Christian
A doutora Helena não diz nada, só me abraça e chora. Minha família toda começa a chorar também e sinto que tudo acabou. A dor é insuportável, não conseguiria jamais descrever em palavras o que estou sentindo nesse momento. Perdi o único grande amor da minha vida e nada mais faria sentido daqui pra frente.
- Christian a Ana... – ela tenta falar, mas as lágrimas não deixam.
- Fala de uma vez doutora Helena. Eu perdi minha mulher? É isso? Eu perdi o amor da minha vida? – questiono.
- Não Christian. O quadro dela é grave. Ela está na UTI, perdeu muito sangue por causa de uma hemorragia provocada pelo eclâmpsia. Ela está viva, porém devo ser sincera com você, só um milagre vai tirar Ana de lá. – Fiz o que pude agora ela está nas mãos de Deus.
- eu posso vê-la? – perguntei infeliz.
- Hoje não Christian. As próximas setenta e duas horas serão decisivas para a recuperação dela. Colocamos ela num ambiente estéril e apenas os profissionais serão autorizados a entrar. Não se preocupe ficarei aqui todo o tempo e ela estará sob meus cuidados. Ana é mais que uma paciente, ela é minha amiga e farei tudo por ela. – diz me abraçando e se retirando.
Minha vida está presa em dois leitos de UTI e não sei como lidar com isso. Toda a felicidade que vivemos no Brasil inundou minha mente com as mais belas lembranças. Se eu soubesse disso tudo teria ficado lá com ela. Presos na nossa bolha, alimentados por nosso amor infinito. Nosso filho nasceria lá aos cuidados da doutora Helena e meu amor iria curtir esse momento do jeito que ela sonhou.
O dia passou como um borrão de cores tristes no qual o artista colocou excesso de melancolia. O silêncio na sala onde estávamos era tão palpável que ouvíamos o menor sibilar da respiração uns dos outros. Kate e Mia levaram os pais de Ana para a casa dos meus pais. Papai foi embora e apenas passou a mão em meus cabelos antes de sair. Ele não falou nada e eu também não queria ouvi-lo. Mamãe voltou pra UTI NEO, ela estava de plantão lá essa noite. Fiquei tranquilo por saber que ela cuidaria do meu filho. Eliot ficou ao meu lado. Chorávamos e ficávamos em silêncio, um ao lado do outro sem dizer uma palavra. Eu sofrendo e ele me confortando. Não precisávamos falar pra saber que minha dor era compartilhada por ele, sempre fomos melhores amigos e nossa amizade ia além de gestos e palavras. Léo apareceu e me entregou toda a papelada retirando as acusações sobre Ana. Ela seria uma mulher livre outra vez, no entanto, agora era uma cama de hospital que a aprisionava.
Eliot foi buscar um café pra nós e Léo ficou me fazendo companhia. Conversamos sobre o processo e ele me assegurou que fará tudo pra que Leila pague o que fez, mesmo ela sendo sua irmã. Me contou que Leila confessou que foi ela que instruiu o chefe dos bandidos, que só agora descobri se chamar Tony, a acusar Ana. Ela deve ter visto alguma coisa sobre nós nas revistas e quis se vingar.
Quando estávamos conversando Jack entrou na sala e me olhou um pouco desconfortável. Eu sabia dos sentimentos dele por Ana, no entanto, não ia criar problemas no hospital com ela no estado em que estava.
- Christian, quero dizer senhor Grey, Eu vim ver como está a Ana. Ela é minha amiga e fiquei muito preocupado. Já liguei pra Helena, mas ela não atendeu por isso eu vim. – falou um pouco nervoso. Vi que Léo percebeu, porém não esboçou nada.
- Jack ela está na UTI, ela está entre a vida e a morte. – falei sentindo o choro voltar.
- Eu sinto muito. Fiz de tudo para tornar seus dias os mais confortáveis possíveis na delegacia para não prejudicar sua gravidez, contudo não foi o suficiente. – ele diz cabisbaixo.
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Depois do Fim
Fanfiction"Ana traçou pra si um caminho, mas não contava com o que o destino reservou para ela. Quando está determinado a acontecer não há onde possamos nos esconder..." Ana descobrirá isso nessa envolvente história!