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Callie Torres

Dois dias depois...

Faz dois dias que o pequeno Carlinhos está em casa, faz dois dias que eu não consigo dormir direito, ele resmunga bastante durante a noite, seja com fome, seja sujo ou às vezes somente com dor, cólicas, Arizona sempre o pega e me pede para voltar a dormir mas eu não consigo, eu tenho essa necessidade de ficar com eles.

Outra coisa que também vem tirando meu sono é que o período gestacional de Penélope não bate com nenhuma das noites que estivemos juntas. Agora mesmo, Carlinhos está dormindo, Arizona também e eu estou aqui pensando nisso. Só estivemos juntas uma vez há 3 meses atrás, eu viajei logo depois.

Quais as chances do filho que ela espera ser meu?

- Eu posso saber o que tira o seu sono?

Ouço a voz manhosa de Arizona e a encaro e vejo seus azuis atentos em mim.

Sorrio e acaricio seus cabelos.

- Nada, querida. Apenas, volte a dormir. Sim?

Ela balançou a cabeça e sussurrou algo sobre conversarmos de manhã e se entregou ao sono.

Bom, não adianta eu ficar pensando nisso agora, eu preciso é tirar satisfações com Penélope, saber a verdade sobre o bebê.

Me arrumo na cama para dormir e pela baba eletrônica ouço Carlinhos resmungar. Levanto calmamente e vou até seu quarto.

Entro e o vejo observando tudo, os olhos de meu pai, é fofo demais.

- Ei, não era pro mocinho está dormindo?

Falo sorrindo e atraindo a atenção dele para mim que começa a resmungar, pura manha. O pego no colo e começo a ninar.

- Você precisa descansar, filho. Pra amanhã aprontar bastante.

- Será que aprontar bastante só porque a senhorita vai trabalhar pela manhã?

Ouço a voz de Arizona e a encaro na porta.

- Querida, vá descansar. Por quê levantou?

Ela encolheu os ombros.

- Senti sua falta.

Eu sorri.

- Vem cá!

A chamei e ela passou os braços pela minha cintura, segurei nosso filho em um abraço e a abracei com o outro. Essa é a minha família.

Foi inevitável não respirar fundo pensando na merda que fiz talvez tendo um filho com Penélope.

/*/

- Planeta Terra chamando Calliope.

Ouvi a voz de Addison, sacudi a cabeça e a encarei do outro lado da mesa na minha sala.

- Desculpa, estou com a cabeça em casa.

Addison respirou fundo e colocou as folhas em cima da mesa.

- Em casa ou na Penélope?

Eu a olhei confusa.

- Penélope?

- Sim, desde a última consulta com ela você está assim. Aconteceu alguma coisa com o bebê?

Eu passei a mão no cabelo respirei fundo e fui até o sofá no canto da minha sala.

- Eu acho que o bebê que a Penélope está esperando não é meu.

Addison deu uma sonora risada, veio até mim e sentou ao meu lado.

- Por quê você acha isso?

- Pelas contas, há 3 meses eu estava viajando, tivemos juntas uma noite. Mas isso não descarta totalmente as chances do filho ser meu. Não é? - soquei o braço do sofá - merda! Tô confusa, Addie.

- Calma, vou pensar em como podemos resolver isso.

- Mesmo? - perguntei.

- Mesmo. Você está estressada, tensa, vai pra casa ficar com sua família, descansar, amanhã a gente resolve essas coisas.

Eu sorri.

- Sério mesmo, Addison?

- Sério, eu do conta por aqui. Fica tranquila. - sorriu - e dá um monte de beijos no meu afilhado por mim.

- Eu do sim. Você tem que ir até lá com a Mer, Ari ainda não gosta muito de sair com ele.

- Eu vou sim. - sorriu - na verdade, o que você acha de irmos buscar Mer e irmos pra sua casa? Assim até Arizona se distrai um pouco.

Eu abri um enorme sorriso.

- Amei a ideia, vamos todas para minha casa.

/*/

Arizona Robbins

Ser mãe tem sido uma experiência incrível, Carlinhos é um bebê extremamente doce, olho para ele e me dá vontade de rir, carreguei por meses para ele ter a cara de Calliope com todos seus traços latinos.

Calliope, ah, ela tem mudado tanto, tem sido uma mãe incrível, e agora, uma noiva super dedicada. Noiva, é tão estranho dizer ainda, foi tudo tão rápido, mas tem sido incrível, eu não me arrependo de ter tido sim.

Estou arrumando a minha cama nesses minutinhos que Carlinhos está dormindo quando ouço meu celular tocar.

O atendi sem nem ver quem era.

Ligação on.

- Alô?

- Olá, irmã desnaturada.

Sorri e sentei na cama.

- Oi, Ams. Como você está?

Ouvi sua risada.

-  Estou bem, você foi embora e me abandonou. Como está o meu sobrinho?

- Ele está bem, está dormindo. E eu não abandonei você, mocinha.

- Acredito... - rimos - Você vai fazer o que hoje?

- Não vou fazer nada, daqui a pouco Callie vai chegar, ela só vai trabalhar agora de manhã.

- Ah, eu estava pensando em ir até aí com Carina.

- Seria ótimo, Ams! Mas você se sente bem para vir?

- Claro, e eu quero ficar com meu sobrinho. Podemos ir?

- Claro, venha! Eu vou amar receber você, irmã.

- Então até daqui a pouco.

Ligação off

"até, irmã" - ironizei e ri.

Ouço alguns resmungos e percebo que meu bebê acordou, caminho até o quarto dele, e foi só me ver para começar a chorar.

Um belo manhoso.

Sentei na poltrona com ele no colo e libertei meus seios para que ele pudesse se alimentar, o que logo foi feito e ele, pelo visto, estava faminto.

- Tá com fome, hem, filho...- sorri.

Logo após ele ter mamado, arrotando e eu ter o trocado, ouvimos a campanhinha tocar. Eu o peguei no colo e sorri o olhando.

- Será que sua mama esqueceu a chave ou é a tia Ams? Vamos lá ver.

Fui até a porta com meu pequeno nos braços, e um grande sorriso nos lábios, sorriso esse que morreu ao abrir a porta e ver a figura que estava do outro lado.

- O que você está fazendo aqui?

Ela riu sonoramente.

- Sentiu minha falta, querida?

A extensão de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora