recuperação

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15 dias depois...

Passaram-Se 15 dias e o Carlos estava se recuperando bem. Depois da febre aquela noite ele não apresentou mais nenhum problema sério. Pelo que posso observar suas costela estarão totalmente recuperadas em mais alguns dias.
Na segunda semana o edema reduziu quase por inteiro e agora já não está mais aparente, isso é um bom sinal, contudo ele continua sem memória e me preocupo por isso.
Conversamos sobre coisas aleatórias durante a semana, mostrei a ele minha pequena biblioteca e ele passou a ler alguns dos meus livros. Começou também a me ajudar com as plantações.
Por incrível que pareça ele levava jeito e me ajudou muito. Avisei a ele que levantaria cedo para ir à feira. Tinha muitas coisas para vender, muitas compotas e geléias, além das hortaliças. Falei que ia procurar alguma revista ou Jornal pra ver se tinha alguma notícia sobre ele.
Acordei ainda de madrugada. Carreguei tudo para a caminhonete e sai, fiquei um pouco receosa em deixá-lo, mas não havia outra maneira. Ele se recusava a deixar a chácara antes de recordar quem é.
O dia na feira foi corrido. Já estava a mais de 15 dias sem aparecer e todos me perguntavam o porque do meu sumiço, falei que não tive problema nenhum, só pouca mercadoria mesmo. O que era verdade.
Vendi tudo antes do almoço e resolvi almoçar. Quando estava guardando os caixotes o padre Murilo se aproximou de mim.
- Bom dia Ana. Como vai?
- Sua benção padre. Estou bem, graças a Deus. Respondi sincera.
O padre Murilo era a única pessoa da cidade que sabia de tudo o que passei, e isso fazia com que se preocupasse comigo.
- Quer almoçar comigo na casa paroquial? A dona Josefa iria gostar muito de te ver.
- Não quero incomodar padre. Vou comprar algumas coisas e voltar para casa.
- Não será incômodo algum. Venha, podemos conversar um pouco, e quem sabe você me conta o motivo de estar diferente.
- diferente eu? Na - Não padre estou a mesma de sempre. Respondi desviando o olhar. Padre Murilo era um senhor de meia idade muito atencioso, era um bom amigo que me ajudou muito quando me mudei, ele e dona Josefa eram o mais próximo de família que eu tinha aqui.
- Ainda está com o celular que te dei? Pergunta caminhando em direção a sua casa.
- Sim, mesmo que não use, ele está sempre carregado.
- ótimo. Mantenha assim, sabe que pode me chamar a qualquer hora do dia ou da noite, não sabe?
- Sei sim padre. Não se preocupe, se precisar te chamarei.
Chegamos na casa paroquial e dona Josefa me recebe com um abraço caloroso de mãe.
- Como você está minha menina? Estava com saudades de você. Fala ainda me abraçando e passando as mãos em minhas costas.
- Estou bem e também estava com saudades da senhora. É que estava ocupada com a produção por isso não apareci mais.
Abri a bolsa e retirei dois vidros de doce. Um de doce de mamão com Coco e outro de geléia de goiaba.
- pegue dona Josefa. Esses aqui são para a senhora e o padre. Mas não deixe ele exagerar. Falo e rimos.
O padre Murilo parecia uma formiguinha quando se tratava de doces. Levei também algumas hortaliças, verduras e ervas para eles. Sempre reservava um pouco da produção para agradar a eles dois.
Almoçamos conversando trivialidades , resolvi que não era hora de contar ao padre sobre o Carlos. Me despedi deles e prometi voltar dali a quinze dias. Eu me sentia bem e relaxada. Sempre que estava com eles eu me sentia em casa, me sentia fazendo parte de algo novamente, era feliz.
Sai de lá e fui ao supermercado, fiz as compras que precisaria para os próximos dias. Passei no banco e depositei uma parte do dinheiro, onde morava não precisava estar com muito dinheiro em casa.
Resolvi ir comprar mais alguns remédios para o Carlos, os que tinha em casa iriam acabar logo e não queria estar voltando à cidade a toda hora.
Quando sai da farmácia em direção ao outro lado da praça onde meu carro estava estacionado, vi uma revista com uma enorme foto do Carlos estampada na capa. Li o enunciado e precisei me segurar para não cair.
Ele era na verdade Christian Grey, multimilionário, CEO de uma multinacional chamada Grey House. Tinha uma esposa chamada Leila Adams Grey. Estava desaparecido a quase um mês e só agora a polícia internacional havia divulgado o caso.
Comprei a revista e fui até o carro me sentindo tonta. Li e reli a matéria várias vezes.
Muitas perguntas ecoavam na minha cabeça, porém a maior delas era como ele veio parar no Brasil? E na minha chácara?
Dirigi rapidamente até em casa. Quando cheguei já passava das cinco da tarde. Tudo estava silencioso, apenas um cheiro maravilhoso exalava por todo lado.
Não pude acreditar quando entrei e vi a mesa de jantar posta para dois e Carlos, quer dizer Christian de avental cozinhando para nós.
Quando entro em casa ele vem sorrindo em minha direção e eu retribuo o sorriso porque me sinto feliz em reve-lo.
Sem falar nada ele me pega em seus braços e me beija, no princípio tento evitar, mas é mais forte que eu e acabo cedendo. Me deixo levar em seus braços e ele me aperta forte contra seu corpo. Quando sinto um mínimo de sanidade me desvencilho dele e me afasto bruscamente sem fôlego.
- Isso não é certo Carlos, quer dizer Christian. Você é casado e eu não sou assim.
- o que? Me fala sem entender nada.
- Você é Christian Grey, casado, rico e dono de uma grande empresa. Sua família está louca te procurando. Você foi sequestrado.
Falo jogando a revista nele. Corro para o meu quarto e tranco a porta, me jogo na cama e choro, deixando os soluços e as lágrimas me consumirem.
A quem eu queria enganar ? Me apaixonei outra vez. Estava perdidamente apaixonada por Christian Grey.

Espero que tenham gostado do capítulo. Nossa história agora ficará intensa. Deixem suas estrelinhas e comentários.
Até mais babys

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