17 - Novo Lar

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Ana

Acordei ainda de madrugada e arrumei minhas malas. Eu sabia que ele viria atrás de mim quando eu não atendesse. Eu não duvidava do seu amor, só que tínhamos que fazer o que era certo e se ele vier eu sei que não resisto.

Tranquei tudo e fui pra cidade. Conversei com o padre Murilo e acertamos do sobrinho de dona Josefa tomar conta da chácara pra mim. Ele acabara de chegar na casa dela com a esposa e procurava emprego. Dei o emprego a eles e entreguei as chaves. Eu já o conhecia de outras vezes e sabia que trabalhava pra um fazendeiro em outro estado. Eles vieram pra cá porque ela estava grávida e queriam tranquilidade. Vejam só que ironia. Na chácara tinha uma casa para um possível administrador. Pedi que ocupassem essa e que mantivessem a minha limpa. Se precisassem poderiam pagar outra pessoa pra isso.

Fui ao banco e transferi dinheiro suficiente para o padre pagar a eles por um ano. Os autorizei a vender a produção e retirar vinte por cento pra eles. Depositariam o restante na minha conta. Saquei dinheiro suficiente para me estabelecer em outro lugar. Eu iria alugar um lugar afastado pra mim e cuidaria da minha gravidez. E quando meu filho nascesse eu resolveria o que fazer. Meus pais moravam em Portland, mas voltar pra lá estava fora de questão.

Tudo acertado me despedi do padre e da dona Josefa. Pedi que não contassem nada da gravidez pra ninguém, principalmente pra Christian. Ele tinha que ser feliz com a mulher dele e o filho dos dois.

Depois de dirigir um dia inteiro cheguei num hotel numa cidadezinha agradável. Passei a noite lá. Depois de um banho e jantar fui até a praça onde consegui comprar outro chip pra o celular. Coloquei assim que voltei pra o hotel e liguei pra o padre. Falei que estava bem e que só ligaria na noite seguinte.

Na noite seguinte falei com o padre outra vez e disse que só ligaria agora quando tivesse encontrado um lugar pra mim, ou melhor, pra nós. Falei alisando a barriga. Adormeci e no dia seguinte dirigi também de novo o dia todo. Por volta das três da tarde parei em um posto e vi um anuncio de uma chácara para alugar perto dali. Liguei pra o proprietário e marquei de nos encontrarmos ali mesmo no posto. Era um lugar público e estaria segura.

Meia hora depois apareceu um casal de idosos e se aproximou de mim.

- você é Ana? O senhor perguntou simpático.

- sim! E o senhor é?

- sou Benjamim e essa é minha esposa Maria Clara. Mas pode me chamar de Ben e ela de Clara que pra nós tá bom.

- prazer senhor Ben e dona Clara. Sou Ana e estou interessada em alugar sua chácara.

- Que bom filha. Morávamos lá, mas desde que não pudemos mais cuidar tivemos que nos mudar. Moramos na capital, por coincidência hoje estávamos lá na chácara. Nossa arrumadeira Maria limpou tudo por lá e um rapaz capinou tudo também. A chácara fica há meia hora daqui indo pela estrada por trás da matriz, não tem erro. É só seguir em frente até a chácara paraíso. Você verá um letreiro de longe.

Paguei três meses de aluguel adiantados e fomos a um cartório próximo para assinar o contrato. Tudo assinado peguei as chaves e fui para lá.

A chácara é linda, tantas árvores e flores. Fiquei encantada, mesmo sendo inicio de noite dava pra ver que era bem cuidada. Ela era toda murada e tinha um sistema interno de segurança. Depois iria procurar saber se era só precaução ou o lugar era tão perigoso assim. Levei minhas malas pra dentro e fiquei surpresa ao ver uma casa moderna e cheia de estilo. Procurei a suíte principal e me instalei. Tomei um banho demorado e depois fui ligar pra o padre.

- alô padre Murilo. – falei animada.

- alô minha filha. Já estava preocupado.

- Estou no estado da Bahia. Consegui uma chácara linda pra alugar e já me instalei.

- Nossa filha. Porque foi pra tão longe. Como vou poder ir até você se precisar?

- o senhor vem de avião padre. Estou a cem quilômetros da capital salvador.

- Tudo bem filha. Se cuide. Rezarei por você.

- depois ligo de novo padre. Da um abraço na dona Josefa por mim.

Depois de falar com o padre deito e deixo as lágrimas rolarem.

- Será que seu pai está preocupado com a gente? Que besteira minha. Ele não sabe de você. Ele vai amar o filho que tanto desejou com sua esposa. – me entrego ao choro até dormir.

Christian

Acordei com o telefone tocando, acabei dormindo na casa dos meus pais. Mia e Eliot não entenderam e acharam que meu choro era por causa do trauma que sofri. Não fiquei com trauma nenhum daquilo, mas ficarei com certeza se perder Ana. Resolvi atender.

- Grey.

- senhor consegui um avião para sairmos ao meio dia.

- não é o que eu queria, mas tenho que me conformar. Se apronte que você irá comigo. Providencie um carro para assim que chegarmos lá e também um helicóptero. E Taylor como andam aquelas investigações?

- meu irmão tá na cola dela e um detetive amigo meu na cola dele. É só uma questão de tempo.

- ótimo Taylor. Até mais.

Saímos de Seattle ao meio dia em ponto. Previsão de chegada duas da manhã aqui. Lá por causa do fuso horário serão seis da manhã. Estava tão ansioso pra revê-la que não dormi nada durante o voo. Chegamos no Brasil no horário previsto e fomos direto a um heliporto dei o endereço da chácara de Ana e fui com Taylor no helicóptero para a capital próxima. O carro que alugamos seria pego lá mesmo.

Pegamos o carro e fomos pra cidadezinha onde Ana morava. De lá eu sabia o caminho da chácara. Seguimos pra lá o mais rápido possível. Meu coração desmoronou quando cheguei lá e só encontrei um casal de caseiros.

- A dona Ana foi embora segunda feira. O rapaz falou. – ela conversou com meu padrinho, o padre Murilo e foi embora em sua caminhonete.

- Ela parecia tão triste e abatida. Nunca vi dona Ana assim. Nem quando ela veio morar aqui, que...

- você fala demais mulher. - o rapaz a repreendeu.

- o que aconteceu quando ela chegou aqui? – pergunto aflito.

- Ela chegou numa tristeza, numa depressão que parecia não ter fim. O padre e dona Josefa ajudaram ela a sair dessa. Não sabemos o que causou essa depressão. Só sei que segunda feira ela estava pior.

- Taylor ela só pode ter visto alguma reportagem ao meu respeito e sobre o filho de Leila. Ela sabia do meu desejo de ser pai, por isso resolveu se afastar. Vamos procurar o padre.

- Não acho que meu padrinho vá dizer alguma coisa, mas podem ir falar com ele.

- Ela vendeu a chácara para vocês, doou ou o que? – perguntei antes de sair.

- Ela nos contratou como zeladores. A mulher respondeu.

Saímos de lá direto para a igreja. Meu amor e meu futuro estavam nas mãos daquele padre. Temo que ela tenha falado em confissão pra ele, se esse for o caso estou perdido. Ele jamais poderá revelar.

boa Noite amores!!! não me matem.

mais um capítulo pra vocês. votem e comentem!!!! bjs!

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