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~3 semanas depois~

Arizona Robbins

Faz menos de um mês que Alice está conosco, eu não tive tempo de ficar com a menina ainda, eu não faço de propósito, só realmente algo me incomoda muito nisso tudo, eu não sei nem explicar. Quando ela chora a noite, eu chamo Calliope, eu nunca levanto, e sempre acordo primeiro. Carlinhos está manhoso, afinal, Callie está cuidando da bebê e ele fica enciumado quando a mãe tem que fazer algo para Alice e não poder pegar ele, Leny está recebendo a mais para poder cuidar de Alice também.

Com a chegada da bebê, eu e Calliope quase não temos relações sexuais mais, na verdade, nós não temos tido. E eu estou com tanto medo de esfriar.

- Arizona? - sou tirada dos meus pensamentos por Leny na porta do meu quarto.

Balanço a cabeça e encaro a menina.

- Sim?

- A sua irmã está aqui. - disse.

- Certo, obrigada. Já vou descer. E as crianças?

- Carlinhos está brincando e Alice dormindo.

- Obrigada. - sorri.

Levantei e passei no quarto de Carlinhos, ele e Leny brincavam no chão e Alice estava dormindo no bebê conforto. Não fiz barulho para meu filho não me ver.

Desci as escadas e vi minha irmã sentada no sofá. Ela abriu um lindo sorriso e me abraçou quando me aproximei dela.

- Ams, o que faz aqui?

Sentamos.

- Não gostou da minha visita? - fingiu estar ofendida. E eu ri.

- Claro que gostei. Eu amo te receber.

Ela sorriu satisfeita.

- Vim conversar com você, não foi trabalhar, tem algo errado?

Eu suspirei.

- Parece que tudo.

Ela segurou minha mão.

- Desabafa, estou aqui para você.

- Eu não sei, Ams, ter um bebê que é da ex de sua noiva, é estranho, parece que é uma marca que vai sempre me lembrar de Penélope na vida de Callie, eu não consigo ficar perto da criança. Fora minha relação conjugal com Callie, se não pararmos um minuto para conversar e transar vamos esquecer o porquê queremos nos casar. - ele acabou rindo.

- A Alice é como uma filha para Callie, Arizona. Vamos supor que ela já existisse antes de vocês voltarem, você negaria Callie?

- Não, mas é diferente, a filha nem da Callie é.

- Por quê? Porque não tem o DNA dela? Você sabe que não faz sentido. Você ama a Torres?

- Eu a amo muito. - eu olhava atentamente para minha irmã. Ela sorriu.

- Torres também te ama. E ela ama essa criança tanto quanto ama Carlinhos, ela tem o apoio de todo mundo, mas não está encontrando isso em você, na mulher que ela escolheu para dividir a vida. - meus olhos queimavam, mas eu segurava as lágrimas. - Eu tenho certeza que ela está na empresa agora pensando nisso. Pense nela! E pense na criança, ela perdeu a mãe, não sabemos do pai, e olha tudo que Torres tá proporcionando para ela, um lar, Arizona, uma família. - uma lágrima escorreu e Amélia secou. - Nada disso tem a ver com Penélope, isso está na sua cabeça, tudo isso tem a ver com Callie. Resta você decidir o que vai ser.

Ela sorriu e beijou minha bochecha.

- E o que eu faço? Eu quero deixar Callie feliz.

Ela pareceu pensar.

- Você tá disposta? - eu assenti. - Comece parando de evitar uma criança de um mês, eu não tô pedindo para você amar Alice como ama o bolotinha mas sim para você parar de ligar ela a história de Penélope e Callie.

- Eu posso tentar. - afirmei.

- Eu sei que sim. Um bom soldado na tempestade, lembra? - assenti sorrindo- e se não der certo, não conseguir, aquele apartamento será sempre nosso.

- Eu te amo tanto. - a abracei chorando.

- Eu também te amo. E meu sobrinho, está se dando bem com a irmã?

Eu ri.

- Ele fica com um pouco de ciúmes quando Callie tem que dar atenção para ela. Mas ele faz carinho, baba ela toda, é engraçado. Eles dois juntos são fofos. - comentei lembrando de cenas.

Ela sorriu sacana.

- Viu? Você só está bloqueando o carinho que sente pela bebê. Se você se permitir logo vai amar a pequena.

- Acho que você pode ter razão. Calliope ainda não registrou ela, ela quer que Alice tenha meu sobrenome também.

- Isso é lindo! - sorriu. - Deixa fluir, Ari.

- Eu vou pensar e "deixar fluir" - fiz aspas com as mãos.

Acabamos gargalhando mas não tão alto.

- E sobre o outro problema, se você quiser, eu e Carina podemos vir dormir com as crianças para você e Callie lembrarem o porquê querem casar e para transarem bastante- rimos.

- Espera, sério? - A questionei parando de rir e tomando uma postura mais séria.

Ela assentiu.

- Claro, Ari. Já teve confusão demais para vocês se separarem agora.

- Quem se separar? Você quer se separar Arizona? - Merda! Calliope estava atrás de nós com os braços cruzados.

Callie entrou pela porta dos fundos e entendeu tudo errado.

Droga.

A extensão de mimOnde histórias criam vida. Descubra agora