Ana
A doutora saiu e fiquei pensando em tudo que aconteceu nesse tempo, mais de um mês na verdade. Minha gravidez já está avançada e meu filho não para quieto sentindo comigo todo esse sofrimento. Mandei chamar Christian porque queria resolver tudo de uma vez, apesar de tudo não queria ele doente ou coisa pior por fazer greve de fome. Eu ainda o amava demais pra querer seu mal.
Ele entrou e vi o quanto esse tempo longe foi prejudicial pra nós. Envelhecemos dez anos em um mês. Ele me abraçou e enfiou a cabeça em meu pescoço cheirando meu cabelo. Eu sabia que esse ainda era seu melhor remédio pra tudo. Não me afastei porque também precisava desse abraço e do conforto que ele me trazia.
- como você está meu amor? – perguntou me dando um selinho.
- estou cansada, triste e louca pra sair daqui, esquecer esse inferno e voltar pra minha vida. – respondi sincera.
- Ana você está me dizendo que vai me deixar? – pergunta ansioso.
- Christian eu estou dizendo que no momento eu não tenho condições emocionais de ficar com você. Eu fui muito humilhada e ferida com isso tudo e preciso pensar em mim e no nosso filho. Depois que esse pesadelo acabar e nosso bebê nascer, pretendo voltar pra o Brasil com ele. – falo direta.
- por favor Ana não me deixa. – fala se ajoelhando e beijando minha barriga. – oi filhão o papai tá aqui e eu não vou ficar longe de você e da mamãe nunca mais. – diz chorando e nosso filho se agita mais e mais.
- Ana eu sei que não devia ter te deixado só, mas pelo amor de Deus entenda, eu fiquei desnorteado e tudo o que eu queria era pegar esse cara e arrastar ele até aqui com as minhas próprias mãos pra ele te inocentar. Eu pedi a Eliot pra falar com Kate pra ela cuidar de você. Achei que ela tinha falado onde eu estava e o que estava fazendo. – diz passando a mão no cabelo nervoso.
- eu não quis saber. A proibi de falar de você. Quando você não atendeu achei que tinha acreditado na história e não queria mais me ver. – falei me permitindo chorar novamente.
- não chora amor vem cá. – ele fala me abraçando. – isso tudo foi uma sucessão de desencontros desastrosos que aconteceram e que não vão se repetir. – diz beijando meus lábios. Eu não resisti, não conseguia resistir a ele, eu o amo demais pra isso. Ficamos um tempo ali abraçados até Jack entrar na sala.
- desculpa Ana eu pensei que estivesse com a doutora Helena. – fala incomodado.
- não ela saiu e disse que ia tomar café da manhã. – respondi.
- Ficamos de tomar café juntos por isso estou lhe procurando. Vou ver se a encontro. Seu advogado já está aqui. Ele está com o Marcos recolhendo os altos do processo e vem já falar com você. Se tudo der certo você sai ainda hoje daqui. – diz sorrindo pra mim e Christian não se aguenta de ciúmes.
- obrigada por tudo Jack. – digo sorrindo.
- até mais Ana. Senhor Grey. Ele fala com um aceno de cabeça e sai.
- você sabe que ele é louco pro você não sabe? – Christian pergunta sério.
- já conversamos sobre isso e decidimos sermos apenas bons amigos. Ele sabe que meu coração não está aberto pra mais ninguém. – falo baixando o olhar.
- eu quero seu coração de volta Ana. Você e nosso filho são a minha vida. Eu prefiro morrer a ter que ficar sem vocês. – ele diz me abraçando de novo.
Tomo café da manhã com Christian. Ele não queria comer, porém falo que só vou comer se ele comer também, então ele pede a Taylor pra trazer café para nós. Dez minutos depois Marcos entra com algumas sacolas e comemos sossegadamente. Após nosso café sento na poltrona e Christian pega uma cadeira ficando ao meu lado. Ele não para de acariciar minha barriga. Nosso filho está muito agitado e isso não é bom.
O doutor Léo entra e começamos a repassar os altos do processo enquanto aguardamos a liberação do habeas corpus. Primeiro ele lê todos os depoimentos. Os meus, de Christian, da doutora, de Kate, e até do padre Murilo que depôs no Brasil. Em seguida leu os dos criminosos e por últimos fomos ver as fotos que constavam do processo. Primeiro vimos as fotos do hotel onde Christian estava quando foi sequestrado, depois as fotos do carro e dos sequestradores encapuzados, logo após as fotos do cativeiro nos arredores de Seattle. Nessa hora o doutor Léo mudou de cor.
- Christian, não pode ser! – fala aturdido.
- o que foi Léo. – Christian pergunta preocupado.
- Essa casa, esse cativeiro que você ficou aqui em Seattle. – fala passando as duas mãos na cabeça.
- o que tem o cativeiro Léo? – Christian pergunta sem entender.
- Christian essa era a casa dos meus avós, meus e de Leila. Eles morreram há anos e não tive coragem de me desfazer da casa que ficou pra mim, pois Leila ficou com o dinheiro que eles tinham guardado. Nunca vou lá. Pago a um senhor pra cuidar da casa por mim.
- Léo você tem certeza disso? Christian pergunta.
- Sim meu amigo. Esse era meu quarto, eu o reconheceria em qualquer lugar do mundo. Christian a Leila é a mandante do teu sequestro. – fala com raiva.
- Léo, a Leila é uma vagabunda, mas sequestro e tentativa de homicídio, você não acha que é demais pra ela? – Christian pergunta meio desconfiado.
- Não acho não Christian. Leila nunca prestou. Vou ligar pra o caseiro e saber se ela pegou as chaves da casa com ele e depois vou mostrar uma foto dela pra o rapaz que prendemos pra ver se ele a reconhece. Temos que pegá-la enquanto ela está no hospital. – Léo fala e sai nos deixando a sóis.
- Christian a Leila já ganhou o bebê? – pergunto.
- Sim, desde antes de ontem. – responde sério.
- E você não foi ver? – questiono já sabendo a resposta, pois ele está esses dias aqui na delegacia.
- Não fui e não vou. Estou esperando o resultado do DNA pra tomar uma atitude contra ela. E agora com essa noticia é que não quero vê-la nunca mais. – fala aborrecido.
- E o resultado do DNA do nosso filho, você vai querer ver? – pergunto temendo a resposta.
- Ana eu não preciso de DNA pra saber que o Yan é meu filho. Só me submeti a essa palhaçada do meu pai porque quero esfregar o resultado na cara dele e de quem mais estiver duvidando de você. Eu te amo e amo nosso filho. Vocês são tudo pra mim. – fala me abraçando.
Deito um pouco pra tentar aliviar a tensão. O Yan está se agitando mais e Christian vai procurar a doutora, estou com um pouco de dor de cabeça e dor nas costas. Ele sai e fico deitada pedindo a Deus que meu filho se acalme e fique bem, a sensação é que ele quer saltar de dentro de mim.
Nosso delegado lindo. um Jack bonzinho pra variar!!!!!
Aguardo as estrelinhas e os comentários de vocês!!!!!
beijos!!!
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Depois do Fim
Fanfiction"Ana traçou pra si um caminho, mas não contava com o que o destino reservou para ela. Quando está determinado a acontecer não há onde possamos nos esconder..." Ana descobrirá isso nessa envolvente história!