16 - O exame

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Christian

Levantei cedo e me arrumei para levar Leila ao médico. A essa altura a notícia do meu retorno já havia se espalhado e estava em todos os jornais e televisão. Liguei pra Ross e pedi que emitisse uma nota falando que consegui fugir do cativeiro e fiquei sem memoria por mais de um mês, que quando recobrei a memoria voltei pra casa. Pedi pra omitir que fui levado pra o Brasil. Meu pai já tinha entrado em contato com a policia e eles iriam investigar tudo.

Liguei pra minha mãe e pedi o nome de um médico pra levar Leila. Ela me indicou uma doutora Samantha sua amiga. Marquei o horário para as nove e pedi a Gail pra avisar a Leila.

Tomei meu café no escritório e às oito e meia saímos. O prédio estava cercado de jornalistas querendo uma declaração minha. Vou ter que marcar uma coletiva ou eles não me deixarão em paz. Ana tinha razão, esses repórteres fariam da vida dela um inferno se ela tivesse vindo.

Lembrei dela e um sorriso se formou instantaneamente.

- do que você tá rindo? Leila perguntou me olhando desconfiada.

- de que eu já sabia que isso ia acontecer. No cativeiro pensei nisso varias vezes que os jornalistas não me deixariam em paz quando voltasse. – inventei essa desculpa e ela parece que caiu.

Já no consultório médico a doutora Samantha fez todos os procedimentos, mediu a barriga da Leila, pesou, anotou coisas em uma ficha e fez um monte de perguntas. Ela realmente estava grávida, suas curvas estavam mais acentuadas e os seios maiores. Passei a mão na testa com essa constatação.

- agora é hora do ultrassom. – a doutora fala e nos dirigimos para a sala ao lado.

A doutora começa o exame e em pouco tempo nos mostra uma bolinha dentro da Leila. Ela faz algumas medições e mexe no aparelho deixando o som forte de um coraçãozinho batendo invadir a sala.

- de quanto tempo ela está? - pergunto.

- três meses. A doutora fala. – como temos uma pequena margem de erro diria que está entre onze e treze semanas.

Não pode ser. Se ela está desse tempo mesmo o filho pode ser meu. Não lembro a ultima vez que transei com ela. Farei um esforço pra lembrar. Penso comigo mesmo. A doutora nos dá algumas orientações e diz que podemos continuar com nossa vida sexual ativa. Fala e pisca para Leila. Reviro os olhos porque sei que não voltarei a encostar nela. Nos despedimos e saímos.

- você sabe que faremos o DNA assim que essa criança nascer não sabe? – sussurro em seu ouvido.

- faça como quiser Grey. – ela responde sorrindo.

Farei sim. Ela não vai me intimidar me jogando um filho na cara. Se for meu vou ficar com ele e cria-lo com Ana.

Ana meu deus! Como será que ela vai reagir. Tenho que ir ao Brasil o mais rápido possível para contar pessoalmente. Ainda bem que ela não gosta da mídia, se não estaria tudo perdido.

Saio do consultório perdido em pensamentos quando sou atacado por flash de inúmeras câmeras.

- Então senhora Grey o herdeiro está mesmo a caminho? – um repórter pergunta.

- sim! Teremos um bebê lindo e só nosso para amar e cuidar. – ela responde me abraçando.

- o senhor está feliz com a noticia senhor Grey? – outro pergunta.

- Ainda estou me acostumando com a noticia. Respondi evasivo. Puxei Leila pra o carro e fomos embora.

- você armou esse circo na clinica Leila? – pergunto com raiva.

- ora, ora Christian. Vamos ter um filho e de uma maneira ou de outra eles saberiam.

- você é uma esnobe mesmo! Não sei como casei com você? – disse passando a mão no cabelo.

- vamos ver? Você casou porque adorava o sexo selvagem que fazíamos juntos, porque queria uma esposa a altura da sua posição e porque se apaixonou por mim. – ela diz sarcástica.

Bufo de raiva de mim mesmo. Como eu pude ser tão cego?

