15.

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Arizona Robbins

Uma semana havia se passado desde que tudo aconteceu, Eliza não me procurou, só enviou minha demissão, mas nem comentei com ninguém sobre isso. Aquela noite na casa de Callie eu tive uma surpresa incrível ao ver que ela tinha feito da sua magnífica academia um quarto para o bebê, ela pediu um jantar em casa e comemos conversando e rindo, foi uma noite agradável, Callie não tentou nada, me trouxe de volta e pediu que eu avisasse sobre o dia e horário da consulta quando marcasse, o que no caso é amanhã, eu preciso avisar a ela. É pensando nisso que eu resolvo ligar.

Esses dias temos nos falado bastante, Callie às vezes tenta flertar comigo mas eu começo a rir e vocês acham que ela fica sem graça? Não mesmo, ela continua.

Com esse pensamento começo a rir, disco o número dela no meu celular e deixo chamar, no terceiro toque ela atende.

Ligação on.

- Que honra essa ligação.

Eu poderia ver o sorriso que Torres deu.

- Você é boba. - ri.

- Sou! - ela riu. - Mas a que devo a honra dessa ligação? Está tudo bem com você? Com o bebê?

Era admirável a preocupação dela.

- Está sim. Está tudo bem, você pediu que eu avisasse quando fosse a próxima consulta, vai ser amanhã pela manhã.

- Você me passa o endereço e hora por mensagem?

- Claro.

Depois de alguns segundos em silêncio, ela chamou.

- Arizona?

- Sim?

- Podemos ir comprar algumas coisas pro bebê amanhã depois da consulta? Também quero conversar duas coisas importantes com você.

- Você não acha que comprou coisas demais já? - ri.

- E daí? É nosso primeiro filho.

Eu caí na gargalhada.

- Primeiro? Acho que essas mulheres que você se envolve não vão te dar filhos.

- E eu te acho surda.

Eu fiz cara de confusão.

- Surda? Por quê?

- Disse "NOSSO" primeiro filho. Ou seja, nós, eu e você JUNTAS vamos ter mais filhos.

Eu fiquei em silêncio por alguns segundos.

- Você não desiste mesmo.

- Não tão fácil. - riu. - nos vemos amanhã.

Ligação off.

Fiquei olhando para o celular com um sorriso besta no rosto.

Preciso me lembrar do que Callie fez comigo, não posso me entregar para ela novamente, temos um elo, isso não vai mudar, mas nada mais que isso.

/*/

A manhã de quarta feira chegou rapidamente e cá estou eu na sala de exames, já trocada esperando pela médica, e sim, sem nenhum sinal de Callie.

A porta se abriu e eu vi a doutora, que alguns segundos atrás disse que ia buscar minha pasta, passar com um largo sorriso.

- Podemos começar, Srta Robbins?

Eu olhei para porta uma última vez na esperança de Callie entrar, mas o que eu poderia esperar dela, né? Respirei fundo e encarei a médica.

- Podemos. - sorri fraco.

A médica passou o gel, que estava bem gelado, sobre minha barriga e quando ia começar o exame, a porta foi quase arrancada do lugar e uma Callie afobada e, aparentemente, cansada, entrou respirando fundo.

- Você sabia que existe outra rua com o mesmo nome dessa do outro lado da cidade e foi pra lá que o GPS me mandou? - ofegava - Bom dia. - sorriu.

Eu não queria mas meu sorriso foi imenso, a médica retribuiu o bom dia de Callie e a permitiu entrar, a mesma puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

- Você é a namorada? - a médica perguntou enquanto tentava ver o bebê.- Sempre é Amélia que vem.

- Izzie, eu e Eliza terminamos. - sussurrei para a médica que, no caso, é minha prima. - Essa é Callie, mãe do bebê, Callie essa é Izzie, minha prima.

Callie apenas sorriu. E Izzie sorriu de volta. Acho que elas não gostaram uma da outra.

- Enfim, prontas pra ouvir o coração do menino de vocês?

- Sim! - respondemos juntas.

O barulho ressoou pela sala e Callie tinha um sorriso imenso.

- É o coração? - perguntou abobalhada.

- É sim - Izzie falou. - E essa parte aqui. - mostrou na tela. - É o filho de vocês.

Nós duas sorrimos e acabamos nos olhando.

/*/

O exame acabou e Izzie me entregou um retratinho do meu grãozinho de feijão. Na saída da clínica entreguei para Callie.

- O que é isso? - ela perguntou me olhando confusa.

- É a foto do bebê, fique com essa. - lhe ofereci um sorriso.

- Mesmo?

- Claro, Callie.

Ela sorriu satisfeita e andamos em direção ao carro dela, eu vim de táxi, afinal ela disse que iríamos sair depois para comprar coisas para o bebê.

- Queria comer sorvete. - falei.

- Desejo? - Ela me olhou e ligou o carro.

- Muito. - fiz manha e Callie riu.

- Shopping, então?

- Shopping!

A extensão de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora