A extensão de mim

47.

Arizona Robbins

Pra começar, casamento não deveria ser um divisor de águas na vida de uma pessoa, com uma data escolhida para separar definitivamente o antes do depois. Em vez de decidir casar, deveríamos permitir que o casamento acontecesse espontaneamente, sem que a gente nem percebesse. Comigo, sortuda que sou, aconteceu assim. Casamento é um compromisso sério, mas não deveria significar prisão, submissão, anulação, obediência e tudo mais que caracteriza uma relação tirânica. Casamento deve significar amizade, sexo, respeito, diversão e companhia. Casamento tem que ser alegre, tem que ter sintonia, liberdade e muito jogo de cintura. Casamento não é brincadeira de criança, mas tem que ser leve, e é imprescindível que haja maturidade. Eu estou ansiosa para que Calliope e eu sejamos, finalmente, esposas.

Desde ontem a noite eu não vejo Callie, não por um motivo ruim. Na verdade, minha mãe e minha cunhada simplesmente decidiram que não poderíamos passar a noite anterior ao nosso casamento juntas e, sendo assim, Addison e Meredith praticamente sequestraram minha noiva ontem a noite. Eu, por um momento, quase entrei em pânico pensando em como eu ia me arrumar com duas crianças, esse pânico não durou nada, logo Amélia, Carina e minha mãe chegaram na minha casa para me ajudar com minhas crianças.

A noite passou tranquila, e no dia seguinte acordei cedo, a cerimônia vai ser aqui no quintal de casa e está tudo ornamentamente pronto, o biffet já chegou, o juiz de paz, e, pelo que ouvi, até Calliope já está aí, ela não quis só chegar na hora da cerimônia, ela quis receber a todos.

Carlinhos está lindo com uma roupinha social que ganhou de Mark, Alice está com vestidinho vermelho que se destacou nela, Amélia deu e fez questão que ela usasse. Meus filhos estão lindos.

Eu estou pronta também, um vestido branco tomara que caia longo, com rendas. Meus cabelos soltos ondulados, e um arco de flores na cabeça. Mas mesmo pronta, minha única vontade é ver a minha noiva.

Ouvi uma batida na porta e fui até lá para abrir.

- Não abre. - Ouvi a voz de Callie abafada pela porta e sorri. - Sua mãe me mataria se eu visse você.

- Eu quero tanto te ver. - confessei.

- E você vai, vou estar esperando por você no fim do corredor de flores.

Eu sorri.

- Saber disso me acalma.- eu disse sincera.

- Eu só vim aqui dizer que eu amo você. E estou ansiosa pra te ver.

- Você é incrível, eu te amo.

Logo nos despedimos e Callie desceu para perto dos amigos, eu estava um pouco triste por meu pai não estar comigo hoje, simplesmente por não querer. Mas eu entraria sozinha, e sorrindo!

Bom, eu pensava que entraria sozinha, até mais uma vez a porta do meu quarto bater. Fui até lá e abri.

O meu coração não podia acreditar no que eu estava vendo, um sorriso gigante dominou meu rosto e eu fui correndo para os braços dele.

- Alex!!! - gritei me agarrando a ele.

- Minha pequena. - ele beijou minha testa.

Meus olhos estavam marejados.

- Não acredito que você está aqui.

- Eu, por qual motivo, eu perderia o casamento da minha irmã preferida?

- Amélia te mataria só de ouvir isso. - sorri.

- Amo as duas igual. Meus pais também vieram.

Fiquei feliz com a notícia, Alex não é meu irmão de sangue, nós crescemos juntos, e ele é praticamente da família, minha mãe o considera como um filho, assim como os pais dele também consideram a mim e Amélia como filhas.