Ana
Acordei às três da manhã. O lado vazio de Christian na cama fez minhas lágrimas voltarem com força total. Tomei banho e fiz meu chá. Arrumei tudo no carro e saí pra feira. Como era de costume vendi tudo antes do almoço. Coloquei os caixotes rapidamente no meu carro. Queria voltar pra casa e me entregar a minha dor.
- Ana minha filha o que houve? – padre Murilo pergunta se aproximando de mim.
- Nada padre, eu estou bem, é só um resfriado. – respondi sentindo as lágrimas querendo voltar.
- Desculpe filha mais eu te conheço bem. Você está do mesmo jeito que quando chegou aqui, ou pior. Vamos almoçar lá em casa e se você quiser falar sabe que ouvirei.
- fui com ele porque precisava desse amparo que só ele e dona Josefa poderiam me dá.
Contei pra ele tudo sobre Christian. Claro que em confissão, dessa forma ninguém poderia saber além de nós dois. Falei de como o encontrei, da perda de memória e desses quase três meses que vivemos juntos.
- E você se apaixonou por ele? – perguntou mais afirmando que propriamente perguntando.
- Sim padre. Me apaixonei e deixei esse amor tomar conta de mim. Meu amor por ele é tão grande e forte que chega a doer.
- entendo filha. Mas ele é casado não é verdade?
- sim padre e voltou pra sua família e esposa. Ele prometeu voltar, mas não tenho muita fé nisso.
- sinto muito por você filha.
Terminamos nossa conversa e fui pra igreja rezar um pouco. Logo depois fui pra casa. Quando cheguei as lágrimas me tomaram com força total. Ele não estava me esperando com um jantar delicioso e uma noite de amor perfeita.
Descarreguei o caminhão e quando ia tomar banho ele ligou. Conversamos por mais de uma hora e depois adormeci chorando mais.
15 dias depois...
As duas semanas seguintes passaram numa rotina desoladora. Eu acordava e chorava, trabalhava e chorava, fava com ele à noite e chorava mais. Ele me falou que estava resolvendo tudo e que logo voltaria. Na semana seguinte, mais precisamente na quarta feira, acordei enjoada e vomitei muito. Achei que fosse um mal estar passageiro.
Conversamos de novo a noite, porém omiti isso dele. Ele poderia se precipitar e vir voando pra cá, ou não.
No domingo seguinte fui pra feira meio indisposta. Os cheiros misturados me enjoaram outra vez e tive que tomar um remédio. Quando terminei tudo e já ia pra casa paroquial fazer minha visita semanal me deparei com uma revista e a manchete estampada na capa com uma foto de Christian e Leila.
" O MAGNATA CHRISTIAN GREY VOLTOU DAS CINZAS E ESTÁ MAIS FELIZ QUE NUNCA ESPERANDO SEU PRIMEIRO HERDEIRO".
Vi o mundo todo rodar e a única coisa que ouvi antes de cair foi o grito do padre Murilo.
Acordei em um quarto todo branco. Olhei em volta e o padre estava sentado em um sofá com dona Josefa.
- o que aconteceu? – perguntei.
- você desmaiou filha. – o padre respondeu. – E te trouxemos para o hospital.
Lembrei na hora da manchete na revista e comecei a chorar. O padre e dona Josefa me abraçaram e deixaram que chorasse até me acalmar.
- você terá que ser forte Ana. Agora não se trata só de você e seu amor por esse homem. Você está grávida. – padre Murilo fala de uma vez.
- como grávida? Padre. Eu tomo injeção todos os meses. Espera! Na semana que Christian chegou eu não fui pra feira e tomei a injeção atrasada na semana seguinte. Isso deve ter atrapalhado meu ciclo. O que eu vou fazer agora padre? – perguntei chorando.
- você vai ter esse bebê e vamos te ajudar em tudo. Dona Josefa e eu somos sua família. Depois você conta pra ele e resolvem como vai ser.
- Não padre. Não contarei nada pra ele. Sua esposa está grávida também e ele deve ficar com ela. – falei decidida com as lágrimas caindo cada vez mais.
O padre apenas meneou a cabeça em concordância. O médico veio e me deu algumas orientações que eu já sabia porque também sou médica. Fui pra casa e me permiti chorar por toda aquela noite. No dia seguinte seriamos só nós dois. Meu bebê e eu. Olhei o celular e vi mais de vinte ligações dele. Eu tinha que ir embora dali, sabia que ele viria atrás de mim quando eu não atendesse mais e eu não queria ser a responsável pela destruição de um casamento e de um filho viver sem pai, mesmo que o meu fosse passar por isso. Quebrei o chip e adormeci.
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Depois do Fim
Fanfiction"Ana traçou pra si um caminho, mas não contava com o que o destino reservou para ela. Quando está determinado a acontecer não há onde possamos nos esconder..." Ana descobrirá isso nessa envolvente história!