28 - Prisão

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Ana

Mesmo sob os protestos de Christian tive que ir pra Seattle prestar depoimento na delegacia de lá. Os pais de Christian estavam lá. Grace me abraçou e disse que nenhum deles acreditava nesse absurdo, porém a cara do pai dele me dizia que ele acreditava sim, e que estava disposto a provar isso.

Entrei na sala do delegado e tive que contar e recontar minha história com Christian um milhão de vezes. Eles tentavam de todo jeito me dissuadir a dizer algo diferente ou me perder nas palavras mais eu não ia mentir, minha vida com ele começou quando o encontrei machucado em minha chácara e não antes arquitetando um sequestro como eles queriam que eu dissesse.

Depois de umas três horas eu estava exausta meu filho não parava de remexer em minha barriga e eu já estava com medo por ele. Ouvi os gritos de Christian fora da sala, pois ele queria entrar a qualquer custo. Ele gritava que era a mulher e o filho dele ali dentro, que ele tinha o direito, que se acontecesse alguma coisa conosco iam se ver com ele. Porém a verdade é que não somos casados e legalmente esse direito dele não existe.

Depois de mais duas horas fui levada pra uma sala onde estavam mais umas cinco mulheres parecidas comigo. Fiquei lá de pé por não sei quanto tempo e quando fui levada a outra sala Christian já estava lá me esperando.

Nos abraçamos com urgência e nos beijamos como se fosse o ultimo beijo de nossas vidas. Quando nos separamos ele sentiu a agitação do nosso filho.

- Ana ele tá muito agitado. Isso é normal? – perguntou acariciando minha barriga.

- acho que não. Deve ser por tudo isso que está acontecendo. – respondi chorando.

- fica calma. Filhão fica calmo que o papai vai tirar você e a mamãe daqui o mais rápido possível. – ele fala ajoelhado perto da minha barriga.

- como o mais rápido possível? – perguntei incrédula. – não vamos embora agora? Terei que ficar aqui presa por algo que não cometi? Me fala Christian? – pedi chorando mais.

- Amor eu não sei ainda. Meus advogados estão fazendo de tudo pra te tirar daqui. Fica aqui que vou chamar minha mãe pra te examinar. Se acalma, por favor. Por você e por nosso filho. – ele diz e sai.

Em poucos minutos Grace entra sozinha na sala. Pergunto de Christian e ela diz que o delegado o chamou pra conversar em sua sala. Ela me examina e vê que minha pressão está um pouco alta, então liga pra Taylor e pede pra comprar um remédio e um suco pra ela me dar. Ficamos conversando e ela diz que acredita em mim e que me ajudará a provar que sou inocente. Taylor chega com o suco e o remédio. Eu tomo e me sinto melhor. Taylor também diz que vai mover céus e terras pra provar minha inocência. Fico feliz por ter alguém que confia em mim além dos meus pais.

Depois de uma hora e de verificar que minha pressão estava normal Grace foi embora e Christian não voltou mais onde eu estava. Pensei que o delegado o havia proibido, contudo também não escutei mais seus gritos ou nenhum movimento estranho. A sala onde eu estava parecia um pequeno quarto de repouso. Acho que era o repouso do delegado, pois tinha uma cama de solteiro, um pequeno banheiro, uma mesa e duas cadeiras. Não tinha janelas e a porta era típica de uma delegacia e tinha um pequeno ar condicionado que foi ligado pra mim assim que cheguei.

Não sei por quanto tempo fiquei ali sentada olhando pro nada até que a porta se abriu e o delegado entrou sentando na outra cadeira à minha frente.

- Ana como você está se sentindo? – perguntou gentil.

- como o senhor imagina que eu esteja?. – respondi seca.

- Olha Ana! Eu sinceramente não acredito que você foi a mandante desse crime. A minha experiência me diz que alguém tá armando pra você, mas eu preciso provar isso primeiro. Tudo está contra você. O chefe dos caras que prendemos te reconheceu e te acusou de mandante. O cativeiro do Brasil foi localizado e fica a uns três ou quatro quilômetros da sua casa. No dia que você sacou uma grande quantia da sua conta no Brasil, uma quantia um pouco menor foi depositada na conta dele aqui. Então, Ana tudo tá conspirando contra você. Estamos buscando ainda um outro bandido que foi o responsável por atirar em Christian. Ele é sobrinho do chefe da quadrilha e mantinha contato com a suposta mandante. Olha eu não queria mais é meu dever te informar que você vai ter que ficar aqui. Não vou te transferir pra lugar nenhum devido ao seu estado e já mandei organizar melhor a cela que temos aqui pra você ficar confortável dentro do possível.

- Eu agradeço. Afinal de contas você é um estranho e está se preocupando comigo dessa forma. Obrigada senhor... – falo esperando que me diga seu nome.

- Delegado Jack Hyde ao seu dispor. – fala estendendo a mão pra mim. eu aperto sua mão e ele sai me dizendo que está noite ficarei no quarto dele e que se precisar de algo terão dois guardas na porta é só chamar.

Algum tempo depois a porta abriu e Kate passou por ela como um furacão me abraçando. Ela veio me trazer roupas e comida. Falou que Christian estava transtornado, pois tudo estava indicando que eu era realmente culpada. Me entreguei ao choro nos braços da minha amiga e me permiti sofrer por ele, por nós, por nosso bebê. Kate ficou comigo até eu tomar um banho e comer um pouco. Ela foi embora garantindo que voltaria no dia seguinte e me fez prometer que me cuidaria. Pedi pra ela tranquilizar meus pais e dar a eles todo o apoio que eles precisam nesse momento.

Quando minha amiga foi embora resolvi deitar e deixar mais uma vez a dor tomar conta de mim. Como eu ia provar que sou inocente? Como se não tenho a menor ideia do que realmente aconteceu a Christian? Adormeci entre lágrimas com esse pensamento...


Perdoem-me o atraso. É que tive alguns problemas esses dias.

Espero que gostem do capítulo. vou postar dois seguidos pra compensar vocês.

comentem e votem! bjs!!!!!!

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