31 - Perdido 2

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Christian

Passei toda a manhã sentado naquela delegacia. Por volta do meio dia vi a doutora Helena sair pelo corredor que dava acesso as celas. Corri até ela e perguntei de Ana. Ela não quis falar comigo mais insisti, disse que foi tudo um mal entendido e que eu tinha que explicar. Ela aceitou almoçar comigo ali perto para conversar. Não conseguia comer nada então ficamos conversando enquanto ela comia.

Contei pra doutora tudo o que aconteceu, que eu sabia que Ana não era criminosa e que eu estava no Brasil esse tempo todo lutando pra provar isso. Que conseguimos pegar o cara que atirou em mim e que aquela droga de exame foi ideia do meu pai.

Ela me prometeu falar com Ana, isso se ela acordasse melhor. Sua pressão estava subindo e ela teve que dar calmante pra ela, mesmo não sendo bom para o bebê. Passei a mão no rosto desolado por isso, minha mulher e amor da minha vida estava sofrendo com meu filho na barriga e eu não podia chegar perto deles. Falei pra ela que eu não ia arredar o pé daquela delegacia até Ana falar comigo outra vez.

Voltamos pra lá e quando a doutora entrou Kate saiu. Perguntei de Ana e ela me disse que ela ainda estava dormindo.

- Christian você não devia ter deixado ela sozinha esse tempo todo. Olha se não fosse por mim e por Jack ela teria morrido de tão deprimida. – Kate fala chorando e sinto o quanto isso afetou a todos.

- Kate eu estava lutando por ela. Quando o delegado falou que tudo dependia de achar o cara que atirou em mim, eu só pensei em achar ele e trazer aqui de qualquer jeito pra tirar ela daqui.

- Eu sei que você teve a melhor das intenções, mas se coloca no lugar dela. ela se sentiu abandonada por você. – Kate diz e entendo seu ponto de vista.

- ela acha que foi você que duvidou da paternidade do Yan. Isso acabou com a minha amiga. Eu acompanho o sofrimento de Ana desde sempre e nem quando meu irmão e minha sobrinha morreram a vi tão mal. – Kate fala chorando.

Nesse momento eu quero gritar, morrer ou matar pra falar com minha mulher. O delegado me chama e Kate vai embora. Esse filho da puta quer o que é meu, vai cair do cavalo. Ana e Yan são minha família, tudo o que quero e tenho e ninguém vai me roubar eles.

- senhor Grey o cara que vocês trouxeram confessou que atirou em você. Ele disse que atirou pra ser de raspão mesmo porque não queria te matar. Ele era forçado pelo tio a fazer essas atrocidades e nunca tinha matado ninguém antes. Ele falou que encontrava com uma mulher, contudo não sabia o nome dela. O advogado está falando com ele e depois que Ana acordar vamos fazer o reconhecimento. Algumas características batem com a descrição que ele deu da suposta mulher com quem se encontrava.

- como batem? - perguntei sem entender.

- Grey ele descreveu a Ana. Morena, cabelo liso, estatura mediana, olhos azuis, pele clara e bem magra. Essa ultima é a única descrição que não bate.

- Não pode ser, não foi ela eu sinto isso. – falei aflito.

- Eu também sinto que não foi, mas aqui nada disso importa, são as evidências que contam. O fato de Ana estar a cinco anos no Brasil também conta bastante, porém é preciso provar que ela não usou nome falso pra entrar ou sair do país. – ele fala e fico olhando pra ele. Vi em seu rosto que se apaixonou por minha mulher.

- o senhor por acaso está interessado na minha mulher? – perguntei direto.

- não Grey. Eu estou apaixonado por Ana e ficaria com ela e com o bebê se ela não te amasse tanto ainda. – diz e lhe dou um soco certeiro que ele não revida.

- você pode descarregar toda sua raiva em mim, mas o fato é que aquele anjo que está preso inocente aqui precisava de você e se sentiu abandonada na hora que mais precisou. – sua palavras me doem mais que uma surra.

- eu sei, no entanto, vou lutar pra ter minha mulher de volta. – falei e sai da sala. Sentando novamente na mesma cadeira onde eu estava.

Minha mãe ligou e disse que o filho de Leila estava nascendo e perguntou se eu não ia pra o hospital. Falei que não que meu único filho estava preso em um delegacia com a mãe dele por culpa do meu pai. Pedi que marcasse a coleta do DNA para a manhã seguinte.

Fiquei pensando em tudo o que aconteceu conosco, estávamos tão felizes, arrumando nossa casa e esperando nosso bebê. Tudo estava indo bem até essa coisa toda começar e acabar com nossas vidas. Não sei quanto tempo fiquei ali sentado até que adormeci me entregando ao cansaço desse dia de merda. Na verdade já era um mês todo assim.  

Mais um capítulo por que hoje é sábado, dia de se entregar ao senhor Grey.

aguardo seus votos e comentários!

beijos no coração de vocês!!!!!!

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