Peço a Taylor pra me levar pra empresa. Preciso ficar longe dessa mulher. Passo o dia trabalhando e as cinco ligo pra Ana de novo. Noto tristeza em sua voz e isso acaba comigo. Conversamos bastante. Falei pra ela que iria falar dela pra minha mãe. Ela ficou um pouco preocupada do que minha mãe ia pensar, mas eu a tranquilizei. Minha mãe já sabia que meu casamento com Leila estava condenado ao fracasso. Agradeço a Deus ela não gostar de religião porque nos casamos apenas no civil. Mesmo com minha mãe dizendo que a união em Deus era a mais importante Leila não quis de jeito nenhum. Eu ia poder casar de verdade com Ana e seria para sempre.

15 dias depois...

Passei quinze dias horríveis. Leila não parou de me atormentar um minuto. Queria que dormisse com ela, que transasse com ela, que vivêssemos como antes. Eu só a ignorava, quando eu quis isso ela rejeitou, agora estou em outra. Saia de casa cedo e voltava tarde, isso quando voltava. Dormi no escritório algumas vezes nesses dias. Eu tinha um quarto lá com tudo que eu precisava principalmente paz. Voltar pra casa era um fardo. Eu me atolava no trabalho o dia todo e só ficava feliz quando falava com Ana.

O domingo chegou e fiquei pensando nela indo pra feira cedinho. Queria estar lá pra ajuda-la. Tomei um banho e sai do quarto vestido casualmente. Ia passar o dia na casa dos meus pais e conversar com minha mãe. Como Leila não acordava antes do meio dia deixei um recado pra ela com Gail.

Conversei com minha mãe e contei tudo sobre mim e Ana. Minha mãe me apoiou e disse que queria conhece-la o mais rápido possível, mas que eu tinha que resolver minha situação com Leila antes. Avisei que já tinha pedido o divórcio e que estava só aguardando uns documentos pra resolver tudo. Taylor me entregou varias provas de que ela andava com o tal de Paul há muito tempo, bares, restaurantes, baladas e até em hotéis, mesmo depois que voltei ela estava a maior parte do tempo com ele. Contudo, tínhamos que ter a prova da traição aí sim ela estava acabada. Sem provas ela poderia alegar que eram apenas amigos, e, mesmo eles passando tanto tempo juntos ninguém poderia contestar.

Na hora marcada liguei para Ana. Minha mãe estava comigo no jardim, elas iam se falar pela primeira vez. Liguei mais de vinte vezes e nada, ela não atendeu. Entrei em desespero pensando o que poderia ter acontecido com ela.

- mãe ela não atende. Aconteceu alguma coisa, eu sinto isso aqui dentro. – falei batendo no coração.

- filho ela pode está dormindo. Você mesmo falou que ela trabalha muito aos domingos. Ela pode ter adormecido e esqueceu o celular na bolsa, ou no carro. Sei lá.

- não mãe ela deixa o celular na escrivaninha o tempo todo. Essa hora ela já chegou, tomou banho e está tomando seu chá. Pelo menos era assim que fazia todos os dias. Nesses últimos quinze dias ela atendeu no primeiro toque. Ela chega da feira sempre entre quatro e cinco horas. É essa sua rotina.

- mãe a feira! – falei passando a mão no rosto. – Ela já sabe de tudo mãe. Ela só vai à cidade a cada quinze dias. Foi assim que viu a reportagem sobre mim antes de eu recobrar a memória. Ela deve ter visto a notícia da gravidez de Leila e não quer mais falar comigo. – deixei as lágrimas rolarem e fui amparado pela minha mãe. Liguei pra Taylor.

- Taylor sou eu Christian. Prepare o avião que vamos para o Brasil o mais rápido possível. 

- Senhor o avião precisou de um reparo e só estará pronto depois de amanhã.

- consiga um para amanhã nem que tenha que comprar um. Sairemos amanha cedo. Abracei minha mãe e chorei mais. Ana não podia me deixar.



Mais um capítulo pra vocês. curtam, cometem e votem!!!

será que eles vão se encontrar????

beijos no coração!!!!!!!

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