20 - Desolação

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Christian

Passei um mês no Brasil e nada de encontrar Ana. Ela simplesmente evaporou no ar naquele mundão de meu Deus. Um mês e ela não usou a conta bancária, não acessou nenhum caixa eletrônico, não usou cartão de crédito ou débito, não comprou celular... não fez nada que pudesse me indicar onde está. Isso era o esperado por que no tempo que passamos juntos ela trabalhava na chácara e vendia a produção para comprar o que precisava, além de que, consumia muito do que produzia. Os seus gastos eram mínimos. Ela deve está fazendo a mesma coisa. Sua conta bancária continua com os mesmos R$ 2.575.120,30. Soube pelo dossiê que ela recebeu parte desse valor de um seguro de vida do seu marido e filha.

Voltei pra Seattle e a primeira coisa que fiz foi ir visitar os pais de Ana. O senhor Ray e dona Carla me receberam bem.

- bom dia senhor Raymond. Senhora Carla. – falei apertando as mãos de ambos.

- me chamo Christian Grey e vim até vocês na esperança de que me deem o paradeiro de Ana.

- desculpe Christian mais faz quase um ano que não sabemos da nossa filha. Ela só nos liga na noite de natal. Há cinco anos não a vemos e nem sabemos onde está. – o senhor Raymond falou e sua esposa começou a chorar.

Contei pra eles toda a minha história com Ana desde o momento que ela me achou até o momento que nos despedimos naquele aeroporto. Falei do amor que sentimos um pelo outro e de como as coisas tomaram rumos diferentes quando ela soube da gravidez de Leila.

Seus pais ficaram aborrecidos comigo por me envolver com ela sabendo que era casado. E afirmaram que ela jamais iria me querer de volta sabendo que tinha um filho em jogo.

- Christian minha filha passou por um trauma muito grande. Ela gostava muito do Ethan, não vivia dizendo que o amava, porém se davam bem. Eles começaram a namorar um ano depois que ela começou a faculdade, como se conheciam desde criança fizemos muito gosto no namoro. Um ano depois ela veio pra casa no meio do semestre e nos disse que estava grávida. Nós acolhemos nossa filha e incentivamos a continuar o curso até o nascimento da bebê. Eles resolveram casar e fizemos uma cerimonia civil aqui em casa mesmo. Os pais de Ethan são ateus então não tinha como casarem na igreja. Depois que minha netinha nasceu ficamos com ela pra Ana estudar. Ela concluiu o curso antes de toda a turma e com honras. – falou o pai dela emocionado e depois continuou. – já saiu do curso com emprego certo no hospital da própria universidade onde começou a desenvolver sua tese de conclusão. Na sua tese ela defendia que investir em terapia sentimental ajudava na recuperação mais rápida do paciente. Logo compramos um apartamento pra ela e os três finalmente foram morar como uma família. Na noite de natal daquele mesmo ano, quando vinham pra nossa casa passar o natal conosco, os três sofreram um terrível acidente de carro, um animal atravessou na pista e Ana ao tentar desviar capotou e caíram com o carro em uma ribanceira. Ethan e nossa netinha Emily morreram na hora. Nossa menininha estava com dois anos, ela era a luz de nossas vidas. Oito dias depois quando voltamos do funeral ela se despediu de nós e disse que ia voltar pra o Brasil, de onde jamais deveria ter saído. Transferi pra ela o dinheiro do seguro e umas economias que fiz pra ela ao longo da vida, mas até hoje ela nunca usou nada desse dinheiro. Como você nos disse ela mora nessa chácara e retira dela seu sustento. Infelizmente filho, não sabemos nada dela. Só te peço que resolva sua vida primeiro antes de ir atrás da nossa filha. Ela já sofreu demais.

- farei isso senhor Raymond. Te dou minha palavra que farei isso. Não vou descansar enquanto não tiver a mulher que amo ao meu lado.

Sai da casa deles arrasado. Os pais de Ana ficaram mais aflitos que eu. Onde será que ela se meteu meu Deus. E se aconteceu alguma coisa com ela, um acidente, ela estava nervosa quando foi embora. Liguei pra Welcker do sistema do carro.

