Capítulo 13 - Por Christian

3.6K 342 17
                                    

Deixei Ana chorando naquele aeroporto. Minha vontade era de abraçá-la e de leva-la pra nossa casa. Fazer amor com ela e esquecer esse mundo e essa merda toda. No mesmo instante penso nos meus pais, vou fazer tudo isso por eles. Resolverei tudo e voltarei pra Ana, pra nossa vida e nosso amor.

Chegamos em Seattle às duas da manhã no Brasil, dez da noite aqui. Taylor nos esperava no aeroporto e seguimos direto pra o apartamento do irmão dele. Nada poderia levantar suspeitas. Combinamos que na segunda feira seu irmão me levaria ao apartamento e Taylor facilitaria nossa entrada. Ele não podia sair de lá porque estava incluso no testamento e teria que participar da leitura. Notei que ficou surpreso ao saber disso. Ele era o meu melhor funcionário e a quem eu confiaria minha vida se preciso fosse, nada mais justo sua participação no meu testamento.

Mandei uma mensagem pra Ana avisando da minha chegada e aproveitei pra dormir e descansar, queria estar bem disposto na segunda pela manhã. Taylor já tinha providenciado tudo para minha estadia no apartamento do seu irmão. Tomei um banho e rapidamente adormeci.

Acordei na manhã de domingo lembrando de Ana, a essa hora ela estava na feira iniciando o dia de vendas. Deixei pra ligar pra ela a tarde. Chamei Taylor para me inteirar de tudo o que aconteceu na minha ausência.

Ele me contou que a empresa está muito bem. Não foi abalada em nada com tudo isso. Ross estava tomando conta de tudo e mantendo os lucros em alta. Eu sabia que minha empresa não sofreria caso eu sumisse de vez. Construí uma politica de funcionamento onde ela não seria prejudicada em nada com minha ausência. Sempre me entristecia quando algum grande empresário falecia e sua empresa descia ao tumulo com ele, era como se o trabalho de toda uma vida fosse enterrado junto com seu dono. Por isso criei todos os mecanismos e dei autonomia às pessoas certas para que ela fluísse sem mim.

Taylor me falou que minha mãe não sai mais do quarto e que meu pai não sabe mais o que fazer pra tira-la de lá. Fiquei triste por isso. Minha mãe é uma das melhores pediatras de Seattle e sempre amou sua profissão. Vê-la abandonar tudo por mim foi doloroso. Ele falou que meu pai vai ao escritório só nos casos que realmente precisam dele e fora isso passa o dia em casa com minha mãe. Mia e Eliot é que tem segurado as pontas em tudo. Minha irmã veio embora de vez de Paris pra cuidar de nossos pais e meu irmão transferiu o escritório de sua empresa pra cá também e voltou a morar na casa dos nossos pais. Chorei sabendo o quanto eles estavam sofrendo e se sacrificando pra suportarem todo esse sofrimento.

- Taylor e Leila? Como ela ficou esses dias? – perguntei curioso.

- Ela foi a mesma todo esse tempo. Chorou nos primeiros dias e principalmente na frente da mídia. Depois continuou com suas saídas diárias, chás com as amigas, shopping e compras.

- E quanto ao tal de Paul, o que descobriu?

- Ele foi ao seu apartamento várias vezes nesses meses, sempre ficava em um dos quartos sem monitoramento e sempre nas minhas noites de folga.

- Quero que descubra tudo sobre esses dois. Fale com Welcker e veja o que podem fazer. Quero tudo ainda essa semana. Se ela me traiu não perde por esperar.

- como estão Sophie e Gail?

- estão bem. Minha menininha chora todos os dias pelo senhor e pede a Deus pra mostrar a ela em qual estrela o senhor se transformou. Gail falou pra ela que as pessoas boas quando morrem se transformam em estrelas para iluminar os que amava e que ficaram chorando na terra. No dia que o senhor ligou ela estava chorando porque viu uma estrela bem brilhante no céu, falou que era o senhor e contou pra todo mundo, até pra sua mãe. As duas choraram abraçadas por horas olhando aquela estrela. Gail anda chorosa pela casa o dia todo e diz que não vai mais trabalhar lá

- Não pude segurar uma lágrima teimosa ouvindo isso. Sophie é uma menina linda e doce que me ama como um tio. foi a primeira palavra que ela falou. Taylor disse que ela nunca tinha dito nada apenas os burburinhos típicos dos bebês. Naquele dia quando entrei na sala de segurança ela estava sentada no colo de Taylor olhando as câmeras, virou para mim sorrindo, esticou os bracinhos e me chamou de tio. peguei ela no colo e desde então somos tio e sobrinha.

- Mas alguma ordem senhor? – perguntou.

- Não Taylor. Obrigado. Ah e obrigado por ser leal a mim até depois da morte. – falei sorrindo porque até eu entrar em contato era o que se sabia.

- Não por isso senhor. – falou com um aceno de cabeça e saiu.

Passei a tarde pensando em tudo o que Taylor me contou e ansioso para dar a hora de ligar para Ana. Eu estava morrendo de saudades dela. Dormi um pouco e quando acordei era cinco da tarde. Peguei o telefone rapidamente e liguei. Ela atendeu no segundo toque.

- Alô Christian. – falou com a voz de quem havia chorado.

- oi meu amor. Como você está?

- Sentindo muito a sua falta. Minha casa nunca mais será a mesma sem você. – fala e sinto que está chorando.

- não chora amor. Eu vou votar logo. Como foi seu dia? – pergunto.

- foi bem. Fui pra feira cedinho. Vendi tudo como sempre. Almocei com o padre Murilo e a dona Josefa e acabei de chegar em casa e descarregar a caminhonete. Estava indo tomar banho.

- queria estar aí pra dar esse banho em você.

- Christian não fala isso. Você vai me deixar desejosa e não está aqui pra me satisfazer. – falou e senti seu sorrisinho.

- Tá bom, não vou falar. Teremos muito tempo e muitos banhos pela frente. Só me promete uma coisa, pode ser?

- o que?

- Que não vai está chorando o tempo todo. Eu não morri, apenas estou longe e por pouco tempo.

- Tudo bem. Eu prometo.

Conversamos por mais de uma hora e depois desligamos com muitas juras de amor. Eu vou fazer de tudo pra ter essa mulher comigo, não importa o que custe. 

Depois do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora