A extensão de mim

23.

Callie Torres

Antes de sair de casa para buscar Arizona eu decidi que vou contar a ela sobre minha conversa com Penélope, sobre a gravidez, sobre a consulta, sobre tudo, e eu confesso, estou terrivelmente nervosa, eu não faço ideia de como Ari pode reagir a isso, se ela vai se chatear, se vai me largar, eu estou nervosa.

Pelo comentário de Lexie agora no jantar, está bem na minha cara meu nervoso, por sorte foi o exato momento que Addison chegou com sua companheira. Chocando a todos o fato de Lexie conhecê-la.

- Meredith? - Lexie disse olhando a mulher ao lado de minha irmã confusa.

Todos os olhares se voltaram para a loira.

- Vocês se conhecem? - Addison perguntou confusa.

- Ela é a minha irmã. - a loira finalmente se pronunciou. - Eu sabia que ela viria pra cá, por isso "me atrasei", queria que fosse surpresa pra ela também. - a loira disse e soltou um riso tímido.

- Então você é a namorada misteriosa? - Mark disse rindo.

- Gente, a família Torres é uma novela mexicana mesmo. - Amélia falou e fez com que todos nós viessemos a rir.

Com as devidas apresentações feitas, nós fizemos nossos pedidos e jantamos com tranquilidade. Eu não pedi mais nenhuma bebida alcoólica, afinal, eu preciso levar Arizona para casa. Já havíamos terminado de comer e estávamos conversando apenas e bebendo, eu acompanhava Arizona no suco.

- Callie? - Arizona me chamou baixo e eu inclinei o ouvido para ela e cobri sua mão com a minha. - Nós podemos ir? Não estou me sentindo bem.

Eu a olhei.

- O que você tem? - coloquei a mão na sua barriga - É o bebê?

Ela sorriu levemente.

- Minha cabeça está doendo e meus pés me matando, eles estão inchados. - suspirou.

Eu beijei sua bochecha.

- Eu acho que eu e Ari vamos indo. - falei num tom que todos pudessem ouvir.

- Mas já? - Addison perguntou.

- Eu não estou me sentindo bem, Addie, espero que você me desculpe.

- Não tem que se desculpar, querida. Eu entendo, é meu sobrinho. - todos riram.

- Você está bem mesmo ou precisa que eu vá com você? - Amélia perguntou.

- Sim, eu vou para casa de Callie. - Ari falou.

- Aí sim, hem, Torres. - Mark falou alto e todos gargalharam.

Joguei um guardanapo nela, tirei uma quantia da minha bolsa e entreguei para Addison que negou, então deixei em cima da mesa. Nos despedimos de todos, inclusive de Amélia e Carina que devido ter feito amizade com eles ficaram, e saímos do restaurante.

Abri a porta do carro e Arizona sentou ainda com os pés pra fora e eu tirei os sapatos dela, ela colocou os pés pra dentro e sorriu pra mim, eu selei nossos lábios e passei pelo carro para entrar no banco do motorista, entrei e seguimos o nosso caminho até minha casa.

- Callie? - Arizona me chamou e eu fiz um sim nasal para que ela falasse, afinal estou prestando atenção no trânsito. - você está tão estranha hoje, aconteceu alguma coisa que eu deva saber? Ou só aconteceu alguma coisa mesmo que eu não precise saber?

Eu respirei fundo, observei o semáforo se avermelhar, parei o carro e a olhei, alisei sua coxa e encarei.

- Nós conversamos quando chegarmos. Tudo bem?

- Certo. - Ela se limitou a dizer com um sorriso leve.

Continuamos o caminho que não demorou a terminar, e logo eu estava estacionando na minha garagem. Corri até o outro lado e ia calçar Arizona mas a mesma disse que não precisava, assim sendo, entramos em casa e Arizona se acomodou no sofá. Eu me sentei ao lado dela e pedi que ela colocasse os pés no meu colo, comecei uma massagem e ela gemia a cada toque mais forte.

- Eu estive com Penny.

Soltei no ar e numa rapidez sem igual, Arizona puxou seus pés do meu colo e se sentou de forma ereta, eu me encolhi diante o olhar severo que recebi.

- E? - ela cruzou os braços. - Vai voltar pra ela?

- Por Deus, Arizona, claro que não. - passei a mão no meu topete o bagunçando. - Ela me acusou de saber do nosso filho e ter escondido dela. Disse que você estava atrás do meu dinheiro, eu a repreendi, e ela também disse que...

Olhei para Arizona que me olhava atentamente, uma expressão que eu não sabia definir se era de seriedade ou se ela queria me matar.

- E o que, Calliope? Fala! - é, ela queria me matar.

- Promete não ficar brava?

Ela respirou fundo.

- Só diga.

- Penélope disse que está grávida e o filho é meu. - falei rápido. Arizona estava boquiaberta, sua expressão passou para de choque. - Diga algo!

- Você quer que eu diga o quê? - ela se colocou de pé. E eu também.

- Qualquer coisa.

- Como você sabe que esse filho é seu?

- Ela me disse que é. - falei e ela riu. Eu me joguei no sofá. - eu não sei, tá legal? Isso está me enchendo a cabeça. Eu amo você, quero ficar com você e criar nosso filho. Mas sebo filho de Penélope for realmente meu, eu tb quero criá-lo. Mas eu não posso, não posso te perder de novo.

- Callie...- ela se sentou no meu colo. - tá tudo bem. - eu a encarei e passei os braços ao redor de sua cintura. - eu não vou brigar com você, vocês namoravam. Se o filho for seu, eu vou te apoiar. Mas você não pode ser tão ingênua, você e Addison tem um império no meio da moda, ela pode estar só de olho no seu dinheiro. Eu vou estar aqui pra gente descobrir tudo. Juntas. Eu não vou mais embora.

Eu estava encantada com as palavras que ela disse, eu nem consegui.

- Você é incrível.

A puxei e beijei com toda paixão, todo amor e admiração. Eu a amo. Mas Arizona cortou o beijo.

- Mas ela que não ache que vai dar em cima de você ou te ter de volta.

Eu ri.

- Ela me quer na consulta com ela.

- Problema nenhum. - ela falou e beijou a ponta do meu nariz.

Eu estranhei.

- Sério? - perguntei.

Ela sorriu, passou a mão nos meus cabelos e segurou a mão no meu queixo e me trouxe pra perto, nossos narizes se encostaram.

- Claro, meu amor, eu vou com você!