Christian
Já faz uma semana que Ana está naquela UTI. Depois de três dias a doutora me permitiu entrar pra ficar algum tempo com ela. Eu pedia pra ela voltar e falava do nosso filho enquanto acariciava seu rosto e seus cabelos. Não obter respostas me dilacerava por dentro e eu me sentia o mais impotente dos homens.
A doutora Helena me falou que quanto mais demorado o coma pior a recuperação. Minha mulher poderia ficar assim por dias, meses ou até anos. A perda excessiva de sangue provocou um choque que induziu ao coma e só o tempo poderia fazê-la voltar. Clinicamente seu organismo estava se recuperando bem e voltando as funções normais, porém sua mente parecia ter se desligado sem previsão de retorno.
- Ana amor, nosso filho é o bebê mais lindo do mundo. Ele tem seus olhos e é muito bonzinho, quase não chora. Mia e Kate estão me ajudando a cuidar dele durante o dia e à noite fico com ele. Volta pra nós amor. Eu não sei se consigo fazer isso sem você. Eu não sou forte como você pensa, eu preciso de você pra ser o pai que nosso filho merece. Já está tarde e Eliot já vai buscar a Kate por isso tenho que ir ficar com nosso filho. Amanhã eu volto. Te amo pra sempre. – falo, beijo sua cabeça e vou embora.
Chegar em nossa casa com nosso bebê sem ela ao meu lado foi horrível. Mesmo com meus sogros lá pra me ajudar, Mia, Kate e minha mãe se reversando pra ajudar também, não era suficiente. O meu sonho de ser pai incluía acompanhar a gravidez da minha mulher do inicio ao fim, participar do parto, vê-la amamentar nosso filho, trocar fraldas, dar banho e aconchegar os dois em meus braços na nossa cama para que se sentissem protegidos.
A cada dia que passa e eu deixo ela naquele leito de UTI minhas esperanças de tê-la de volta morrem um pouquinho. Todos os médicos dizem que ela está bem, que seu organismo está recuperado da hemorragia, no entanto ela não acorda.
Seus seios encheram de leite e as enfermeiras retiravam pra eu levar pra casa. Eu dava pra nosso filho prometendo a ele que logo sua mãe estaria em casa pra ele poder mamar como precisava. Ele me olhava como se entendesse tudo. Colocava ele em seu berço e dormia na cama em seu quarto todas as noites, nós dois precisávamos dessa aproximação pra nos dar forças.
Naquela manhã eu estava especialmente triste, era meu aniversário e com tudo isso acabei esquecendo completamente. De nada adiantava se meu melhor presente estava deitada naquela cama. O bip ritmado do monitor cardíaco parecia um alerta em meus ouvidos de que ela não estava mais aqui. Eu tinha certeza que esse som me assombraria pra o resto da minha vida.
Sentei ao seu lado na cama e pela primeira vez depois que tudo aconteceu me permiti ser fraco. Deitei a cabeça em seu colo e chorei sentindo as lágrimas lavarem toda essa dor de dentro de mim. Eu sabia que precisava ser forte pra ela, no entanto, nesse momento não dava pra mostrar essa força. Eu precisava dela na minha vida e não me importava se por causa disso eu teria que expor minhas fraquezas diante de todos. De repente senti uma mão acariciar meus cabelos, eu não podia acreditar que ela estava voltando pra mim. Ergui a cabeça devagar e seus olhos azuis estavam me fitando com lágrimas descendo pelos cantos.
- meu amor não chora. – falei secando suas lágrimas.
- cadê nosso filho? – perguntou com dificuldade.
- ele está em casa com sua mãe e minha mãe. Está tudo bem com ele, fica calma que vou chamar o médico. – sai desesperado pra chamar o médico gritando que ela acordou. Minha felicidade era tão grande que eu queria gritar para o mundo inteiro ouvir.
Duas horas depois o médico veio falar comigo e disse que estava tudo bem com ela. Nada de sequelas, nem dores e se continuasse assim à noite levariam ela pra o quarto. Perguntei se poderia ficar com ela e ele disse que sim. Eu queria tanto cuidar dela, mostrar que a amo, que minha vida sem ela foi um arremedo de vida todos esses dias. Liguei pra casa e dei a boa noticia a todos. Depois fui ficar com ela, passamos o dia juntos conversamos pouco pra ela não se cansar. Eu me permiti mimar a minha mulher e aconchega-la em meus braços.
Fomos para o quarto à noite e todos vieram visitar Ana. Minha orientou a ser uma visita breve, que depois de tudo ela iria pra casa e todos poderiam matar as saudades e cuidar dela como ela merece. Mia, Kate e Eliot demoraram pouco no quarto. Meus sogros ficaram com ela enquanto eu fui em casa buscar algumas coisas para passar a noite com ela. Combinei com minha mãe de trazer o Yan pra ficar aqui e ela concordou. Ana estava ansiosa pra ver o filho e isso seria bom pra ela.
A emoção de ver nosso filho finalmente nos braços da mãe foi indescritível. Assim que Ana o pegou no colo ele se agitou passando o rostinho no peito dela. Não sei como, mas os bebês sabem essas coisas. Ana o amamentou e ele dormiu calmamente em seus braços. Insisti com ela pra que dormisse a noite toda que eu daria o leite especial pra ele, mas ela negou e tive que acorda-la todas as vezes que ele quis mamar.
Passamos mais alguns dias no hospital. Eu trabalhava lá mesmo e Ross me trazia o que precisava da minha assinatura. Deixei claro que ficaria um mês ou mais fora da empresa. Durante o dia tinha a ajuda das minhas fiéis escudeiras Mia e Kate, e, à noite éramos só nós três no nosso mundinho de amor.
Boa Noite amores!
Resolvi deixar esse capítulo o mais sensível possível.
O Christian literário pelo qual me apaixonei é justamente desse jeito que descrevo aqui. Ele é um homem apaixonadamente amoroso, dedicado e que não tem medo de expor seus sentimentos.
Espero que tenham gostado dessa descrição do nosso amado.
Votem e comentem! Beijos no coração de todos!
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Depois do Fim
Fanfiction"Ana traçou pra si um caminho, mas não contava com o que o destino reservou para ela. Quando está determinado a acontecer não há onde possamos nos esconder..." Ana descobrirá isso nessa envolvente história!