Arizona Robbins
Pouco tempo depois que Eliza saiu eu me senti mal, estava em pé próximo a janela quando minhas mãos começaram a suar, e minha cabeça girar, eu sentei no sofá e peguei meu celular em busca do número da Amélia, de forma tola pois depois de 3 tentativas desisti, deduzi estar com Carina, eu estava com frio, bastante tonta, não ia ligar pra Eliza, por causa dela estou assim. Depois de muita luta comigo mesmo passei a mão na barriga e sussurrei "o jeito é chamar sua mãe" liguei pra Calliope que no segundo toque me atendeu de forma tão formal, até estranhei, porém falei que precisava de ajuda e ela falou que estava vindo e desligou.
Comecei a fazer meu exercício de respiração, e me acomodei no sofá com as costas encostada no "braço" do sofá e as pernas esticadas. Alisava diversas vezes a barriga, meu maior medo desde que descobri que essa gravidez de risco é perder meu filho que eu amo incondicionalmente. Minha boca estava seca, eu suando porém com frio.
Não demorou nem 20 minutos e ouvi uma batida na porta.
- Está aberta! - falei alto.
Vi a porta ser aberta lentamente.
- Arizona? - Callie entrou procurando e quando me viu no sofá, bateu a porta e veio correndo.
Ela abaixou ao meu lado deixando um singelo beijo na minha barriga.
- Você pode pegar um pouco d'água para mim?
- Claro!
Ela se levantou indo até a cozinha e eu continuei respirando devagar, parecia que só o calor do corpo de Callie já estava me fazendo bem.
Logo ela voltou e me entregou o copo novamente se agachando ao meu lado. Ela encostou de leve no meu braço.
- Você está gelada, não quer ir pro hospital? Eu te levo- ela parecia entrar em desespero.- eu não sei o que fazer, melhor hospital, que tal maternidade? Crianças nascem prematuras, você pode estar em trabalho de parto.
Eu ri
- Calma, Calliope. - bebi a água e ela me olhava atentamente. - Só conversa comigo, isso vai passar. É normal.
- Tem certeza?- eu assenti e ela sentou no chão ficando bem próxima a mim no sofá.- Hum, vamos falar do quê?
- Que tal do bebê? Sempre me acalma.
Ela sorriu, e droga! Callie tem o mesmo sorriso sexy, e era tão verdadeiro.
- Acho muito louco isso. - ela soltou e o sorriso aumentou. Eu a olhei confusa.
- O que é muito louco?
- Desde que eu soube que o filho é realmente meu, eu o amo como se fosse tudo que eu tenho na vida. - eu sorri. -, E, tipo, Addie vai construir a família dela, você vai ser minha só no futuro, então, ele é mesmo tudo que eu tenho agora. Essa pequena Extensão de mim.
Eu ri, mas então processei as palavras dela.
- Eu vou ser sua no futuro?
Ela riu e colocou a mão na minha barriga, e ali permaneceu fazendo carinho, eu e Callie reacendemos nossa intimidade muito do nada e sem perceber.
- Vai. Você só não sabe. Mas vai. É o destino.- riu convencida e eu gargalhei.
- Você é muito convencida, Calliope.
Ela revirou os olhos.
- E quanto ao nome? Já pensou em algum?
Meu sorriso foi gigante.
- Desde que descobri o sexo, quero colocar o nome do seu pai, quero que nosso filho se chame Carlos, se você concordar claro.
Eu não sabia medir o sorriso de Callie.
- Você está brincando comigo? É claro que eu concordo.
Ela beijou minha barriga.
- Fico feliz por isso.
- Vai ser um lindo garoto. Carlos Torres Robbins. - Ela falou e movimentou as mãos como se estivesse escrevendo.
Eu bati no braço dela.
- Ele vai se chamar Carlos Robbins Torres. - falei me sentando normal no sofá e Callie se sentou ao meu lado.
- Por que seu nome primeiro, posso saber? - ela fingiu ficar brava.
- Porque é mais bonito.
Gargalhei quando ela abriu a boca em indignação.
Então ela se aproximou de mim e abaixou até minha barriga, colocou uma de suas mãos e falou com o bebê.
- Filho, fala pra sua mãe que você gosta mais do sobrenome da mom. Fala pra ela.
Foi no instante que ela riu que sentimos algo diferente, dentro de mim, pela primeira vez, o bebê se mexeu. Ao som da voz de Callie. Eu comecei a chorar.
- Ele se mexeu!! - falei empolgada.
- Nosso garoto se mexeu! - Torres esboçava um sorriso lindo.
A puxei para um abraço e foi espontâneo mas correspondido na hora.
Estar nos braços de Calliope de novo era me sentir protegida, em paz, me sentir no meu lar.
Ela afastou um pouco e nos fez ficar cara a cara, nossas respirações estavam sendo sentidas uma pela outra.
Num impulso, fui beijada e deixei, um beijo cheio de saudade, de arrependimento, um beijo que transmitia muito sentimento.
Quando o ar se fez necessário, ela se afastou sem jeito.
- Me desculpa, eu não deveria ter feito isso.
Eu a encarei bem séria e a puxei pelo pescoço para um outro beijo, era o beijo cheio de desejo, cheio de segundas intenções, malícia.
Mais uma vez fomos separadas pelo ar que se fazia necessário.
- Desculpe, Torres. Eu acho melhor você ir.
- Eu vou, mas você sabe que você me quer tanto quanto eu te quero.- ela estava certa. Mas tinha Eliza.
- Callie...
- Não diga nada. Esteja pronta amanhã as 19h.
- Não vou sair com você. - falei.
- Mas meu filho vai. Ou vai me proibir?
- Isso é jogo sujo.
Ela riu, beijou minha barriga e olhou dentro dos meus olhos.
- Esse é o meu jogo.
Ela levantou e disse que se eu precisasse de algo era só ligar, eu disse que ligaria e depois de muito carinho ela decidiu ir.
Droga, eu tô muito apaixonada.
Ela sorriu uma última vez e abriu a porta.
- Torres? O que você está fazendo aqui?
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A extensão de mim
Fanfictiono que fazer quando descobre que depois de 5 meses sua ex aparece grávida em uma rede social e a possibilidade do filho ser seu é gigante? é o que Callie Torres mais se pergunta desde que viu a foto de Arizona em sua rede social Instagram.