8.

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Callie Torres

Eu estava a ponto de socar Eliza quando Amélia pediu para eu não perder o respeito pela Arizona, então, eu teria que sair por cima de algum jeito, então fiz questão de esfregar na cara dela que Arizona me ama, pena que não coloquei como prioridade a saúde dela e do bebê, e quando ela ficou pressionada acabou desmaiando.

- ARIZONA! - Eu, Amélia e a filha da puta da Eliza gritamos em uníssono.

O médico nos olhou furioso, nós fizemos mensao de seguir e ele falou bravo.

- Acho que vocês já fizeram besteira demais, fiquem aí.

Pediu ajuda aos enfermeiros e levou Arizona para um dos quartos.

- Eu espero que vocês duas estejam muito felizes! - Amélia falou num tom bravo.

- Se essa mulher não tivesse aparecido aqui, estaria tudo bem. - Eliza falou se referindo a mim.

- Se você não se metesse aonde não é chamada, isso não teria acontecido! - Falei chegando bem próxima a ela.

- Da para vocês duas se comportarem como adultas, porra? - Amélia falou elevando a voz. - Se realmente estão aqui pela Arizona e o bebê sentem ali e esperem notícias, sem se olharem se for possível. Mas não encham a porra do saco. Ou você - apontou para mim. - vai voltar pra sua empresa e você - apontou para Eliza. - pra sua. E ninguém aqui vai saber da minha irmã.

Eu e Eliza trocamos olhares furiosos, mas eu sentei e esperei notícias.

Na verdade, eu não aguentava mais esperar, então eu tive uma brilhante ideia e me levantei falando que iria ao banheiro.

Disfarcei e procurei qual quarto Arizona estava e vi pela janela ela em pé conversando com médico, ou seja, ela já foi atendida.

Bati duas vezes na porta e entrei.

- Eu posso entrar? - perguntei tímida.

- Srta Robbins? - o médico falou com ela de forma a perguntar se podia.

Ela olhou para mim e trocamos olhares por breves segundos. Ela respirou fundo e virou para o médico.

- Tudo bem. - sorriu.

- Qualquer coisa, avisa. Melhoras, e se cuida bem em casa.

- Obrigada.

O médico passou e eu entrei no quarto em passos curtos e me aproximei um pouco mas nem tanto de Arizona.

- O que você está fazendo aqui? - ela perguntou ríspida.

Eu olhei para baixo.

- Eu queria saber notícias. - eu não conseguia encarar ela.

- Por quê?

- Eu fiquei preocupada com vocês dois. - coloquei as mãos no bolso da calça, eu estava incrivelmente tímida. Na verdade, acho que com vergonha.

- Como você descobriu que o bebê é seu? - eu não olhei para Arizona mas sentia seu olhar queimando em mim.

- Eu quase obriguei sua irmã me contar. A propósito, me desculpe por isso.

- Olha para mim, Calliope, que droga. - eu olhei e ela me encarava com os braços cruzados e uma expressão indecifrável.

- Desculpe...

- Você sabe que eu teria todos os direitos de te expulsar daqui, né? - eu assenti. - e que eu tô com vontade disso, né? - eu assenti também. Ela respirou bem fundo. - O bebê é realmente seu.

- Por que você mentiu para mim?

Ela alisou sem perceber a barriga, e eu poderia afirmar com toda convicção que foi a cena mais linda que eu já vi.

- Porque apesar do filho ser seu, você não o merece. - ela soltou essa frase cheia de mágoa e eu me senti mal.

- Mas, Arizona...

- Não tem mas, Calliope, você foi uma pessoa horrível comigo. - ela arrumou a roupa. - Eu vou embora.

- Calma, eu quero participar da gestação, Arizona. Por favor, você precisa deixar. -Ela riu.- Não ri, eu nunca quis ter filhos, mas quando eu soube, foi diferente, despertou algo diferente em mim, Arizona. E hoje tive medo que algo mais sério acontecesse.

Ela me encarou séria.

- Você realmente quer assumir o meu filho? - eu assenti freneticamente, ela sustentou o olhar com o meu e levantou uma sobrancelha. - Tudo bem, eu te aviso das consultas, mas, Callie, se você magoar o meu filho em algum momento da vida dele, eu vou acabar com a sua vida.

- Isso não vai ser preciso, eu quero esse filho.

- Não ache que isso vá fazer com que eu te perdoe pelo passado. Assumir nosso filho é sua obrigação.

- Nosso? - sorri - você disse nosso.

- Cala sua boca. - ela riu mas logo ficou séria.

- O que houve com você hoje?

- A minha pressão tem estado baixa, eu só preciso descansar.

- Você quer que eu te leve pra casa?

- Eliza vai me levar. - ela falou e olhou pra cama.

- Você a ama?

- Callie, isso não te desrespeita, é a minha vida. Você está entrando na vida do bebê, não na minha. - Ela me olhou séria.

- Você a ama como me amou, Arizona?

Cheguei perto dela.

- Acho bom você se colocar no seu lugar, Callie, Eliza me acolheu quando você foi uma filha da puta, ela que é a minha companheira.

Eu olhei para ela e levantei as mãos em rendição.

- Tudo bem. - ri sacana. - Posso tocar nele?

Ela me olhou séria, e assentiu. Eu abaixei e toquei com uma mão de cada lado da barriga dela e beijei, acabei rindo. Olhei pra cima.

- Obrigada por me deixar fazer parte disso.

Ela desmanchou o sorriso que eu fingi que não vi. 

- Que seja, eu preciso ir. - ela estava impenetrável. - Até breve, eu te aviso a próxima consulta.

Saiu sem olhar para trás. Eu saí atrás e a vi trocar um selinho rápido com Eliza.

Você ainda vai voltar pra mim. - Pensei

A extensão de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora