A extensão de mim

27.

1 mês e meio depois...

Arizona Robbins

Se eu parar pra pensar em tudo que aconteceu nesse período, eu ficaria louca e desacreditada. Hoje estou indo até o hospital buscar meu filho, eu tive alta no mês passado mas Carlos Henrique ainda não tinha tamanho e peso para ganhar alta, foi um sofrimento para mim mas eu vinha todos os dias vê-lo.

Era insuportável às vezes que eu vinha sozinha porque Calliope estava em alguma consulta com Penélope, às vezes Addison vinha comigo, mas não mudava o fato da ausência de Callie, como hoje, o dia da alta de nosso filho ela está com Penélope na clínica. Estou com Carina.

Por falar em Carina, Amélia está em casa também, se recuperando, não ficou com nenhuma sequela. Nós não tivemos notícias de Eliza mas todos os dias Callie jurava que iria achar ela.

Eu estou morando temporariamente na casa de Callie, pois quando eu saí do hospital ela podia cuidar de mim, e é o melhor para nosso filho agora enquanto ele ainda é pequeno.

Decidimos acrescentar o Henrique no nome de nosso filho em homenagem ao meu tio que faleceu no dia do nascimento dele.

Carlos Henrique, o meu milagre.

Por mais que eu quisesse estar completamente feliz, era impossível, eu queria que Callie estivesse alí, que fôssemos juntas buscar o nosso bebê, já tivemos uma pequena briga pela manhã e eu simplesmente a larguei falando sozinha.

- Ei, tudo bem?

Carina fala ainda dirigindo mas ganhando minha atenção.

- Sim, só ansiosa. - forcei um sorriso.

Carina me olhou séria e voltou sua atenção para o trânsito.

- Vocês brigaram, não é?

Eu suspirei e olhei para o lado de fora, estávamos próximas do hospital.

- Sim. - quase sussurrei.

- Eu imaginei, ela está tentando ser uma mãe boa, Arizona. Apenas, ajude-a.

- Eu tento, Ca. Mas ela deveria estar aqui, tudo bem que está com Penélope vendo seu outro filho, mas o nosso filho já nasceu, já está aqui, já é dependente dela. - suspirei e segurei uma lágrima- queria que ela vivesse esse momento comigo.

Carina entrou no hospital e estacionou, colocou uma mão no meu ombro e sorriu amigavelmente.

- Dê uma chance a Torres. Eu tive tanto medo de perder sua irmã que nem brigo mais com ela por coisas desnecessárias, a ajude, cuidem uma da outra. Vai dar tudo certo. Vocês são uma bela família.

Eu sorri.

- Obrigada, você tem sido uma ótima amiga.

- Eu sei. - rimos - vamos lá buscar meu sobrinho?

Eu sorri animada e sai do carro, andamos em passos rápidos até a entrada principal do hospital, lá me deparei com Addison de braços cruzados. A olhei confusa.

- Addie? - chamei.

Ela levantou a cabeça, me encarou e sorriu.

- Arizona, você chegou! - falou sorrindo.

- O que você faz aqui?

Perguntei confusa enquanto ela e Carina se cumprimentavam.

- Como "o quê"? Bom buscar meu sobrinho com você, eu não perderia isso por nada!

Nós três sorrimos. Até Addison se importava mais com nosso filho que Calliope.

- O que estamos esperando? Vamos lá!

Carina falou animada e nós seguimos em direção até onde meu filho estava.

Na recepção dei todas as informações, e logo fui a única liberada para entrar. Meu coração batia desesperadamente, a emoção de ter meu filho nos meus braços já é incrível, mas dessa vez para ir para casa, seria maravilhoso!

Segui até aonde ele estava. As enfermeiras já me conheciam, e logo uma delas veio com meu pacotinho no colo e me entregou.

Eu dei um cheiro nele e abri o meu melhor e maior sorriso.

- Deixaram esse papel para senhora.

A enfermeira dos cabelos grisalhos falou e eu a olhei confusa mas peguei o papel com a mão livre e comecei a ler.

"Oi, querida...

Antes de tudo, como você pode achar que eu realmente não estaria presente?

Foi tão difícil achar um espaço na agenda de Addison para que ela estivesse aqui, e também tenho certeza que foi difícil para Carina tentar fazer com que você não me odiasse. E tenho certeza que ela não conseguiu.
Enfim...
Eu não quero nunca te perder, eu não sei o que vai ser da minha vida sem teu amor, sem teus carinhos, eu te amo minha vida, eu te amo muito mesmo! Tenho tanto medo de viver sem você que a cada minuto que passa aumenta esse amor, um amor tão puro e verdadeiro, um amor lindo e perfeito. Depois que recebi a notícia do nosso filho a minha vida mudou, eu ando com um sorriso no rosto, eu sou mais feliz. Vocês são as únicas pessoas que me fazem tão bem, as únicas pessoas que estão me fazendo feliz. Peço todos dias, todas as noites, para que Deus abençoe o que temos, e que possamos ficar juntas pra sempre. Eu, você e nosso filho.

Eu tenho algo a te perguntar...

P.s: Estou atrás de você."

Meus olhos estavam banhados em lágrimas, olhei para Carlinhos que dormia tranquilamente e me virei para encontrar uma Callie aparentemente nervosa mas com um sorriso lindo.

- Ver vocês dois é incrível, eu não trocaria esse momento por nada.

Olhei ao redor e as enfermeiras estavam sorrindo, na porta estavam Addison e Carina.

Callie se aproximou, beijou a testa do nosso bebê que estava em meus braços, selou levemente nossos lábios e me encarou.

- Eu quero envelhecer do seu lado, eu quero ser a velha mais chata que existe - sorriu - mas eu quero estar do seu lado. Eu tenho é sorte de ter te reencontrado! Eu te amo muito marrenta - pincelou meu nariz com o dedo- e vou te amar pra sempre, vou cuidar de vocês, mimar vocês, fazer suas vontades, botar os dois pra dormir e dizer que te amo em seu ouvido eternamente; Você quer casar comigo?

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, eu sorri ao reparar que Callie mexia muito as mãos. Ela estava nervosa.

- Você nem me pediu em namoro ainda. - sorri.

Ela puxou uma caixinha com anel do bolso e me mostrou.

- Eu não preciso de mais nenhuma certeza que você é a mulher da minha vida. Quero que seja oficialmente minha esposa, para que eu, você e nosso filho sejamos oficialmente uma família. Você aceita?

Eu olhei nosso filho que resmungou. E a olhei de volta.

- É claro que eu aceito! - sorri e ela mais ainda.

Addison de repente estava do meu lado e pegou Carlinhos do meu colo, Callie colocou o anel no meu dedo e me puxou pela cintura me dando um maravilhoso beijo.

- Eu amo você, Arizona!