A extensão de mim

5.

Arizona Robbins

- Amor? Eu já cheguei. - ouvi aquela voz que eu tanto adorava. - eu entrei porque a Amélia deixou, ela acabou de sair com Carina. - a voz foi ficando mais perto do quarto - Ei, Ari. Você está aí?

Ela abriu a porta e eu sorri quando meu olhar cruzou com o dela.

- Só estou com um pouco de dor de cabeça e nos pés, por isso não gritei te falando aonde eu estava.

Ela riu e me entregou uma sacola.

- Trouxe donuts. - eu sorri - você quer uma massagem?

- Acho que você se tornaria a melhor namorada do mundo se fizesse isso por mim.

Ela selou nossos lábios e sorriu se posicionando para me relaxar com suas doces mãos.

- Como foi seu dia?

Perguntei e entramos numa conversa animada.

Eliza Minnick, a conheci um mês depois de Calliope e eu termos rompido, ela é amiga de Carina e nós acabamos nos envolvendo e começamos um relacionamento, ela tem sido fundamental para eu não cair em uma tristeza sem fim, ela também é dona de loja de roupas, por conhecidencia a maior rival da loja de Callie, a diferença é que além de dona da empresa, Eliza também é estilista. Eliza tem se dedicado muito a mim e ao bebê, tem sido um anjo. Mesmo ela não suportando Callie, ela não me julga por já ter ficado uma ou duas vezes com ela, bom, pelo menos era isso que ela sabia, jamais Eliza assumiria um filho de Callie Torres. Toda bondade tem limite.

Terminamos a conversa e Eliza se deitou ao meu lado e ficou super animada com a notícia que o bebê era menino, ela ficou mais um pouco, me mimou o tanto que podia, era sempre assim, ela me tratava como uma princesa, eu adorava isso. Depois de comermos donuts vendo filme e trocar alguns carinhos, Eliza foi embora para seu apartamento.

Eu ainda fiquei um pouco acordada, e Amélia logo chegou de seu passeio também.

- Eu posso entrar? - perguntou da porta.

- Claro, Ams. - sorri e me sentei.

- Eu só vim dar boa noite para minha irmã e meu sobrinho. - ela beijou minha bochecha e minha barriga.

- Boa noite, tia Ams.

Ela riu e se sentou ao meu lado.

- Ari, quando você vai contar pra ela?

A olhei confusa.

- Contar o que para quem? Está maluca ?- ri.

- Para Callie que ela vai ter um filho.

A olhei furiosa.

- Ué, ela não vai! - respondi rude.

- Ari, nós sabemos muito bem que esse filho é dela. - eu a encarei com fogo nos olhos. - e não me olhe assim, você ainda é louca por ela, ia dar o nome do pai dela, só não vai porque Eliza surtaria. O que eu acho uma besteira.

- Eu acho o nome Carlos bonito, só isso.

Ams riu e beijou minha testa.

- Só pensa em contar pra ela tudo bem?, Ela também é mãe, tem o direito. E já faz tempo.

Assim minha irmã saiu do quarto me deixando com os pensamentos naquela grande babaca que teve a audácia de me mandar mensagem hoje, tive tanta raiva.

Assisti mais dois filmes e quando vi já ia dar 3 da manhã, publiquei no meu Instagram sobre meu bebê ser um menino. E fechei meus olhos, mas não conseguia dormir de jeito algum, até que ouvi meu celular tocar, sem olhar o atendi.

Ligação on

- Alô?

- Eu acordei você?

Eu conhecia essa voz, era muita audácia.

- Que porra você quer, Callie?

- Ei, calma, eu só quero conversar.

- Eu não tenho absolutamente nada para falar com você.

- Eu acho que tem sim.

- É? O que por exemplo?

- Nós sabemos que esse filho é meu, Arizona. Eu tenho direitos sobre ele. Direitos de participar dessa gravidez.

Eu gargalhei alto e forçado.

- Direitos, Calliope Torres?

- Sim.- ela falou seca.

- Quem te deu meu número?

- Um amigo.

- Maldito Sloan. - sussurrei.

- Fala, Arizona, esse filho é meu, não é?

Eu fiquei quieta por breves segundos. Respirei fundo e soltei.

- Não, Callie, ele não é.

Dessa vez, ela riu.

- Lógico que é, de quem mais seria?

- De Eliza, esse bebê é da Eliza! - falei sem pensar e fechei os olhos fortemente.

O silêncio se fez presente.

- Eliza Minnick?

- Sim, minha namorada.

- Você está com ela?

- Acho que não lhe devo esse tipo de satisfação.

- Ok, de quanto tempo você está?

- De cinco meses, Callie. Acabou? Posso dormir? Eu preciso descansar.

- Então, você teve um caso com ela quando estava comigo?

Não podia acreditar nisso que ouvi.

- Parece que não foi só você que foi uma grande filha da puta.

Ligação off

Desliguei e comecei a chorar, passei a mão na minha barriga.

- Eu odeio amar a sua mãe.