- Welcker falando, senhor!

- Welcker quero que investigue acidentes de transito envolvendo mulheres e caminhonetes nos últimos dois meses. Ana pode está ferida ou... – tratei de espantar esse pensamento. Eu não suportaria perde-la de vez.

Cheguei em casa e estava tudo silencioso. Onde será que está todo mundo. Lembrei que Taylor e Gail foram ao cinema com Sophie. Sawyer estava fazendo a segurança do hall. Os outros dois estava na garagem e elevadores. Leila deve ter saído. Subi para meu quarto e quando me aproximei da porta do quarto dela ouvi seus gemidos. O que essa vadia pensa que tá fazendo? Transando com outro na minha casa?

Abri a porta de uma vez e lá estava ela nua, de quatro em cima da cama, levando tudo daquele tal de Paul.

- muito lindo. Essa cena é digna do Oscar de melhor pornô do ano. Uma vadia e seu gigolô na cama que dividiu com seu marido. – falei aplaudindo os dois.

- Christian amor não é nada disso, o Paul me usou e como eu estava carente por sua causa acabei cedendo. – a puta fala chorando e se enrolando ao lençol.

- guarde seu cinismo pra você Leila. Eu quero os dois fora daqui agora. – grito.

- Sawyer, Sawyer. – chamo e ele aparece num segundo. - quero que bote esses dois pra fora daqui agora.

- Christian essa casa também é minha e não vou sair daqui. Se me quiser fora venha tirar. – a vadia falou e eu parti pra cima dela, porém Sawyer me segurou.

- calma senhor. É isso que ela quer acusa-lo de agressão. – ele fala e me contenho.

- vai Christian me bate. Da traição é sua palavra contra a minha. Já se você me agredir terei provas físicas. – diz sorrindo.

Nesse momento Taylor chega com Gail e vem até nós. Quando ouve o que Leila diz ele responde.

- Aí é que a senhora se engana. – Taylor fala pra ela e se volta pra mim.

- senhor, temos mais de cinquenta horas de gravações de dona Leila com esse homem no seu quarto. Tomei a liberdade de por uma câmera quando o senhor me autorizou a descobrir o que havia entre eles.

- você não tinha o direito. – ela fala indo pra cima de Taylor e o tal Paul a segura.

- tá louca? Quer ser presa por agressão. – ele diz a segurando.

- Taylor ligue para meus advogados. Coloque-os a par da situação. Quero essa mulher fora daqui em uma hora.

- não precisa chamar seus capachos eu vou sair agora. Depois mando o endereço pra mandarem minhas coisas.

- ah Christian! Comece a providenciar um apartamento a altura do nosso filho, com todos os empregados e uma pensão bem gorda pra ele. – fala e vai saindo.

- se esse filho for meu tomo ele de você e o máximo que vai ter dele serão visitas assistidas. – falei com os punhos serrados.

Como pode essa mulher usar o filho como moeda de barganha. Uma mãe de verdade faz tudo por um filho. Nesse momento lembrei de Ana e de sua dor em perder sua garotinha. Vi uma foto da menina na casa dos pais dela. Era linda igual à mãe.

Dois meses depois...

Não sei mais o que fazer pra encontra-la. Aquele país é imenso, mas ela não pode ter sumido do mapa assim.

Meu divórcio com Leila foi assinado, ela ficou com um prédio de apartamentos, o mesmo onde seus pais moravam. Dava pra ela morar em um apartamento e viver dos alugueis dos outros. Eram apartamentos ótimos e ela ia ficar bem de vida mesmo depois de ter me traído. Ainda assinei uma pensão para ela receber até o DNA da criança ser feito. Se fosse meu queria a guarda total. Se fosse dela com o tal de Paul eles que se virassem pra criar.

Mandei publicar notícias da minha separação, do divórcio e até mesmo da traição em várias revistas daqui e do Brasil. Tudo na esperança de que ela visse e entrasse em contato comigo. Parece que foi tudo em vão. Três meses sem Ana e estou aqui ficando louco. Tenho sonhos eróticos com ela todos os dias e sujo as cuecas como um maldito adolescente.


Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem!

votem e comentem ! beijos no coração de vocês!

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