie estava estranha.

- Ei. - chamei sua atenção. - está tudo bem?

- Sim. - ela respondeu, mas logo fechou os olhos com força e me encarou. - na verdade, não.

Eu estranhei.

- O que aconteceu?

- Lembra que eu disse que meus planos com você era viajar o mundo, viver diversas aventuras, crescer o negócio e só quem poderia estragar isso era a gente? Por isso não tínhamos que ter filhos, ou muito menos precisaríamos de um rótulo?

Droga! Ela lembrar disso só dificulta as coisas para mim. Mas....a encarei... O que ela quer dizer com isso? Ela sabia? Só poderia ser isso, ela sabia!

Fiquei nervosa imediatamente. Mas fiz a pergunta.

- Eu lembro. Mas o que isso significa?

- Tudo foi estragado. - ela disse séria e impenetrável.

Eu gelei na mesma hora.

- O que você quer dizer? - foi uma pergunta repleta de medo.

- Eu dormi com outra pessoa, e gostei. - ela soltou as palavras tão levemente, mas chegou no meu coração como um tiro.

Callie Torres é uma babaca e não iria saber do meu filho.

- Relaxa, Callie. - sorri. - nós não temos nada que nos ligue.

- Arizona...- ela ia falar mas levantei a mão.

- Quem fala agora sou eu. - sorri de novo. - eu nem preciso saber que foi a Penélope, porque é óbvio. - ela engoliu a seco. - eu, a partir de agora, não trabalho mais com você e com sua putinha. - me levantei.- Não me ligue quando estiver bêbada porque ela deu para outra, trocarei de número ainda hoje se for possível. - fiquei ao lado dela antes de sair. - vá se foder, Calliope.

Sai por cima de dentro do restaurante, chamei o táxi e quando entrei no táxi me permiti chorar tudo que tinha para chorar, eu estava apaixonada por aquela mulher, carregava um filho dela e ela simplesmente me usou um ano como diversão.

Alisei minha barriga e sussurrei.

- Vai ficar tudo bem, nós só precisamos de nós.

A extensão de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora