Callie Torres
Hoje foi o dia pelo qual eu tanto esperava e ansiava que chegasse, hoje tive o privilégio de ouvir o coração do meu bebê, foi uma emoção daquelas, mesmo chegando super atrasada, todo estresse do atraso passou ao ouvir aquele som. Estava tão feliz, pois tenho andado uma pilha de nervos e ansiedade para esse momento.
Depois disso feito, eu e Arizona decidimos vir até o shopping, como ela mencionou o desejo de comer sorvete, viemos logo para praça de alimentação ao chegar, chegando ela viu a foto de açaí com sorvete no cardápio da sorveteria e pareceu uma criança pedindo por aquele. Houve uma pequena briga pra pagar, mas eu ganhei.
Agora estamos aqui comendo e conversando.
- Mas, Callie.- Arizona falou e me olhou.- quais coisas você queria falar comigo?
- Você quer que eu fale agora? - ela assentiu olhando pro pote que estava em sua posse. - Queria falar sobre seu emprego primeiro. - a atenção dela veio pra mim. - Não sei se seria bom você continuar trabalhando para Eliza.
Ela sorriu e eu não entendi.
- Eu não trabalho para Eliza. Pelo menos, não mais.- A olhei confusa.- ela me demitiu.
- Ainda bem. Você poderia voltar a trabalhar comigo.- soltei.
- Com você? - ela riu. - não mesmo, Torres.
- Qual é, Arizona, não sou uma chefe tão má e nesse período da gravidez você pode trabalhar 2 dias na semana só.
Ela pareceu considerar.
- Callie, eu...
- Só pensa nisso. A empresa vai amar ter você de volta. - pisquei.
Ela gargalhou.
- A empresa, Calliope?
Dei de ombros.
- Eu também, mas disso você já sabe.
- Certo, certo e a outra coisa?- ela perguntou levando mais uma colherada de açaí com sorvete a boca.
- O que você acha de morar comigo? - Arizona engasgou e começou ficar vermelha, eu levantei assustada e dei leves tapas na sua costas.- Tudo bem?
- Tudo - tossiu. - Como assim morar com você? Tá maluca, Callie?
Eu me sentei novamente e respirei fundo.
- Não precisa ser agora, é só quando o bebê nascer, os primeiros meses. A minha casa tem uma estrutura melhor, já tem o quartinho, deixa eu dar esse conforto a vocês.
- Não, não, não, não mesmo.
- Arizona, por favor.
- Callie, eu e Amélia damos um jeitinho lá em casa. Seria assim se não tivesse você, está tudo bem.
Me subiu uma vontade de gritar mas eu respirei fundo.
- Só que tem eu, Arizona. Tem! E eu quero oferecer o melhor pro meu filho. - ela só me encarava, eu respirei fundo.- mas depois discutimos isso.
- Tudo bem.
Limpei a boca e vi que ela tinha terminado.
- Vamos? - perguntei e ela assentiu.
Seguimos pelo shopping até uma loja de bebê que eu achei incrível, tinha tantas coisas minúsculas, um bebê nasce tão pequeno, tinha sapatinhos que cabiam o meu dedo somente, será que o bebê vai ter esse tamanho de pé?
- Calliope, venha ver isso!!!
Arizona me chamou animada e eu fui, ela tinha nas mãos um macacãozinho do Tigrão. Era a coisa mais fofa do mundo.
- Isso não é extremante fofo? - Ela me perguntou sorrindo com suas bochechas inchadas mas com suas lindas covinhas em evidência.
- Extremamente. - mas eu não falava do macacão, apesar do mesmo ser.
Ela olhou pra mim e me direcionou o sorriso novamente.
- Eu posso ajudá-las? - uma vendedora se aproximou. - Callie? - a olhei - Callie Torres?
Eu não me lembrava de conhecer essa mulher, e olha que é uma mulher bonita. Arizona olhou pra mim e para a mulher, disfarçou e continuou mexendo nas roupinhas.
- Sim? - sorri educadamente.
- Você não lembra de mim, não é? - a garota riu sacana. - Acontece, te conheci há dois anos atrás numa festa, estendemos ela, você não lembra? - a menina sorriu de canto.
Mexi na nuca e olhei.
- Eu realmente não me lembro. - falei séria.
Se houvesse um buraco no chão agora, eu me enfiaria, Arizona tossiu e riu, mas não olhou para nós. Simplesmente disse.
- Querida, olha essa roupinha, eu acho que o bebê vai ficar tão lindo. - Sorriu. Essa loira é demais, queria jogar, e essa brincadeira eu iria amar.
- Se puxar a você, com certeza! - respondi olhando dentro dos olhos dela.
A vendedora nos olhou confusa, e de repente arregalou os olhos ficando vermelha.
- Sra Torres. - disse se referindo a Arizona e me deu muita vontade de rir. - me desculpe, eu... Eu não sabia.
Arizona bateu de leve no ombro da menina.
- Tudo bem, Callie teve seu momento cachorra. E, por favor, me chame de Arizona. Apesar dessa aqui. - apontou pra mim. - querer me levar pro altar, não o fizemos. - deu as roupinhas na mão da menina. - vamos levar isso, pode ver quanto fica?
A menina pegou e assentiu indo pro caixa.
- Você é horrível, Arizona Robbins. - sussurrei.
- Pelo menos não dormi com metade da cidade.
Ela falou e foi andando em direção ao caixa, antes que ela pudesse ousar pagar, eu assim fiz, saímos da loja e fui deixar Arizona em seu prédio. O caminho foi feito com muitas conversas e risadas, chegando lá eu subi com as sacolas. Arizona abriu o apartamento e nós adentramos nele, coloquei as sacolas num canto e Arizona disse para que eu me sentasse e buscou água para nós. Depois de termos tomado, Arizona se encostou no sofá e respirou exausta.
- Estou cansada. - riu.
- Eu imagino. - a olhei. - Ari? - ela fez um barulho indicando que eu falasse. - Eu posso falar com o bebê?
Ela abriu os olhos que tinha fechado, olhou intensamente pra mim com aqueles azuis maravilhosos e abriu um largo sorriso.
- É claro que pode, Callie!
Sentou direito no sofá e eu me aproximei.
- Oi, bebê, aqui é mama. - sorri e olhei pra Arizona que também sorria. - Eu queria que você soubesse que eu amo muito você, e você já é a melhor coisa que eu tenho. - beijei a barriga de Arizona. - Ah, filho, eu queria que você me ajudasse com sua mãe, eu fui muito idiota, mas eu tô arrependida e quero que ela volte pra mim, a mama é muito burra mas desde que eu soube de você, descobri que o mundo é muito melhor e percebi que. - encarei Arizona. - eu sempre amei sua mãe, só era muito imatura naquela época pra admitir e acabei errando com ela. - me aproximei. - me perdoa, volta pra mim.
Os olhos de Arizona estavam cheios de lágrimas, e eu a encarava firmemente.
- Callie, não é assim... - ela respirava pesado.
- Você me ama, eu te amo, nós vamos ter um filho. Me perdoa. - acariciei sua bochecha. - volta pra mim. - encostei nossas testas.
- Callie, eu... Eu...
Acabei simplesmente tomando aqueles lábios para mim, e Arizona cedeu desde o primeiro momento, minha língua explorava toda boca de Arizona, nossas línguas dançavam juntas, era um beijo cheio de saudade e, talvez, perdão.
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A extensão de mim
Fanfictiono que fazer quando descobre que depois de 5 meses sua ex aparece grávida em uma rede social e a possibilidade do filho ser seu é gigante? é o que Callie Torres mais se pergunta desde que viu a foto de Arizona em sua rede social Instagram.